quarta-feira, 28 de maio de 2014

Feltrin é Patrono dos Festejos Farroupilhas de 2014

          Benjamim Feltrin Netto, nasceu em 21 de dezembro de 1937, tendo como berço as onduladas coxilhas de Cruz Alta, exatamente no Passo do Inglês, interior de Cruz Alta, hoje pertencente à cidade de Pejuçara. Seus pais, Pedro e Guilhermina Feltrin, de origem camponesa, deram ao filho excelente formação de caráter, forjado nos galpões, ungida pela seiva do mate, no calor das brasas do angico, misturada com o aroma da fumaça de cerne de cambará. 

          Repetindo o nome do avô, Benjamim, nascido na Itália, colono pioneiro como todos os que vieram sonhando com a “América”, o guri foi criado no interior de Palmeira das Missões, na famosa fazenda da Ramada, do Coronel Valdomiro Dutra, onde seu pai e o tio foram capatazes, posteiros. Criou-se praticamente no lombo do cavalo, só largando a prática quando veio servir ao exército, de volta a Cruz Alta. O que sabe de coisa campeira, montar, laçar, é dessa época, na vastidão das 96 quadras de sesmaria (cada quadra tem 87 hectares) da Ramada. E até hoje, quando surge a oportunidade, ele gosta de montar a cavalo e rebolear o laço. Como fez em Coxim, Mato Grosso, na homenagem recebida, na abertura do 5º Rodeio dos Campeões e em outros tantos lugares por esse Brasil a fora.

           No ponto de assentar de praça, ingressou no exército nacional, onde permaneceu até sua aposentadoria, durante sua carreira militar teve um companheiro inseparável. O clarim, executando com maestria as ordens à tropa. As notas de seu clarim se misturavam com as melodias das canções Rio-grandenses. Na sua importância se figurava a personalidade do gaúcho, que conheceu todos os macetes campeiros na lida e no aconchego dos galpões, aprimorou o perfil da sua personalidade na disciplina militar. Feltrin ficou no exército até 1984, quando passou para a reserva como 2º Tenente - clarim.


           Ai está sua especialidade, era a mesma de Nico Ribeiro, o lendário clarim de Bento Gonçalves, o qual segundo a tradição (e está no poema, premiado de Guilherme Schultz filho), ano após ano, por muito tempo depois da morte do grande comandante, ainda ia ao Cemitério do Cordeiro, encostas do Camaquã, tocava o “Silêncio” - in memoriam - do Chefe e amigo morto. Feltrin conserva até hoje o mesmo amor pelo clarim que fez vibrar em alvoradas, silêncios e cargas. Incorporou o clarim à sua personalidade, quando Presidente do MTG, acordava os companheiros a toque deste.

           Sua esposa Neli, a grande companheira, lhe deu três filhos: Rose Mari, Francisco e Ana Claudia e três netos Vanessa, Pedro Henrique e Thiago. Feltrin iniciou sua trajetória tradicionalista, no CTG 20 de setembro, em Santo Ângelo, no ano de 1961. Em suas andanças funcionais, no exército, passou por Santa Maria onde esteve entreverado no CPF Piá do Sul, inclusive, ajudando com próprias mãos na construção da sede da entidade, onde é um dos fundadores, onde foi sota-capataz e posteiro da invernada cultural.

          Em Santana do Livramento, no CTG Fronteira Aberta, dirigiu o departamento cultural e artístico em duas gestões, de onde foi levado para à Coordenadoria da 18ª RT, tendo permanecido como Coordenador por quatro mandatos, até  ingressar no Conselho Diretor do MTG. Em Pelotas, em janeiro de 1992, foi eleito foi vice-presidente de eventos, no período de 1992/93. Teve como responsabilidade, o antigo FEGART, onde já era Coordenador do acampamento, do famoso festival de Farroupilha. Em 1992 foi chamado, publicamente, por José Roberto Diniz de Moraes, de “Leão do FEGART” apelido que pegou bem, combinando com o tipo de personalidade de Feltrin, atacando sempre de frente os problemas. Finalmente, Feltrin, no 34ª Congresso, em Esteio, chegou à Presidência do MTG, por dois mandatos, 1994/1995 e foi o primeiro Presidente vindo da fronteira do Rio Grande do Sul.


           Por mais de três décadas Feltrin vem prestando serviços aos MTG. Sua energia e austeridade são marcos fundamentais de sua atuação, procurando fazer justiça. Se foi severo em alguns momentos, também foi tolerante e soube perdoar, tendo por tudo isso o respeito e a admiração dos seus companheiros de causa. Feltrin é conselheiro Benemérito e Honorário do MTG, atualmente pertence ao conselho de Vaqueanos da entidade. 

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