segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A política de bombachas

Mais uma eleição e, mais uma vez, os bombachudos não se elegeram. Em uma rara excessão, Alceu Barbosa Velho, de Caxias do Sul, conseguiu vencer o pleito, ainda em primeiro turno para Prefeito. 


Na história do tradicionalismo gaúcho muitos nomes fortes tentaram alcançar uma vaga no meio político mas não conseguiram. Nomes como Vilmar Romera (foto), Antonio Augusto fagundes (que fez pouco mais de mil votos em Porto Alegre), Elton Saldanha, Gaúcho da Fronteira, Osmar Severo (não conseguiu reeleição depois de ter ajudado, e muito, o tradicionalismo), Jarbas Lima (não se reelegeu deputado, depois de nos dar o nosso maior feriado, o 20 de setembro), o Dr. Edson Dutra, dos Serranos, Airton Pimentel, e, recentemente, para vice prefeito de Palmares do Sul, João Luiz Correa.

Mas como se dá esse fenômeno? É base para um estudo, mas arrisco um palpite pelos anos envolvido neste meio. Vejo com frequência que, muitos tradicionalistas, se prendem aos estatutos da sua entidade no quesito que diz: "A associação não se vinculará a qualquer atividade de cunho político-partidário, e nem permitirá quaisquer espécies de discriminação de cunho racial, social ou religioso." e, acredito, esteeja ai, a falta de interpretação.


Ao não querer se envolver politicamente, para não ser taxado pelos seus associados, a entidade e, eles, associados, não se engajam em uma luta buscando benefícios para a  sociedade. 

Em 1992, foi aprovada uma resolução, na 36ª Convenção Tradicionalista de Uruguaiana, de autoria de Frontelmo Machado e relatado por Wilmar Winck de Souza, o "Provisório", onde o MTG, através do seu Conselho Diretor e Coordenadores, opinaria sobre eventuais apoios a determinados candidatos, que, iriam expor seus compromissos e planos de trabalho voltados ao tradicionalismo. Isso, pouca gente sabe.  Por que as entidades, seus lideres, não participam de momentos decisivos, só depois que tudo já está votado e pronto, aí vem os "defeitos".
Osmar Severo é um exemplo de laçador, simples, humilde e sempre disposto a atender os amigos, sem nunca fechar as portas. Em 2002, Severo deixou de aprovar seus projetos para aprovar as leis que envolviam os rodeios. Lei que permitia que o governo pudesse repassar subvenções sociais ao tradicionalismo organizado. Em 2005 transformou as musicas e danças tradicionais do RS em Patrimônio cultural e imaterial do estado, caso contrário os CTGs estariam pagando direitos para os "proprietários" até hoje. Mas mesmo assim nosso povo o ignorou.

Luis Augusto Lara, Osmar Severo, Stela Farias, Roque Jacoby, Wilson Cignachi, Sergio Moraes, Jarbas Lima, Germano Rigotto ... e nós... demos as costas. Isso me lembra os caranguejos dentro do balde, quando um tenta sair, os outros vão lá e o puxam pra baixo. 

Quando esse poderio cultural, de botas e bombacha, irão escolher alguém que possa olhar por eles. fazer por eles? Alguém que realmente dê valor aos nossos usos e costumes, valorize nossa indumentária, nossos símbolos... mas não é só isso, gente... o principal não aparece nas promessas, mas aparece nas ações, que é fazer uma sociedade melhor pra nossos filhos se criarem. No dia em que dermos as mãos vamos ver quanta coisa pode mudar pra melhor.

Um comentário:

Anônimo disse...

É isso mesmo Rogério o mesmo acontece no meio militar. Agradeço e elogio tua coragem de abordar esse assunto que a muitos aborrece. Saudações tradicionalistas
Antonio Peres Fragoso