segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Cronologia da história do RS 1732/1761

1732 – Entrega da primeira sesmaria no caminho das tropas, para o tropeiro Manoel Gonçalves Ribeiro, localizada junto ao rio Tramandaí. No ano de 1734 já havia 34 fazendas de criação de gado e mulas entre o rio Tramandaí e o canal do Rio Grande. Inicia o ciclo dos tropeiros quando Cristóvão Pereira de Abreu abriu o “Caminho de Viamão”, que começava onde hoje é Santo Antônio da Patrulha e cruzava os Campos de Cima da Serra, saindo do Estado por Bom Jesus e seguindo para Lages (SC), Mafra (SC), Lapa (PR), Ponta Grossa (PR), Castro (PR) e Sorocaba (SP). No mesmo ano foi distribuída a primeira sesmaria no Rio Grande, junto ao rio Tramandaí.
1734 – O Governador de Buenos Aires ataca a Colônia de Sacramento. Os portugueses, resistem por dois anos, até a chegada do Brigadeiro José da Silva Paes que faz recuar os castelhanos.
1737 – A 19 de fevereiro, a frota do Brigadeiro Silva Paes entra no canal de São Pedro, que liga a Laguna dos Patos ao Oceano Atlântico e constrói o Forte Jesus-Maria-José. Essa foi a primeira ocupação definitiva dos portugueses no território gaúcho. Neste mesmo ano é criado, em Rio Grande, o Corpo de Dragões, sob o comando do coronel Diogo Cardoso Osório.
1747 – A 17 de julho, fundada a vila de São Pedro do Rio Grande, junto ao forte construído por Silva Paes. No mesmo ano, a 7 de novembro, foi criada a Freguesia do Porto de Viamão, origem de Porto Alegre.
1750 – A 13 de janeiro, assinado o Tratado de Madrid, entre Portugal e Espanha. Esse tratado previa a troca da Colônia do Sacramento pelos Sete Povos das Missões. Começam a chegar os casais açorianos. Entre 1750 e 1754 chegaram quase 600 casais, totalizando 2278 pessoas.
1750 – Sorocaba, em São Paulo começa a promover a feira que vende mulas, cavalos e gado. Os animais abasteciam as minas e os canaviais do Sudeste do Brasil.
1752 – Início da demarcação da fronteira entre as terras portuguesas e espanholas na pampa gaúcha.
1754 – Os indígenas das Missões resistem à ordem de transmutação para a Colônia do Sacramento. O comandante português Gomes Freire marcha sobre as Missões, dando início à Guerra Guaranítica.
1756 – A 7 de fevereiro é morto o líder guarani Sepé Tiarayu, junto à Sanga da Bica, atualmente em área urbana de São Gabriel, por tropas portuguesas e espanholas. Três dias mais tarde trava-se a Batalha do Caiboaté. Neste episódio o exército guarani foi massacrado.
1761 – O Tratado de El Pardo anulou o Tratado de Madri. 

Extraído da Obra
Manual do Tradicionalismo
Manoelito Carlos Savaris

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Nota de falecimento: Cyra Dutra Ferreira

Nos deixou neste dia a pioneira das mulheres no tradicionalismo gaucho: Cira Dutra Ferreira, esposa do saudoso Cyro Dutra Ferreira, que faleceu em agosto de 2005. Tia Cira, como era carinhosamente chamada pelas crianças e pelos jovens, quando sempre estava a dispoisição para palestras, foi homenageada com o troféu Mulher Farroupilha do Governo do estado do Rio Grande do Sul.

Com seu esposo, Cyro Ferreira, teve três filhos: Hélio, Caio e Isabel. O tradicionalismo gaucho está mais uma vez de luto.

XIX Cavalgada da Serra - 17 a 20 de maio

A região das hortencias se prepara para receber gauchos e gauchas de todas as querencias para a XIX Cavalgada da Serra, que acontecerá nos dias 17, 18, 19, e 20 de maio, de Picada Café à São Francisco de Paula.   Programação:

Dia 17 - quinta feira
11h - concentração no CTG Encosta da Serra em Picada Café
12h - Cerimonia de abertura da Cavalgada da Serra
13h - Saída para um trajeto de 20km até Nova Petrópolis com pouso no CTG Pousada da Serra

Dia 18 - Sexta Feira
08h - Saída de Nova Petrópilis
11h - Parada no Campestre do Tigre, na fazenda Opapa, sem o comboio de apoio, deve-se levar lanche.
12h - Saída com destino a Gramado com pouso no CTG Manotaço. Trajeto de 28km

Dia 19 - Sabado
08h - Saída de Gramado até Canela para pouso no parque de rodeios do Saiqui. Trajeto 21km

Dia 20 - Domingo
07h30min - Saída de Canela para São Francisco de Paula, com um trajeto de 39km.


Inscrições pelo e-mail:  cavalgadadaserra@live.com

- Cada grupo deverá ter um líder, responsabilizando-se junto aos organizadores;
- É obrigatório a observação dos horários determinados pela comissão organizadora para marchas, paradas, sesteadas e pousos, bem como do roteiro oficial a ser percorrido pela cavalgada;
- A fim de se evitar que seja desvirtuado o sentido da cavalgada, fica estabelecido que:
- é obrigatório o uso de pilchas e encilhas gauchas completas (NOTA DEZ);
- é proibido o porte de armas de fogo (NOTA DEZ);
- é expressametne proibido jogar lixo no chão (NOTA DEZ);
- é proibido o consumo de bebidas alcolicas em excesso, principalmente quando da passagem por comunidades;
- é proibido dirigir-se ou condizir-se de forma desrespeitosa a qualquer pessoa que estiver assistindo a cavalgada;

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Léo Ribeiro desabafa sobre cavalgada do mar

O Blog do Leo Ribeiro ta bombando. A critica feita às bagunças (pontuais) na Cavalgada do Mar repercutiram. E pode ter certeza que quem reclamou faz parte dos 10% dos bagunceiros, e que estragam o que os outros 90% fazem de bom, pois a grande maioria apoia o que foi escrito. Postar SIM!!!

