Segundo campeiros, a idade do cavalo se conhece pelos dentes. Por isso, quando se compra um cavalo, a primeira coisa a ser observada são os dentes. Dos dois anos e meio aos cinco, nasce o “curumilho” (colmilho, na linguagem técnica). O curumilho é um dente pequeno, que nasce entre os molares e os incisivos. A égua não o tem. Após os cinco anos de idade, os dentes do cavalo começam a adquirir um risco preto e vão perdendo o fio. Depois dos dez anos, também o curumilho começa a ficar amarelo. Após os quinze anos, os dentes vão-se desgastando quase parelho. Aí, o animal já “não firma o pasto e deixa escapar”, isto é, não se processa a mastigação facilmente e o pasto cai-lhe da boca. Então, começa a aparecer a “travagem” – carne que cresce junto aos dentes e dificulta a alimentação.
Não podendo se alimentar convenientemente, o animal vai enfraquecendo. Em tais condições, o cavalar velho procura pastar dentro dos banhados, onde possa apanhar pasto molhado, enchendo a boca. Mas as sanguessugas (que se proliferam comumente nestes locais) vão-no enfraquecendo dia-a-dia. Em dezembro ou janeiro, o animal, para libertar-se das ditas “chamichugas”, busca o alto das coxilhas, onde termina por morrer se tenha passado um inverno em estado de decadência”.
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