Registramos, em nosso Estado, cavalos atrelados ao arado, puxando zorras, arrastos, mochas, carretilhas de pipa d’água, sarrilho ou rolete de poço para balde bolcador, moendas de milho, a ouriços nas canchas de erva-mate, trabalhando em atafonas, etc.
As pessoas, que conheceram Porto Alegre, na década de 1930, devem estar lembradas, que existiam companhias de transportes puxados por cavalares e muares.
Quem estudou escrituração mercantil, nessa época, aprendeu a registrar os bens semoventes, isto é, os animais que puxavam as cargas nos carroções de mudanças. Até o pão e o leite eram entregues nas portas das casas por carroceiros. Alguns enfeitavam os animais, colocando, na orelha dos mesmos, flores de papel vermelho e figas na testa para evitar “olho grosso”.
O tempo vai passando e os animais de tiro continuam servindo mesmo nas zonas urbanas de nossas cidades. As carroças de duas rodas são de introdução portuguesa e até hoje usadas nos Açores.
Registramos, no Rio Grande do Sul, carroças de vários tipos: a carrocinha para transporte de pequenas cargas conta com dois varais, duas rodas raiadas, eixo, caixa com banco dentro da mesma. Carroça com boleia (chamada de gaiota, na região missioneira), com ou sem tolda, conta com dois varais, eixo, duas rodas raiadas, boleia e piso.
Para atrelar o cavalo neste tipo de transporte, colocam-lhe buçal e freio, antrolhos (que são presos ao freio), correame constando de: peiteira, travessão com tirantes (estes presos na retranca), selim (tipo de sela pequena), por onde passa uma barrigueira de lona. Os tirantes sustentam os varais das carroças e a barrigueira evita que estes levantem prejudicando, assim, o animal. Por entre os varais, passam as correntes que se prendem aos balancim.
Nas áreas rurais, registram-se: charretes (com duas rodas revestidas por pneus) com dois varais, banco para três pessoas, boleia, piso para os pés e varilho à frente.
Os imigrantes alemães e poloneses introduziram a carroça de quatro rodas ou carroção. Quando possuem lança ou guia são tracionadas por animal cavalar ou muar. Quando empregado animal vacum (bois), um cabeçalho é preso à lança.
O carroção ou carreta de quatro rodas compõe-se de dois jogos de tesouras, lança, eixos, sobre-eixos, duas rodas grandes e duas pequenas (raiadas), travessa, segurança da lança, dois gastalhos, sarangão e caixa. Possuem brete. Há carroções com cobertura como é o caso da Jardineira, que é provida de bancos virados frente à frente. A este tipo de carroção são atreladas parelhas de animais.
Estes transportes possuem rodas com chapas de ferro e os animais que os tracionam são ferrados.
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