Leo se referiu aos homens de Guaiba que cercaram o pessoal da CORSAN que limpavam as caixas d'agua que os cavalos se hidratavam. Os "retardatários" sempre estão ali pra bagunça. Não tem regras. Não respeitam os banhistas... galopam em alta velocidade, passam dos limites com as mulheres na beira da praia. Nunca estão em formação de dois a dois. Enfim, estão ali pra estragar a grande festa e o grande evento que é a Cavalgada do Mar. Mas o Léo está certíssimo. Temos que mostrar as falhas, pois as coisas bonitas todo mundo já conhece.

Além dos metidos a "macho" que cercaram os trabalhadores que removiam as caixas de agua, com adaga inclusive, mostra o despreparo deles para uma cavalgada. Com certeza serão identificados e posteriormente excluidos pela Brigada Militar da Cavalgada.

Não adianta mais ser amiguinho de ninguém... agora responde por suas responsabilidades ao Ministério Público podendo ser excluido da cavalgada como as más torcidas são expulsas dos clubes de futebol. Parabéns Léo Ribeiro. Vamos continuar usando essa ferramenta da informação como de grande auxilio para os tradicionalistas.

Tradição e contradições

Eu lia hoje sobre o positivismo, os Annales e a nova história. Tentava entender a questão da mudança histórica de analisar um mesmo fato, ou não se prender a ele. As contradições se dão muitas vezes por vaidades. Saindo da minha leitura e vindo pra realidade, vejamos a aprovação do Livro Manual do Tradicionalismo de autoria de Manoelito Carlos Savaris. A obra foi apresentada durante o Congresso do MTG, em Pelotas, por um relator, que, teoricamente, tem que ter certo conhecimento para analisar a proposta e aprovar ou não segundo seu parecer.

O Relator escolhido fui eu. Um curriculo ainda modesto, perto do Ruben George Oliven, mas que vamos construindo ao longo dos anos. Depois de analisar a obra, já conhecedor de outras obras parecidas, que fiz questão de comparar pra analisar o que seria apresentado. Dei parecer favorável. E foi aprovada a obra pelo congresso para ser uma material de consulta para os concursos, sem a pretensão de ser uma obra única. Não foi unanimidade. Aí vem as contradições.

Já aprovamos muitas obras e que hoje estão no mercado. Muitas obras com opiniões próprias dos autores. Nunca questionados, pois vinham de pessoas com certo "histórico". na história positivista do Rio Grande do Sul. Como já li todas as obras dos concursos de prendas e peões promovidos pelo MTG. posso dizer que na bibliografia dos Peões tem livros compostos somente de uma visão do autor, que diz como deve ser feita determinada coisa, segundo sua visão, de sua época (Nova História). Um recorte do seu tempo, analisado segundo a visão do autor e com o apoio de quem criticou a aprovação do livro (positivista como chamavam), que é feito de fatos, datas e nomes, caracteristicos do positivismo.

Acredito na democracia (mesmo que não exita plena) e na diversidade de opinião, mas não suporto ver "virarem o cocho"... tem gente que eu vi, o autor da obra citada, tirar das ruas e trazer pro meio, dar credibilidade, apoiar para depois levar uma cacetada por trás. Beijar a mão e depois trocar por moedas a credibilidade dada. Usar dois pesos e duas medidas para analisar obras que vão pra bibliografia dos concursos. Este livro pode ser de opinião do autor.. esse não pode. E o pior de tudo, julgar-se um(a) analista. Um(a) entedido(a) e ter opiniões diferentes para um mesmo caso.

Fui alertado por um dos meus amigos, de um grupo de estudos que temos. e que chamou atenção para esse absurdo. Democracia existe. Opinião própria é livre. Mas se tomar pelas contradições nas opiniões é o cúmulo da falta de estruta para fazer críticas.

O livro de Manoelito Savaris é uma bela obra. Um material de facil leitura e apredizado para os jovens concorrentes de concursos. Um norte para quem está iniciando a caminhada. Infelizmetne problemas de ordem pessoal afastam as pessoas da razão. Estou publicando em pílulas a cronologia para quem estuda poder acompanhar. Recomendo a obra.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Anemia Infecciosa Equina

AIE - Anemia Infecciosa Equina é uma das principais doenças dos equinos, podendo comprometer o seu desempenho. Essa doença é conhecida mundialmente como febre do pântano e é incurável, provocando uma febre, anemia e emagrecimento do animal, levando até a morte.


A AIE pode manifestar-se de trés formas: Aguda, Crônica e Inaparente (a forma mais perigosa, pois os animais tem a doença, mas aparentemente são saudáveis). A transmissão da AIE ocorre através do contato do sangue de um animal infectado com o sangue de um animal saudável por meios de utensílios como agulhas, freios, esporas, cabrestos, entre outros, ou através da picada de insetos como mutucas e moscas de estábulo.



terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Foram todos Terra e Sol

Meus cavalos são de vento
e sopram por onde eu quero
e deles nada espero
mas tanto tem pra entregar.
Por meus feitos hão de estar
em qualquer dobra do mundo,
marchando a cada segundo
que eu necessito marchar.


