Viver a tradição é poder resgatar coisas que se perdem no tempo. Uma delas é o pão caseiro. Você já comeu um pãozinho saindo do forno em casa? Ajudou a sovar a massa? Ah! Bons tempos na campanha! Que pão os tropeiros e carreteiros levavam em suas viagens? Vamos saber mais sobre essa maravilha da culinária gaúcha e mundial.
Em tempos mais antigos se costumava fazer o pão em casa. Um dia antes, se colocava o fermento de molho. No dia seguinte misturava-se o fermento com a quantidade necessária de farinha de trigo. Aos dois ingredientes juntava-se água morna, açúcar, erva doce, graxa e sal, tudo ao gosto do padeiro.
Sovava-se a massa até ficar macia aparecendo bo¬lhas de ar e dando estalos. Este era sinal de que estava pronta. Cortava-se a massa em pedaços conforme o tamanho do pão que ia ser feito, assim lhe dava a forma desejada.
Desta massa ainda se preparava rosquinhas e biscoitos em formatos diversos. As crianças adoravam fazer bonecos no formato das roscas. Depois, num tabuleiro, o pão descansava coberto por um cobertor para crescer. Quando não existiam os fermentos biológicos de hoje em dia, retirava-se um pedaço dessa massa, já preparada, misturava-se a uma farinha e guardava como fermento para a próxima fornada.
Fazia-se pão de milho e bolos. Os pães eram levados ao forno em formas não ficavam em contato direto com o piso de forno de barro. Este forno de barro era feito sobre um quadro de paredes de pedra no formato de uma casa de joão de barro. Para sustentar os tijolos, da boca do forno, era usada uma armação de ferro, em geral de um pedaço de chapa de roda de carreta. O Forno era aquecido com fogo feito dentro dele. Depois de bem quente, limpava-se o forno, empurrando as brasas e com uma vassoura de guaxuma, varria-se dentro.
Colocava-se o pão. Tapava-se a porta do forno. Ao retir, quentinho, era uma grande festa. As mães, em sua grande maioria, não permitiam que as crianças comessem o pão quente, dizendo que fazia mal. Era normal convidar os vizinhos e amigos, em sinal de camaradagem. Hoje o comercio de pão, nos armazéns e mercados, tiraram a magia desse pão caseiro. Mas há quem se lembre de cortar ele novinho, colocar mel, melado, geléias, nata, manteiga, enfim, o que desse mais sabor ao pãozinho feito em casa. Principalmente, quem está viajando vários dias a cavalo.
Um comentário:
Sou paulista do interior, já na casa dos setenta, e ajudei a construir casa de barro, lá pelas beiras do rio tietê, usando tabocas, angicos e lascas de coqueiros para segurar as telhas. FGorno de barro, fazia-se uma armação de bambu, por dentro pra segurar os tijolos, a qual queimava-se depois. O barro era misturado com melaço ou açucar mesmo, para ganhar consistência. Saudades muitas do pão caseiro, e parabens pelo artigo sobre o assunto.
Postar um comentário