Contos Gauchescos, de João Simões Lopes Neto, é um clássico da literatura pampeana. Tal como na obra original, na versão para TV, o protagonista é Blau Nunes (Pedro Machado). Nunes é um tropeiro leal e valoroso, que conduz os espectadores por episódios. A série baseada na obra do escritor gaúcho estreia na TVE, emissora pública do RS, na terça-feira, 14 de janeiro, às 23h. Os episódios serão exibidos na íntegra pela primeira vez na TV aberta.
Com dezenas de personagens, a produção alia às movimentadas narrativas criadas pelo escritor pelotense à ambientação dos usos e costumes do pampa, o que é marca do diretor Henrique de Freitas Lima, que também dirigiu os longas metragens Lua de Outubro e Concerto Campestre.
A série começa com um documentário sobre a vida e o legado do escritor João Simões Lopes Neto. Os episódios seguintes são adaptações dos contos Os Cabelos da China, Jogo do Osso, Contrabandista e No Manantial.
Filmada no Rio Grande do Sul – em Pelotas, São Gabriel e Piratini –, a obra lança diversos talentos ainda desconhecidos do público, como J.N. Canabarro, Tom Perez, Vagner Vargas e Lindsay Gianoukas. O músico e compositor Cristiano Quevedo também estreia na televisão, integrando o elenco de um dos episódios filmados em Piratini. Mais de 600 atores para pequenos papéis e figurantes foram selecionados nas comunidades que hospedaram a produção, o que dá à série autenticidade e vigor.
Contos Gauchescos é uma realização da Cinematográfica Pampeana em associação com a Apema.
Confira as datas de exibição:
Terça, 14 de janeiro, às 23h
Documentário de Abertura – Do real ao imaginário
Vida e obra de João Simões Lopes Neto em docudrama. A presenta o escritor e suas múltiplas facetas.
Quinta, 16 de janeiro, às 23h
Contrabandista
A partir de um peculiar relato de beira de fogo em que se conta do contrabando como atividade formadora do velho Continente de São Pedro com as palavras de Simões Lopes Neto, a trágica história de Jango Jorge. Um dos “maiores” chibeiros (contrabandistas) da literatura guasca, Jongo se lança em uma aventura perigosa para dar à filha um vestido de noiva decente. O destino lhe prega uma peça que ninguém contava pudesse acontecer. Um dos contos simonianos mais conhecidos, tem a ação concentrada e um prólogo que é um pedaço da história do Rio Grande.
Terça, 21 de janeiro, às 23h
Jogo do Osso
Do osso da canela do boi, que é jogado em uma cancha parelha em lances alternados, tem-se, dependendo da posição em que cai, a “suerte” e o “culo”. Os gaudérios Chico Ruivo e Osoro lançam-se na timba até as últimas consequências e a coisa fica perigosa quando a Lalica, china de Chico Ruivo, vira aposta. A gauchada, surpresa com os rumos da jogatina, acompanha a entrega da prenda como dívida de jogo. O fandango que se segue e a canha solta serão os responsáveis pela tragédia que passa a espreitar a farra.
Quinta, 23 de janeiro, às 23h
No Manantial
Para muitos a obra-prima de Simões Lopes Neto como contista. Narra com fôlego e precisão os sucessos ocorridos na tapera do Mariano, onde uma voluptuosa roseira até hoje adorna o perigoso lagoão que oculta um sumidouro evitado pelos animais. Ali, deu-se a trágica fuga da jovem Maria Altina do cargoso Chicão, enquanto todos se divertiam em um casamento numa estância vizinha. O que era uma morada ajeitada e promissora hoje virou tapera, com direito a assombrações para os tropeiros que a escolhem como lugar de pouso.
Terça, 28 de janeiro, às 23h
Os cabelos da china
Integrantes de um piquete farroupilha, o jovem Blau Nunes e o velho Juca Picumã desenvolvem uma camaradagem de companheiros de armas, em que o velho entra com a experiência e o outro com o ardor juvenil. Nas conversas na beira do fogo, o velho introduz a figura da filha, Rosa, a quem envia tudo o que guarda desta vida ingrata. Uma missão de batalha vai permitir o encontro deles com Rosa, que se amigou com um oficial legalista. Morena, com uma trança de cabelos negros que lhe chega aos joelhos, o feitiço da Rosa se vira contra a feiticeira em uma história de amores brutos e amizade entre guerreiros.
Anahy
Metz
Assessora de Imprensa
Fundação Cultural Piratini - TVE e FM Cultura
Um comentário:
Os episodios exibidos pela RBS TV eram "parciais" (não na íntegra)?
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