Meus redomões são de chuva,
lacrimada em primavera, 
Suor de passadas eras,
que ainda teimam em pingar
e aprenderam a voar
desde a primeira encilhada.
Meus redomões são de estrada
se necessito estradear


Tive tantos neste mundo
e peço ao tempo tantos outros,
abençoados e santos,
de carne, osso e pelagem
sangue benzido em coragem
de atravessar o universo;
por isso derramo em versos
os meus cavalos de viagem.

Os meus cavalos de sombra
tem luz no brilho do andar...
Vieram sempre pra estar
Comigo em tudo e onde vou...
Pena ao caminho sobrou
na correnteza traiçoeira,
entrego então - vida inteira
aos pingos de luz que sou.


Foram todos terra e sol,
verdeando quando era tempo
e quando não, pelo vento,
recuperavam-se assim;
e, se nadar era o fim,
na correnteza traiçoeira
entregavam alma inteira
em quatro remos por mim.


Poesia inédita escrita em 20 de agosto de 2009, foi musicada e arranjada com Guilherme Collares em 9 de maio de 2010. Canto Ancestral - Lisandro Amaral

Cronologia da história do RS 1635/1715

1635 – Saiu de São Paulo a bandeira chefiada por Raposo Tavares, que iniciou um processo acelerado de destruição das reduções rio-grandenses.
1637 – Foi a vez da bandeira chefiada por Fernão Dias Paes atacar as reduções.
1640 – O bandeirante Jerônimo Pedroso de Barros ataca as reduções e apreende grande quantidade de indígenas.
1641 – trava-se a primeira batalha em território gaúcho, entre bandeirantes e indígenas. A batalha do M’Bororé ocorreu na margens do rio Uruguai. Depois deste episódio, os jesuítas se retiraram do Rio Grande.
Entre 1641 e 1682 o território somente foi palmilhado por aventureiros e caçadores de gado que, solto, se reproduziu enormemente, formando a Vacaria do Mar. Os próprios índios, especialmente os do grupo pampeano, dedicaram-se à caça do gado chimarrão, do qual retiravam o couro para venda nas margens do rio da Prata.
1680 – Os portugueses, por Dom Manuel Lobo, construíram a Colônia do Santíssimo Sacramento, em frente à cidade de Buenos Aires, na margem esquerda do rio da Prata. Ainda em 1680 a fortaleza do Sacramento sofreu o primeiro ataque. Os índios missioneiros, liderados pelo General Antonio da Vera Mujica, que defendia os interesses espanhóis tomaram aquela povoação.
1681 – O Tratado Provisional (Tratado de Lisboa) restituiu a Colônia aos portugueses que a reergueram em 1883. A fortaleza foi reconstruída por Duarte Teixeira Chaves.
1682 – Retornam os padres jesuítas com o fim de fundar os Sete Povos das Missões. A primeira a ser construída foi a de São Francisco de Borja, pelo Pe. Francisco Garcia.
1687 – Os jesuítas constroem as Missões de São Nicolau, São Luiz Gonzaga e São Miguel Arcanjo (as ruínas desta Missão é reconhecida como Patrimônio da Humanidade, desde 1983).
1688 – Os portugueses fundam Laguna. Entre essa localidade e a Colônia do Sacramento iniciam as atividades tropeiras em função da Vacaria do Mar localizada no entremeio.
1690 – Surge a Missão de São Lourenço Mártir.
1697 – O Pe. Antonio Sepp funda a Missão de São João Batista. Os jesuítas escondem parte do gado chimarrão nos Campos de Cima da Serra, formando a Vacaria dos Pinhais.
1706 – A última Missão foi a de Santo Ângelo Custódio.
1704 – A Espanha declara guerra a Portugal e determina que seja atacada a fortaleza de Sacramento. Depois de cinco meses os portugueses abandonaram a Colônia.
             1715 – Pelo tratado de Utrech a Colônia do Sacramento volta ao domínio de Portugal.


Extraído do Livro
Manual do Tradicionalismo
Manoelito Savaris

Uma imagem diz tudo - Nossa História na cavalgada




Cavalgada - Pretexto para estar com a família

Dona Odila resumiu tudo em um e-mail que me mandou: A Cavalgada é somente um pretexto para estar com a família reunida. Realmente é. Meu pai em 2008 (basta voltar na linha de tempo do BLOG e verão a história) sofreu de um mal que, os médicos disseram que era nossa última cavalgada juntos. Isso nos uniu ainda mais. lutamos pra vencer o maldito mal. Veio uma sobre-vida, foi instalado um novo tempo.


Meu pai não é muito de se cuidar. Minha mãe que briga muito com ele para que preserve a vida para estarmos juntos mais vezes. Este ano ele se superou. Não estava bem, mas pensando nos amigos que se organizaram pra cavalgar, deixou de lado o tratamento para acompanhar a Cavalgada do Mar, em nossa 14ª Participação. Sofreu com isso. Vi outros na cavalgada sofrendo com alguns males também: O próprio Romera chegou à Arroio do Sal com os pés inchadíssimos. O Dedeus, de Dom Pedrito, chegou a ficar algum trajeto fora... são, também, dois exemplos de superação como meu pai.


