“UM BOI PRA NÃO
ENTRAR. UMA BOIADA PRA NÃO SAIR.”
Aprendemos
desde pequenos que a cada momento, a cada oportunidade, temos a opção de
escolher. Só o ser humano tem essa virtude, de poder escolher entre duas ou
mais opções, de forma livre, soberana e madura. As “escolhas” que os demais
seres vivos fazem, sempre serão definidas pelos seus instintos, nunca por suas
capacidades de discernimento ou por decisão voluntárias.
No
momento em que decidimos, livremente, assumir papéis preponderantes nas
instituições, sabemos que muitas situações nos aguardam: umas boas e
gratificantes, outras, duras, ásperas, que exigem uma dose de renúncia e
firmeza que nos causa desconforto ou tristeza.
O
Movimento Tradicionalista Gaúcho (em qualquer das suas instâncias) exige de
seus dirigentes clareza de objetivos, honestidade de propósitos e precisão na
tomada de decisões. Estas três questões são determinadas basicamente por dois
documentos: a Carta de Princípios e o Estatuto das entidades (especialmente o
artigo que define os seus objetivos).
A
nossa Carta de Princípios, documento basilar, é taxativo e nos determina
comportamento ético que não permite personalismos, não aceita desvios de
conduta, não suporta ações que tratem a tradição, o folclore ou a cultura em
geral de forma inadequada. Não há espaço no meio tradicionalista – segundo a
nossa Carta de Princípios – para aqueles que querem se beneficiar ou para
aqueles que querem levar vantagem pessoal na exploração dos aspectos
organizacionais do Movimento.
Pelear
contra iniciativas que somente visam atender a interesses pessoais que visem
vantagem financeira, vantagem política, benefícios midiáticos, ou qualquer
outra forma de vaidade, é difícil e exige persistência e firmeza. Somente quem
se estriba na tradição e na formação sociológica do povo gaúcho poderá
enfrentar argumentos que se instalam a partir de oferecimento de vantagens.
Lutar
contra aqueles que querem transformar os aspectos culturais da sociedade gaúcha
em simples “fazer esportivo” custa muito das nossas energias, mas é um dever de
todos aqueles que se dispõem a ser dirigentes. Patrões de CTGs e Piquetes,
coordenadores regionais, membros dos mais variados conselhos, presidente do
MTG, etc. são pessoas que tem o compromisso moral de defender o Movimento e a
tradição gauchesca. Todos são dirigentes por escolha voluntária. Todos
decidiram voluntariamente e juramos orgulhosamente: cumprir e fazer cumprir!
De
minha parte, vou cumprir o que determinam as normas, até que sejam alteradas ou
eliminadas. Vou ser intransigente no que é fundamental para a preservação do
Movimento. Vou ser incondicional parceiro de todos os que exigirem e cumprirem
tudo aquilo que for destinado à preservação da cultura e das tradições.
Podemos
transigir, ser tolerantes ou negociar naqueles aspectos que sejam meras
formalidades ou simples elementos de organização, mas jamais vamos aceitar que
aspectos fundamentais da tradição e elementos basilares da ética
tradicionalista sejam agredidos impunemente. Repito o que tenho dito ao longo destes
últimos 20 anos: “meu compromisso é com a tradição e com a história, se não for
para preservar a cultura regional e a identidade social do gaúcho, não contem
comigo.”
Entrei
na briga por vontade própria e bem acompanhado! Dei um boi pra entrar nessa
lida e darei uma boiada pra não sair dela antes de cumprir a missão! Espero que
todos os tradicionalistas e, especialmente, os dirigentes estejam do meu lado
pois a peleia que se avizinha será daquelas que ficam na história.
Manoelito Carlos Savaris
Presidente do MTG
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