quinta-feira, 1 de março de 2012

Artesanato em Couro

O Rio Grande do Sul, situado na região meridional do Brasil, era habitado por indígenas por ocasião da chegada dos Padres Jesuítas, que foram os primeiros homens brancos que chegaram ao nosso Estado. Vieram à América com a missão de ampliar o reino de Deus, construindo Povos ou Missões e aldeando os nativos. Para protegerem-se do frio, no rigoroso inverno gaúcho, os índios cobriam-se com peles e couros de animais nativos como o capincho e o veado. Só mais tarde é que começaram a usar o couro do gado.Usavam preso aos ombros, descendo até os pés, chamado CAYAPI.

O couro também era usado por algumas tribos indígenas para cobrirem as habitações. As peles eram usadas com o pelo para dentro e a parte interna do couro para fora; essa parte que ficava para fora era pintada de vermelho ou, ocre, extraído do barro dos rios ou das plantas. Por volta de 1700 chegaram ao RS soldados e marinheiros europeus engajados em navios ibéricos (portugueses e espanhóis). Eram aventureiros, à procura de riquezas minerais e especiarias e encontraram os rebanhos de gado chimarrão.


Esses homens usavam botas russilhonas, de couros curtido por processo especial de curtume "couro da rússia" que deixa o couro meio amarelado. Eram botas que subiam acima do joelho, até a metade da coxa, para protegê-los dos arbustos e animais peçonhentos. Alguns usavam dobradas pouco abaixo do joelho; generalizou-se então o uso dessas botas apropriadas à vida errante e campeira.

Os índios usavam o chiripá, espécie de saia de couro dos animais e o chapéu pança de burro. O couro era tirado da pança do animal e imediatamente moldado num palanque com o pelo para fora, dando a forma de chapéu de copa alta. Ao ar livre e sob a ação do sereno e do sol, o chapéu endurecia. A bota de garrão ou bota de potro era usada por quase todos os povos primitivos, da antiguidade.
 Ao artesanato de uso campeiro, na base do couro cru, dá-se o nome de trabalho em cordas e guasqueiro é o apelido pelo qual é conhecido o homem do campo que se dedica a esse tipo de artesanato.

A COUREADA
Diz-se "courear" ao ato de despegar o couro do animal morto. Para ser utilizado no artesanato, o couro dever ser bem limpo, sem gordura, re-íduos de carne e sangue.
 Diz-se "courear" ao ato de despegar o couro do animal morto. Para ser utilizado no artesanato, o couro dever ser bem limpo, sem gordura, re-íduos de carne e sangue.
RASPAGEM DO PELO (DEPILAÇÃO)

É também chamado de "lonqueamento". Lonca é o nome dado ao couro desprovido de todos os pelos. A parte interna do couro recebe o nome de carnal e a parte externa de "flor". Do couro "lonqueado" cortam-se os tentos, que são tiras ou fios de couro. O lonqueamento é efetuado com o couro ainda úmido (verde).

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