O Jean Carlo, meu filho aprendeu muito este ano. Já galopeava e ainda, carregando a bandeira. Acho que foi um exemplo que vem de Caçapava pra ele, não podendo deixar por menos. Mas meu pai sempre ali, encilhando cavalos, levantando cedo pra estar junto dos que tão na lida. Nossa alvorada era as 4h. Quando o clarim da Brigada tocava já estávamos há duas horas na lida. Uma equipe coesa com o Denande, o Paulo, o Paulinho, Jean Carlo, Vantuir, Virgilino, Maria e Rogério formamos o piquete família Bastos. Que sempre faz aniversário dentro da cavalgada, pois a inspiração do piquete é no meu avô Florimundo Joaquim Bastos, Carreteiro, e a data de criação é o aniversário de minha avó, Alahides Soares Bastos, 17/02/2009.


Passamos por uns momentos difíceis na cavalgada, mas o santo era forte e "el mano de dios" estava sempre ao nosso lado.

Blehm - Um exemplo de família

Começamos a cavalgar pelo litoral em 1998. De lá pra cá aprendemos muito com muita gente. A Família Cardoso, do fofo, lá de Canela, a família Blehm, de Porto Alegre, a Família Terres do Amaral, dos meus amigos Paulinho, Luis Paulo, lá da ADESBAM, do DTG 12 de Outubro, amizade que nasceu na ferradura de um cavalo. Essas são algumas das famílias que cito como exemplo de parceria, de amizade, de cumplicidade, de carinho, tudo conquistado a pata de cavalo.


A Familia Blehm, do piquete Venâncio Blehm com o Nelson, meu amigo Jojô e agora o André, filho do Jojô mostra um outro lado, que não somente montar a cavalo e ir pra praia queimar o lombo. Sentimos muita falta de alguns amigos que não cavalgam mais, mas tudo renasce de novo a cada cavalgada, novos amigos surgem, velhas amizades se renovam. Quero deixar registrado a grande amizade com a família Blehm, nosso respeito e nossa admiração. E o grande irmão Tomáz Schuch, poeta, autor de muitas músicas que hoje ouvimos nas rádios e Cds, e que perdeu parte de sua existência, com o falecimento de seu filho, com 12 anos. 


O fato tirou parte da vida deste homem, que, aos poucos, ao lado do outro filho, Pietro, busca nova inspiração na vida. Vi Pietro à cavalo ao lado do filho do Fofo, da família Cardoso, brincando na cavalgada. A dor deste irmão é compartilhada por mim e por todos aqueles que, a exemplo de nós, tem um filho cavalgando ao lado.

Cavalgada do Mar atingindo a maturidade

A Cavalgada do Mar ocorre no litoral norte do Rio Grande do Sul e percorre os municípios de Palmares do Sul (Dunas Altas), Pinhal, Cidreira, Tramandaí, Imbé (Santa Terezinha), Capão da canoa, Arroio do Sal e Torres (um ano vai e outro vem, ou seja, a cada ano num sentido). Cavalgar é realizar um percurso em um cavalo manso, devidamente treinado para cavalgadas, com noções de equitação para este trajeto se tornar prazeroso.


A 1ª Cavalgada do mar foi realizada em 1984, organizada pelo maestro Machadinho, João José Machado, advogado da Prefeitura de Palmares do Sul, para protestar pelo fechamento do banco Sulbrasileiro. O primeiro trajeto teve a participação de 60 participantes. Machadinho comandou a cavalgada da 1ª à 4ª edição, depois veio Vilmar Romera.



O dia durante a cavalgada do mar começa as 6h com os clarins da Brigada Militar; depois vem o preparo do chimarrão, a alimentação e o encilhamento dos cavalos, e o café da manhã juntamente com as vestimentas dos grupos. A saída normal é as 8h. O piquete de comando com as bandeiras sai na frente buscando organizar e orientar os participantes durante todo o trajeto e manter a segurança dos banhistas durante a passagem dos cavalarianos. A equipe de apoio normalmente vai de carro na frente para montar o acampamento e elaborar as refeições. Devido à brisa do mar e temperaturas mais amenas, só se cavalga durante o período da manhã, assim sendo próximo ao meio-dia aos cavalarianos começam a chegar ao acampamento para desencilhar e tratar o cavalo, almoçarem e descansarem. Alguns dormem, outros conversam, cantam ou jogam truco, tava, tetarfe, terjo, argola, ferradura e bocha campeira.


As primeiras mulheres a participarem da cavalgada foram as filhas de Ari de Almeida Mattos, natural de Torres. Na 7° edição, compareceram aproximadamente 23 amazonas e o número foi aumentando a cada ano, no entanto somente na 9° edição, em 1993, foi identificado um grupo feminino organizado: o Piquete de Anita Garibaldi, coordenado pela escritora Elma Sant'Ana.


Foi identificado nas inúmeras edições que nem todos os cavalarianos fazem o percurso inteiro, ocasionando assim uma alteração do número total de participantes a cada parada. Conforme registros, a Cavalgada do Mar já teve a participação de cavaleiros de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Portugal e Itália; de homens, mulheres, crianças e idosos; de executivos, personagens ilustres da cultura rio-grandense, políticos e trabalhadores rurais acostumados com a lida campeira.


Este ano as novidades foram a colocação de pulseiras nos cavalos (que não duraram muito, caia muito) que dava o numero de registro do cavalo na Cavalgada e sua inscrição no evento. Também este dispositivo permitia a identificação do animal e seu proprietário para a analise das condições fisiológicas e sanitária do animal.


