Carne seca, o charque gaúcho
Nas cavalgadas procuramos mostrar o que o gaúcho faz diariamente. Falamos sobre o pão caseiro, uma delicia da gastronomia mundial, que o gaúcho carreteiro, o gaúcho tropeiro, o homem que cavalga, leva consigo. Mas este mesmo homem leva carne para as necessidades. Mas como conservá-la tanto tempo durante o trajeto? O homem aprendeu essa mágica.
Na campanha onde não havia criação de ovinos, era costume carnear uma rês mensalmente, destinada ao consumo interno da estância.
As paletas e quartos, peças maiores, eram suspensos com caibros e o restante era colocado em ganchos de arame grosso.
Era separada algumas partes como polpas e lombos, que ficavam á disposição da cozinha, de forma mais imediata. Em tempos mais antigos não havia a facilidade que te¬mos hoje, como um refrigerador. No verão a carne fresca chegava a durar até dois dias sem refrigeração, já no inverno o tempo aumentava para quatro ou cinco dias.
A charqueada começava cedo, ainda durante a tarde, tempo que deixava-se a carne esfriar. As partes mais nobres eram abertas, com facas afiadas, de forma a ficarem mais finas as mantas e secarem mais rápido. Enquanto uns abriam as mantas outros se encarregavam de salgar. A salga da carne era feita de duas formas, uma dentro de um recipiente com uma salmoura muito forte, onde ela ficava submergida. A outra forma era estendê-la sobre uma mesa e despejar com sal esfregando bem em ambos os lados. A carne passava a noite na salga.
Ao amanhecer, era tirada para fora e estendida em varais ou aramado onde passava o dia em exposição ao sol. Na metade do dia, virava-se para expor o outro lado. Um cuidado fundamental era com a mosca e o varejo, esta, poderia estragar o charque. Outro elemento que tem um fator preponderante na produção do charque é o sol. Sem ele não é possivel fazer um bom produto.
Poderia ser que chovesse, nesse caso, estendia-se o charque, ainda fresco, dentro do galpão. Fazía-se um fogo, a fim de defumar a carne, e ajudar a secá-la. Mas este método não é o mais prático era feito somente por necessidade. O Charque poderia ser feito em mantas ou em pequenos rolos.
Cenas que irão ao ar neste domingo dia 11, junto com o Gaúcho da Fronteira e muito mais...BAND RS as 8h. CINEGRAFISTA: Jean carlo Martins Bastos Fotos: Vantuir Bastos
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