e sopram por onde eu quero
e deles nada espero
mas tanto tem pra entregar.
Por meus feitos hão de estar
em qualquer dobra do mundo,
marchando a cada segundo
que eu necessito marchar.
Meus redomões são de chuva,
lacrimada em primavera,
Suor de passadas eras,
que ainda teimam em pingar
e aprenderam a voar
desde a primeira encilhada.
Meus redomões são de estrada
se necessito estradear
Tive tantos neste mundo
e peço ao tempo tantos outros,
abençoados e santos,
de carne, osso e pelagem
sangue benzido em coragem
de atravessar o universo;
por isso derramo em versos
os meus cavalos de viagem.
Os meus cavalos de sombra
tem luz no brilho do andar...
Vieram sempre pra estar
Comigo em tudo e onde vou...
Pena ao caminho sobrou
na correnteza traiçoeira,
entrego então - vida inteira
aos pingos de luz que sou.
Foram todos terra e sol,
verdeando quando era tempo
e quando não, pelo vento,
recuperavam-se assim;
e, se nadar era o fim,
na correnteza traiçoeira
entregavam alma inteira
em quatro remos por mim.
Poesia inédita escrita em 20 de agosto de 2009, foi musicada e arranjada com Guilherme Collares em 9 de maio de 2010. Canto Ancestral - Lisandro Amaral
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