Não foi permitido subir nas dunas. A proibição gerou desconforto nos participantes que estavam acostumados a irem até lá em cima, ou mesmo, atrás delas. 


A pausa foi determinada pelo Ministério Público para cada duas horas de cavalgada com descanso de quinze minutos. Caixas d'água da Corsan foram colocadas para hidratar os cavalos. Houve até um caso muito triste, descrito pelo meu amigo, Léo Ribeiro de Souza, sobre um grupo de Guaíba, que prefiro nem citar, por que foi lamentável a atitude do grupo e denigre o evento. 


Ano que vem, com muitas regras, exigências, a tendência é reduzir o numero de participantes, vai qualificar com certeza mas vai diminuir muito o evento. 


Era inevitável que chegasse um dia que tudo isso fosse cobrado. Lembra muito o Acampamento Farroupilha de Porto Alegre que começou assim... espontâneo e depois tomou volume e teve de ser organizado, regrado... É fato na sociedade isso acontecer.


Parte do material
Extraído  da cartilha
Cavalgada do Mar 2012

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Leonel Puglia Garcia - Cidadão de Porto Alegre

Seu Púglia, como tantos estão acostumados a chama-lo, ou ainda, Patrão. Cargo ue exerceu no CTG Glaucus Saraiva com tanto esmero que o cargo foi incorporado ao nome. Mesmo depois de ser Presaidnete do Clube ainda é chamado de Patrão por muita gente.

Casado com a Dona Ivana, mulher de raça e de brio que faz valer a máxima que ao lado de um grande homem existe uma grande mulher, pai da Gisele e do Leonel Júnior, Avô do Miguel e da Valentina, um homem que podemos dizer: O Exemplo de cidadão.

FUNÇÃO ATUAL NO GSEGS: PRESIDENTE
FUNÇÃO QUE EXERCEU NO GSEGS:- Membro Efetivo do Conselho Deliberativo (1992/95, 1995/98, 2001/04)

- Coordenador Artístico e Cultural do CTG Glaucus Saraiva, (1992/95)
- Diretor do Dep. De Tradição e Folclore e Patrão do CTG Glaucus Saraiva ( 1995/98)
- Pres. Cons. Deliberativo (2004/06)
- Dir. Dep. Tradição e Folclore e Patrão do CTG (2007/10)
- 2º Vice Presidente

FUNÇÃO EXERCIDA EM OUTROS CLUBES:
Sócio Fundador e Int. das primeiras diretorias do Grêmio 7 Setembro

FUNÇÃO EXERCIDA EM ENTIDADES CIVIS:
Sec. Dir. de Programas Sociais da Assoc. de Moradores do Bairro Campo Novo

UNIDADES QUE SERVIU:
9º BI. Mtz., 1ª Cia. Gda., Es I Esp, 1ª DL, CER/3 e Cia. Cmdo. 3ª RM, 1ª DL

E agora, esperamos todos nesta sexta-feira, dia 17/02/2012, na Camara de Vereadores de Porto Alegre, as 17h onde ele receberá o título máximo de quem se dedicou a fazer uma porto Alegre melhor... Cidadão Porto Alegrense. Parabéns Patrão. Parabéns Presidente. Parabéns Amigo e Irmão Leonel Puglia.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

28ª Cavalgada do Mar

Fazem 14 anos que cruzamos, a pata de cavalo, o litoral gaúcho. Tudo começou com um convite despretencioso do Piquete 33 da Alvorada. Dali em  diante, desde a 14ª Cavalgada do Mar,  foram sucessivos passeios pelo litoral gaucho. As vezes me perguntam: "- O que vocês acham de graça em se queimar no sol, com um monte de roupa, judiando do cavalo... Pra quê?"

A resposta é simples, pelo menos pra nós: Não é um sacrificio. Fazemos este passeio à cavalo (mais de 200km), com sol forte, ou chuva e vento, por motivos simplórios. Vejamos:
-  tempo que estamos a cavalo convivemos em família real e com nossa família imaginária, nossos amigos e vizinhos;

- Trabalhamos em equipe, todos tem uma função;

- Exercemos liderança e apoio uns aos outros;

- Meu filho, a exemplo meu e de meu irmão, convivemos mais com nossos pais, ele também convive comigo, troca idéias, traça planos para o ano, como se fosse um Congresso nosso;

- Ensinamos os mais jovens o respeito e a educação. Os trabahos e lides campeiras. Não basta colocar uma pilcha, um chapéu, bombacha, e espora. Tem que saber o simbolismo daquela roupa. Não basta viver a sombra da memória de nossos antepassados para ser alguém... temos que trilhar nosso caminho, escrever a nossa história. O que meu pai foi... foi a vida dele. Com os ensinamentos dele e de nossa mãe, escrevemos a nossa própria história.

Não é a toa que somos cavaleiros do Rio Grande do Sul. Preparamos nossos cavalos. Respeitamos o animal. Mantemos a familia unida permanentemente. Este ano, com um complemento, o nosso piquete: Um Moto Home. Tranquilidade contra os vendavais de 2011. Mas nós, eu e o Jean, deveremos ficar acampados em nossas barracas. Daremos melhor comodidade aos mais velhos. Afinal, eles merecem. Nos deram a vida e parte da vida deles para que chegassemos aqui.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Tá chegando o Tempo e o Vento

As gravações do filme: “O tempo e o vento” deverão ter inicio no mês de março de 2012. O cenário da lendária Santa Fé será no Parque do Gaúcho, em Bagé. Candiota e Pelotas também servirão como cenário para as filmagens do clássico do eterno Érico Verissimo. As gravações durarão em torno de 40 dias e, depois, o cenário da cidade de Santa Fé irá se tornar um espaço para o desenvolvimento do turismo em Bagé e na região.

