É inegável a
importância dos congressos tradicionalistas para a criação de um
"sistema" organizado do tradicionalismo gaúcho. Se a criação do
"35" CTG foi a grande largada para o Movimento Tradicionalista
Gaúcho, gerando o aparecimento dos CTGs em todos os rincões, o primeiro
Congresso foi o passo
inicial para a formação de uma federação destes CTGs. Sem os congressos
tradicionalistas não haveria condições de serem estabelecidos e mantidos
padrões homogêneos, princípios comuns e a fundamental troca de experiências e
interação entre as entidades que surgiram, muitas vezes, sem saber exatamente o
que fazer. Podemos dizer que os congressos foram e, continuam sendo, a
argamassa que possibilitou a edificação do MTG.
Na cidade de
Pelotas, Fernando Brockstedt, Ubirajara Timm e Oswaldo Lessa da Rosa convocaram
uma Assembleia Tradicionalista, que foi realizada em dezembro de 1952, com a
presença de representantes de sete Centros de Tradições Gaúchas. Neste encontro
ficou aprovada a ideia de realizar um
Congresso Tradicionalista e criar uma federação de entidades tradicionalistas
do Rio Grande do Sul.
Fernando
Brockstedt trabalhou na elaboração do anteprojeto do estatuto dessa federação e
distribuiu cópias aos CTGs que participaram da assembleia em março de 1953. Era
o primeiro passo para o Io Congresso, bem como da criação do MTG, que se
concretizaria somente 14 anos depois.
Simultaneamente
espalhou-se através da imprensa para todo o Estado, a realização do pretendido
congresso. Em Erechím, o professor Hugo Ramírez havia fundado o CTG Galpão
Campeiro, em Bagé, Jaime Tavares causava entusiasmo com o CTG 93.
Rapidamente
outras entidades eram fundadas: Cachoeira do Sul, Piratini, Soledade, São
Lourenço do Sul, Farroupilha, Rio Grande (reerguimento do Mate Amargo entidade
fundada em 1934), Pinheiro Machado, Porto Alegre (Estância da Amizade), Quaraí,
Cacequi, Júlio de Castilhos, Rio Pardo, Esteio, São Gabriel, Canela, São
Francisco de Assis, entre outros.
O jornalista
Sady Scalante, da União Gaúcha, nesta ocasião, transferiu-se de Pelotas para
Porto Alegre e passou a liderar os preparativos. Foi agendada para novembro de
1953, em Rio Pardo, uma segunda Assembleia Tradicionalista, que se realizou no
CTG Fogão Gaúcho Riopardense.
Luiz Alberto Ibarra(E), Walter Miller Barlém(C) e Guilherme Schultz Filho (D) - Fonte: MTG 40 anos |
Barbosa
Lessa reuniu-se em dezembro de 1953 com Sady Scalante, Emílio Rodrigues e Fernando
Brockstedt, ponderando que o "35" CTG, como pioneiro e por
localizar-se na capital, não poderia ficar de fora da organização. Assim,
procuraram um dos intelectuais mais conceituados do momento, Manoelito de
Ornellas. Do encontro resultou a formação de uma comissão organizadora de cinco
membros: Manoelito de Ornellas e Walter Spalding ("35" CTG), Sady
Scalante e Luiz Alberto Ibarra (União Gaúcha de Pelotas) e Emílio Rodrigues
(Ponche Verde CTG). De imediato marcaram a data do Congresso para o período de
2 a 4 de julho de 1954.
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