Como diz o amigo Savaris, Presidente da CBTG: “os gaúchos gostam de se encontrar e tão sempre inventando coisas e arrumando um jeito pra estarem juntos e chimarrear, churrasquear...”. No mundo de hoje, apesar da vontade e da saudade, nem sempre é possível estar juntos, embora diminuídas as distâncias pela evolução dos transportes aéreos e terrestres, com aviões e automóveis cada vez mais rápidos e seguros, melhores estradas, apesar das inúmeras porteiras que colocaram nelas (pedágios). É que os “pila” na guaiaca, quase sempre meio escassos, não podem ser gastos ao bel prazer, pois farão falta no dia de amanhã, entre outros, porque essas tais “crises” que aparecem por aqui ou por ali, algumas que vem de tão longe que o “taura” nem sabe onde fica, mexem no bolso de todos. Também tem as mudanças do tempo, que afetam as colheitas, a criação, o comércio. Uma hora chove demais, outra de menos, seca, granizo. O certo é que tudo isso influencia nos encontros da gauchada, que tem que chimarrear e churrasquear solitos, quando a tradição traz a saudade.
Nessas horas a tecnologia da comunicação pede cancha e entra a serviço do tradicionalismo. Em qualquer canto do pago, um simples “clique” numa tecla e se pode atravessar porteiras e fronteiras, indo, num piscar de olhos, às mais longínquas querências, falar com os amigos e parentes, ao vivo e a cores e se emocionar. Vivemos a era da internet, dos galpões virtuais (sites), dos blogs, das redes sociais (MSN, Facebook, Twitter, etc.), dos celulares cada vez mais modernos e descartáveis, computadores, notebooks, tablets, e temos à disposição uma infinidade de aplicativos para todos os gostos e bolsos. Do galpão da fazenda, lá no fundo do campo, o peão pode falar pelo seu celular (via satélite) com o patrão que está lá na cidade grande ou até do outro lado do mundo. O GPS nos indica os caminhos, mostrando estradas que se endireitam e se entortam, nos avisa quando tem lombadas e até se estamos com o pé meio pesado e nos esquecemos dos limites de velocidade e dos radares e pardais. Os chasques eletrônicos (e-mails) vão e vem numa velocidade incrível. Mandamos mensagens sem correr o risco de ir aos correios levar uma carta e sermos atropelados na faixa de segurança. Podemos fazer os pagamentos das contas sem sair de casa, sem a preocupação com assaltos.
Então,vamos usar todos esses meios de comunicação no dia-a-dia profissional, pessoal e tradicionalista para nos comunicarmos mais, respondendo prontamente os chasques eletrônicos e mensagens dos companheiros, atualizando nossos galpões virtuais, divulgando os acontecimentos de onde estamos aquerenciados, aproveitando toda essa tecnologia que está a nossa disposição para nos aproximarmos enquanto os encontros não acontecem. Porque para nós, tradicionalistas gaúchos, que valorizamos nossos costumes e tradições, nenhuma tecnologia, por mais moderna e sofisticada que seja, substitui ou substituirá o velho e cordial aperto de mão, o abraço cinchado de volta e meia, a satisfação de cevar e sorver um mate na roda de chimarrão, o prazer de assar uma costela gorda no fogo de chão, enfim, a alegria e a emoção de viver e reviver um encontro ou reencontro com um velho amigo e companheiro de ideais.
Por Francisco Carlos Fighera
(Chico Fighera)
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