As filmagens em estúdio serão feitas em Paulínia/SP. A produção tem garantidas as participações de Cléo Pires, como Ana Terra, papel que sua mãe fez na primera gravação. Fernanda Montenegro, como Bibiana, e Tiago Lacerda como capitão Rodrigo, são astros confirmados. De acordo com o co-produtor do filme Beto Rodrigues, a cidade cenográfica atrairá por ano, em torno de 50 mil turistas. Um filme de Jayme Monjardim com roteiros de Leticia Wierzchowski e Tabajara Ruas.

Cronologia da história do RS

A partir da chegada dos padres jesuítas espanhóis, vindos da banda ocidental do rio Uruguai, inicia uma nova história para o Rio Grande do Sul. Antes desse momento há registros de contatos realizados por europeus na costa do território, sem que tivesse havido penetração no território. O período que antecede a chegada dos jesuítas pode ser considerada uma faze de Pré-história.

A primeira fase jesuítica – das reduções – se estende de 1626 a 1641.


1626 – Chega o Pe. Roque Gonzales de Santa Cruz que funda a primeira redução, São Nicolau, na margem esquerda do rio Uruguai, junto ao rio Piratini. No mesmo ano é fundada a redução de São Francisco Xavier.
 1627 – Surge a redução de Candelária do Caaçapá, entre os rios Piratini e Ijuí.
 1628 – Nesse ano fundam-se duas reduções: Nossa Senhora da Assunção às margens do rio Ijuí Grande e Todos os Santos que praticamente não chegou a ser construída.
 1631 – Outras duas reduções: São Carlos do Capi, ao norte da atual cidade de Santo Ângelo e Apóstolos São Pedro e São Paulo, perto de São Carlos do Capi.
 
1632 – Mais quatro reduções: São Tomé, às margens do rio Jacuizinho; São Miguel, na margem direita do rio Ibicuí; São José, próxima a São Miguel; e Santa Teresa, no local onde esta localizada a cidade de Passo Fundo.


1633 – Surgem outras quatro reduções: Santa Ana, às margens do rio Jacuí; São Joaquim, na serra do Botucaraí; Natividade de Nossa Senhora, entre as vertentes dos rios Ivaí e Jacuí; Jesus-Maria, na margem direita do rio Pardo.


1634 – As últimas duas reduções: São Cosme e São Damião, na margem direita do rio Ibicuí; São Cristóvão, no lugar onde se localiza a cidade de Santa Cruz do Sul.


A redução dos indígenas criou a necessidade de provimento alimentar a fim de que pudesse haver a fixação em locais específicos. Os jesuítas implantaram novas técnicas de produção agrícola e introduziram o gado.

1634 – O padre Cristobal de Mendoza y Orellana (Cristóvão de Mendonça), acompanhado do Padre Pedro Romero, traz para o Rio Grande o gado (Franqueiro), distribuindo vacas e touros entre as reduções. Formaram-se as primeiras estâncias

Extraido do Livro
Manual do Tradicionalismo
Manoelito Savaris

Datas importantes de fevereiro

1773 - Em 12 de fevereiro de 1761 é anulado o Tratado de Madrid e todas as convenções decorrentes do mesmo. O governador de Buenos Aires, D. João José Vertiz y Salcedo, em 1773, tenta retomar a ofensiva castelhana para expulsar os portugueses da Província de São Pedro do Sul.

Assim, marcha até os Cerros de Bagé e manda construir o Forte de Santa Tecla para servir de marco definitivo da posse dos espanhóis naquelas terras, sob seu poder, já dez anos antes

1630 – Investida de ocupação holandesa no Brasil (11/02/1630)

1917 – Data que marca a morte de Osvaldo Cruz (11/02/1917)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Posse da Coordenadoria da 30ªRT

NOMINATA  COORDENADORIA 2012


COORDENADOR: Carlos Alberto Moser – CTG Serigote
VICE-COORDENADOR: Clésio Renato Nobre Vicente – CTG Palanques Da Tradição
1º SOTA-CAPATAZ: Gilnei Santos Brisola - CTG Campo Verde
2º SOTA-CAPATAZ: Lucia Maria Klaus Pereira – DTG Sinuelo PIO XII
1º AGREGADO DAS PILCHAS: Patrícia Lampert Da Silveira – Sociedade Gaucha Lomba Grande
2º AGREGADO DAS PILCHAS: Dilma Clara Pereira – DTG Sinuelo PIO XII
DIRETORA CULTURA: Eunice Cristina Da Silva Moser - CTG Serigote
DIRETOR ARTISTICO: Juliano Dreyer – CTG M Borore
DIRETOR CAMPEIRO: Fernando Muller Dias – CTG Campo Verde
DIRETOR CAVALGADAS: Jose Danilo Palagi – CTG Terra Nativa
DIRETOR ESPORTES: Geovan Roman Ritter – CTG Amigos Da Tradição

E com grande satisfação que a coordenadoria da 30ªRT convida a participarem da Cerimonia de Posse no Encontro Regional de Patroes, dia 08/02/2012 com incio as 20:00hrs nas dependências do CTG Serigote na cidade de Estancia Velha.

