Quando falamos em Pai, lembramos daquela figura durona que
na sua ausência é lembrado como temor para evitar as ações negativas dos
filhos. Lembramos também daquele homem e que, com a barba ainda cerrada no
rosto, é chamada de desatualizado por não entender das novidades da
informática.
Mas o Pai é um ser humano como todos os outros com suas
fraquezas, medos, ânsias e esperanças. Meu pai me ensinou que ser Pai é ser
humilde quando poderia se exaltar. É aquele que muitas vezes chorou baixinho,
longe, para não ser visto, pois muitas vezes com o coração partido, endurece
para dar uma sentença como um juiz inflexível. Ensinou-me também que ser Pai é
estar ao lado da família, mesmo estando distante na luta do dia-a-dia. É chegar
cansado e ter que jogar uma partida de futebol. É encher-se de orgulho ao ver o
filho vestindo a camisa do seu clube do coração, Ser Pai é buscar nas noites
mal dormidas as respostas para os enigmas da vida para poder transmitir os
ensinamentos àqueles que acreditam que ele tem a resposta para tudo.
É normal que desde a maternidade que o menino já seja
apresentado com a camiseta do time que já os orienta à arte da competição. Nós
homens, passamos a infância e a adolescência provando nossa hombridade. Chorar
não nos é possível, pois já diz o velho ditado: “Homem que é homem não chora!”,
muito menos expor algo que simbolize fragilidade, sem o risco de, ao não
competir sermos vistos como frágeis ou menos homens.
Mas lá estamos nós, pais, adultos que acompanhamos desde o
primeiro momento o desenvolvimento de nossos filhos, participando daquilo que
as mães chamam de “sentir a vida nascendo
dentro de si”. Ser Pai, meus amigos, é sofrer quando o filho esta doente e
não poder faltar o trabalho e, prometer que naquele final de semana estará
junto e poderá mostrar seu amor e brincar com ele. Ser pai é disputar o espaço
que a natureza não lhe deu e poder dar mamadeira pro filho, imitar balbucios
bobos, escondendo-se pra não dizer que você está louco.
Mais tarde ser avô... A doce arte divina de ser pai e filho
ao mesmo tempo. Também de ser o guardião das “artes” e amigo íntimo dos netos. Confidentes. Enquanto as mães
dizem que a namorada não serve para o filho, o pai acha que o namorado nunca é
bom o suficiente para sua filha. O pai ensina o filho a ser macho, não chorar e
a mãe insiste em educá-lo emotivo. Uma mescla de rudeza e amabilidade. Quantas
vezes vibramos e nos emocionamos juntos e nos orgulhamos das conquistas dos
filhos e daqueles que amamos?
Quero neste ECO de agosto, mês dos pais, dedicar este espaço
todo especial àquele que me deu a vida e parte da sua vida para que chegasse
onde cheguei. Aquele que nunca gritou para me dar conselhos, pois foi, com seu
exemplo de vida, que mostrou o melhor caminho a ser seguido. Tenho certeza que os
leitores desse artigo, identificar-se-ão com cada um destes momentos. Cabe a
nós, pais, ensinarmos que, muitas vezes em nossas vidas não chegaremos ao
objetivo final traçado no inicio da jornada, mas que ao final de cada etapa
existe um novo recomeçar. O teu exemplo pai, será a estrada que teu filho
seguirá, pois ser pai não é dar conselhos, mas exemplos de vida.
2 comentários:
Amigo Rogério,parabéns pelas belas palavras, traduziste com maestria a essência do que é ser pai.
Parabéns Rogério.
Continues assim, valorizando cada vez mais aqueles a quem devemos nossa vida.
Antonio Peres Fragoso - amigo
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