Resposta ao BLOG do meu amigo
Léo Ribeiro de Souza
"Ontem ao meio dia, enquanto eu saboreava uma chuleta de porco feita na panela de ferro pelo meu irmão João Alberto, o Dom Beto, lá na Cabanha Fraternidade, fiquei matutando. E quando eu pego a pensar a coisa começa a feder (no bom sentido). O assunto que me veio à cachola não tinha nada a ver com aquele momento solene. É o seguinte: Porque duas Chamas Crioulas? Qual a verdadeira? " Léo Ribeiro de Souza
Caro Léo, andei conversando com algumas pessoas para entender esse processo e lendo sobre isso. E vem ao encontro do que já desconfiava (pra dizer a verdade as coisas acontecem, não se nota, e, quando a gente se dá conta, faz parte do folclore, e ai, criam-se lendas).
A chama, como dissestes em teu Blog, nasce em 1947 num ritual tradicional que acontece anualmente no dia 07 de setembro, quando se retira uma centelha da pira da pátria. Até ai, todos sabemos. O que não nos damos conta é que em cidades do interior, nem sempre era "agradável" vir sempre à Porto Alegre. Então começa a nascer uns acendimentos em lugares diversos. Na Fazenda Boqueirão (aquela que tem o fogo de chão acesso à mais de dois séculos), em festividades de aniversário de municípios, enfim, começaram uma série de acendimentos chamados "oficiais".
Buscando oficializar o conceito da importancia da Chama Crioula e valorizar momentos e acontecimentos históricos pelo Rio Grande do Sul, sem deixar de lado a tradicionalidade da chama de 47, foi criado um evento Estadual e itinerante, para o acendimento do símbolo dos Festejos Farroupilhas. A chama Crioula começou a ser acessa em sítios históricos pelo estado promovendo o turismo e a cultura. Guaíba, antiga Pedras Brancas, fazenda de Gomes Vasconcelos Jardim, em 2001. A Chácara de Barbosa Lessa, em 2003 (ele que havia falecido em 2002), na cidade de Camaquã, reverenciando o cérebro e a genialidade do Einstein das tradições gaúchas.
Recentemente Taquara comemorou os 50 anos da Carta de Princípios. Porto Alegre, no dia 07 de setembro, funde as duas chamas e transforma em um só o símbolo da maior festa popular do nosso estado.
Fiz um levantamento dos locais de acendimento da chama desde 2001:
2001 - Guaíba, na fazenda de Gomes Jardim
2002 - Santa Maria, no centro do estado
2003 - Camaquã, na Chácara das Aguas Belas, de Barbosa Lessa
2004 - Erechim, no Recanto dos Tauras
2005 - Viamão, cidade fundamental na história do RS
2006 - São Gabriel, na Sanga da Bica, onde tombou Sepé Tiarayú
2007 - São Nicolau, 1ª redução e um dos 7 povos das missões
2008 - São Leopoldo, Terra de Colonização Alemã
2009 - São Lourenço, no casarão de Ana, irmã de Bento Gonçalves
2010 - Itaqui, o acendimento volta para a fronteira
2011 - Taquara, cinquentenário da Carta de Princípios.
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