Eleita com 100% dos votos validos das entidades de sua base de atuação, liderada pelo Tradicionalista Carlos Alberto Moser várias são as propostas de trabalho para o ano de 2012, dentre as quais cabe salientar o Circuito Regional de Rodeios da 30ªRT, que tem por objetivo:proporcionar a integração entre as entidades tradicionalistas e também a integração entre os grupos de danças da mesma entidade.

Além disso, visa proporcionar uma avaliação extra aos ensaiadores e instrutores para que os mesmos possam aplicar correções em seus grupos e torna-los mais competitivos em eventos como ENART, JUVENART e RODEIOS.

Campeonato Regional de laço, objetivando classificação a Festa Campeira da RGS de 2013. Condução da Chama Crioula desde seu local de acendimento, que este ano sera na cidade de Venancio Aires, e iniciar com este ato os festejos Farroupilhas na 30ªRT.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Presilha do Pago homenageia mulheres

Como acontece anualmente, no dia 8 de março, dia consagrado as mulheres o CTG Presilha do Pago, vai reconhecer o trabalho de mulheres que contribuem com o desenvolvimento social, cultural e economico de Sant'Ana do Livramento entregando o Trofeu Mulher Destaque 2011, aquelas mulheres e entidade que se destacaram durante o ano de 2011. O evento está marcado para as 21 horas, do dia 8 de março. As mulheres homenageadas são:



01. Alcina da Rosa
02. Rivania Franz
03. Cínara Costa
04. Silvia Helena Teixiera
05. Odila Paese
06. Letícia Silvia Paciello
07. Carmem Lucia da Fontoura
08. Maria Beatriz Luce
09. Liliane Braz
10. Maira Araujo
11. Sandra Chipolino
12. Eduarda Rosa
13. Marilene da Silva Cardozo
14. raquel pinheiro
15. Fernanda Letícia Severo Diez
16. Mara Isa Peres Teixeira
17. Marines Oliveira
18. Liga Feminina de Combate ao Cancer

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Rodeio da Vacaria - O maior do Brasil

Na quinta feira, dia 02 de fevereiro, feriado de Nossa Senhora dos Navegantes, partimos rumo ao Rodeio Internacional da Vacaria. Equipe completa, Rossano, Garavello, Vieira, Rafael Lopes, Paulo Lindner e Rogério Bastos.

Chegamos e logo fomos montar o cenário e os equipamentos para primeira gravação. João Luiz Correa e Raineri Spohr. O programa  foi gravado em frente a G. Paniz, empresa de maquinário quie possui um galpão lindíssimo no parque. O Programa irá ao ar dia 19 de fevereiro.

No dia seguinte, dia 03, com o cenário montado fomos para mais gravações. Baitaca, Os Serranos, programa do dia 12 de fevereiro, depois Marcelo Oliveira e Lisandro Amaral no programa do dia 26 de fevereiro com mais atrações.

Para o Programa do dia 04 de março tem Joca Martins, Juliana Spanevello, em homenagem às mulheres, e o grupo Eco do Pampa. E a ultima gravação na vacaria terá Cesar Oliveira e Rogerio Melo com Os Mateadores no dia 11 de março.

Os quadros foram gravados também na Vacaria. O Salvador, no Show do Volmir, visitando o Parque e no galpão da G, Paniz, com seu primo. A cozinha gaucha do Jorge Marques visitou acampamentos. O tradição e Lida Campeira, com Rogério Bastos entevistou o Zé das Lavra, tropeiro, homem mui campeiro com um belo churrasco num fogo de chão, cortado na carona, O mestre em veterinária, Oscar Collares, falando sobre castração de vacas e encilhando o cavalo. Tradição e Lida ainda entevistou muitos campeões da Vacaria, enter eles, o Juninho, campeão estadual, nacional e da Vacaria em provas de rédeas.

O comentário de Toni Alex

Buenas Rogério, tivemos nos últimos dias seminário artístico na cidade de Toledo, onde foram definidos algumas situações importantes para o decorrer do ano tradicionalista no Paraná.



Mas penso que a decisão mais importante do encontro com certeza foi em relação as danças tradicionais. Foi votado entre todos os instrutores presentes para que houvesse uma mudança na comissão avaliadora, cada um com seus motivos, mas todos com a esperança de que melhore, todos os representantes de CTG e instrutores votaram a favor da mudança, alguns mais drásticos em suas opiniões, outros nem tanto, mas todos a favor de que a partir de agora os concursos do circuito classificatório para o Fepart e o próprio Fepart, ficassem a cargo do MTG do Rio Grande do Sul.

Nos dias 11 e 12 de fevereiro na cidade de Guarapuava teremos nosso primeiro curso com os novos avaliadores, e com isso esperamos sanar nossas dúvidas e esperar que os novos avaliadores consigam desempenhar bem sua função. Mais informações sobre o Paraná no decorrer do ano, grande abraço a todos.
Toni Alex Rodrigues
Consultor Técnico MTG Paraná

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

CHORO DE MULHER

Um garotinho perguntou à sua mãe:

- Mamãe, por que você está chorando?

E ela respondeu: Porque sou mulher...
- Mas... eu não entendo.

A mãe se inclinou para ele, abraçou-o e disse:
- Meu amor, você jamais irá entender!...
Mais tarde o menininho perguntou ao pai:
- Papai, por que mamãe às vezes chora, sem motivo?
O homem respondeu:
- Todas as mulheres sempre choram sem nenhum motivo....
Era tudo o que o pai era capaz de responder
O garotinho cresceu e se tornou um homem. E, de vez em quando, fazia a si mesmo a pergunta:
- Por que será que as mulheres choram, sem ter motivo para isso?
Certo dia esse homem se ajoelhou e perguntou a Deus:
-Senhor, diga-me... Por que as mulheres choram com tanta facilidade?

E Deus lhe disse:

- Quando eu criei a mulher, tinha de fazer algo muito especial. Fiz seus ombros suficientemente fortes, capazes de suportar o peso do mundo inteiro... Porém suficientemente suaves para confortá-lo!

- Dei a ela uma imensa força interior, para que pudesse suportar as dores da maternidade e também o desprezo que muitas vezes provém de seus próprios filhos!

- Dei-lhe a fortaleza que lhe permite continuar sempre a cuidar da sua família, sem se queixar, apesar das enfermidades e do cansaço, até mesmo quando outros entregam os pontos!

- Dei-lhe sensibilidade para amar seus filhos, em qualquer circunstância,mesmo quando esses filhos a tenham magoado muito ...
Essa sensibilidade lhe permite afugentar qualquer tristeza, choro ou sofrimento da criança, e compartilhar as ansiedades, dúvidas e medos da adolescência!

- Porém, para que possa suportar tudo isso, Meu filho...Eu lhe dei as lágrimas, e são exclusivamente suas, para usá-las quando precisar. Ao derramá-las, a mulher verte em cada lágrima um pouquinho de amor. Essas gotas de amor desvanecem no ar e salvam a humanidade!

O homem respondeu com um profundo suspiro...
- Agora eu compreendo o sentimento de minha mãe e de minha noiva...
- Uma pequena homenagem as mulheres da minha vida....

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O Fogo de Chão

As longas e frias noites de inverno, nas primitivas tribos indígenas, levaram os nativos a descobrir o fogo de chão.  Próximos de suas ocas construíam locais onde as famílias «uniam-se ao redor do fogo, alimentado pela tradicional lenha de angico. Um pai-de-fogo, guarda-fogo ou tição-mestre garantia a sobrevivência da fagulha calorosa, que aquecia o gelo das noites grandes. As brasas encandecentes eram um verdadeiro convite para o doce aconchego, quando o frio parecia congelar o ideal, a vida e o próprio tempo.


Ao redor do fogo de chão os homens contavam às crianças, suas aventuras do dia-a-dia. As mulheres falavam dos episódios acontecidos nos momentos solitários, enquanto os homens caçaram ou guerreavam. Eram passadas em revistas as mais belas lendas nativas. Mboitatá, Jarau, Angueras, etc. Sangrentas revoluções, entre nativos e colonizado rés. Lutas de posses e as maravílhas escaramuças conhecidas com a chegada do cavalo, figura máscula da coragem e predestinação.

As crianças disputavam as bijouterias trazidas pelos estrangeiros. Os adultos contavam suas mágoas e alegrias. Ninguém interrompia quem detinha a palavra, a não ser para um aparte ou pergunta. As lidas campeiras passaram a ser a temática central, enquanto o chimarrão corria de mão-em-mão. Era a seiva energética dessa convivência em comunhão.


O fogo de chão aquecia o sentimento nativo do mestiço, projetando-se no ideal campeiro do gaúcho. Ao seu aconchego desfilou a história dos primeiros passos da formação de nosso pago. O cavalo, o gado, as domas, as tropeadas, as carreteadas, os aramados, as marcações, etc. As carreiras de cancha reta, cujos cavalos, figuras centrais daquele mundo ermo, levavam em suas patas, os desvairados sonhos de enriquecer, no desfilar de alguns minutos. As estórias de carreteadas de muitos meses, vencendo serranias impressionantes e outras, cujas missões ficaram sepultadas nos terríveis despenhadeiros.


Os mais nativos usos e costumes foram aquecidos pelo fogo de chão, transmitidos de gerações a gerações, germinando o núcleo de nosso Folclore Gaúcho. Com o fogo de chão surgiu a charla. Os adultos retiravam-se, rodeavam as brasas entrincheiradas sob guarda-fogos, para as cnversações. Eram bate-papos sem solenidades ou formalismos, em forma de relatos ou troca de opiniões. Nas charlas é que foram tomadas as grandes decisões históricas de nossa terra.


Determinado momento, sob o calor do fogo, a concentração só era quebrada pelo ronco do mate-amargo. Nas chaleiras e nas cuias de porongo concentravam-se as atenções da espera do próximo chimarrão.

Nas charlas, como nas rodas de chimarrão, reinava a oportunidade equitativa entre peões e patrões. Todos esperavam che¬gar a sua vez para chupar a bomba de um chimarrão, assim co mo tinham o livre arbítrio para opinar sobre os assuntos em pauta.
Com a tradição do fogo de chão é que surgiram os galpões crioulos. Cobertos de capim, barreados, de pau-a-pique, táboas ou costaneiras, chão batido, os galpões de estâncias foram as sementeiras do Tradicionalismo.
No galpão, uma convivência efervescente, a cada noite, sob charla e fogo de chão, o tradicionalismo foi alicerçando seus parâmetros.

Para o gaúcho o galpão é uma instituição onde convivem supostos associados, compostos pelo pessoal da estância e seus visitantes. Muitas peças de nosso folclore nasceram dentro dos galpões. Cada galpão abriga um vasto património campeiro. São as utilizadas na vida campesina. Foi nos galpões que surgiu pura do posteiro, agregado da estância, encarregado de zelar pelos bens da propriedade.
ABC do Tradicionalismo
Salvador Lamberty

Conversa de irmãos

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