Trova — Composição lírica, cantiga ou quadra popular constituída de uma estrofe de quatro versos ou linhas, rimados o 2° e o 4°; ou o 1° com o 3° e o 2° com o 4°. Assim o trovador expressa todo o seu pensamento em uma única estrofe, demonstrando o poder de síntese poética.
Rapsódia — Fragmentos de cantos épicos entre os gregos; trecho de uma composição poética; composição musical formada de diversos cantos tradicionais ou populares de um país.
Rapsodista — Pessoa que faz rapsódias, ou que faz compilação de poesias ou de quaisquer trechos literários.
Rapsodo - Cantor ambulante de rapsódias na Grécia Antiga; poeta.
Quadra Popular — Fornia poética escrita, constituída de 4 versos (li-nhas), rimados normalmente o 2° com o 4° versos. Vem desde os séculos XI e XIV, quando os poetas portugueses já imitavam a poesia provençal. O poeta medieval da Provença, era chamado de TROUBADOUR, trovava no dialeto TROUVÈR LANGUE D'OC. Na parte norte da França era designado por TROUVERE, que significa ACHAR. O trovador desta modalidade poética expressa todo um pensamento em uma única estrofe, demonstrando o poder de síntese.
Exemplo: "O dia 10 de setembro foi um dia soberano. Em que no Seival soou o grito republicano". Obs.: Quadra de autor desconhecido, da época da Revolução Farroupilha.
Trova Literária - É semelhante à quadra, porém as rimas são do 1° verso com o 3° e o 2° com o 4°. O trovador literário é uma pessoa de bom nível cultural, que sabe condicionar os versos, respeitando os critérios técnicos da trova.
Exemplo: "O que restou da fazenda, da casa grande amarela!... Somente a placa de venda sobre o moirão da cancela".
Autora: Doralice Gomes da Rosa.
Movimento Trovadoresco - Em todo o Brasil, é muito ativo o movimento da Trova Literária. Esta movimentação se apresenta através dos inúmeros e constantes concursos de trovas. Em consequência, a produção é intensa, culminando com a publicação de livros de trovas por toda a parte.
União Brasileira de Trovadores — UBT — Entidade de âmbito nacional, que agremia os trovadores literários. A UBT possui seccionais nas Capitais e estas, Delegacias em muitas cidades do interior.
Repentismo — É o verso repente, improvisado na hora e cantado. O cantador de improviso remonta épocas muito antigas. Segundo registros, a trova em desafios de improviso, já existia em Roma, por volta do ano 1250. Dos tempos bíblicos, como o Rei Davi e Salomão, que eram improvisadores; na Grécia Antiga, com Homero e, em Portugal, na Idade Média, os desafios de repentistas eram comuns e populares. Camões e Bocage, foram grandes improvisadores.
No Rio Grande do Sul - O canto de improviso entre nós conhecido como TROVA, é uma das mais expressivas manifestações da cultura espontânea do Rio Grande do Sul. É talvez, a forma fundamental da música regionalista do nosso Estado.
E a denominação atribuída à toda forma de improviso no Rio Grande do Sul. Atualmente as mais conhecidas modalidades são: Trova Campeira, Trova Tira-Teima (em desuso), Trova em Milonga, Trova do Martelo e a Trova Estilo Gildo de Freitas.
Para diferenciar da Trova Literária, acrescentou-se a palavra GALPONEIRA, portanto TROVA GALPONEIRA, pois sua propagação se deu dos galpões das estâncias para a modernidade das cidades de hoje, através do talento dos TROVADORES.
O trovador do Rio Grande do Sul, na parte do improviso, tem estilo próprio. A Trova Galponeira é a arte de improvisar versos em diferentes modalidades de versificação e com diferentes géneros musicais de acompanhamento, identificadores da cultura gaúcha.
Métrica - Com estrofes em sextilhas (6 versos ou rinhas) e a métrica em redondilha maior (setissilábicas, isto é, com 7 sílabas poéticas).
Início — O improviso de antigamente era em quadrinhas, ou seja, estrofes de 4 versos (linhas), com rimas intercaladas (2° com o 4° versos). Normalmente ao som da viola de 10 ou 12 cordas e chamada de "porfia", que significa disputa, competição. As primeiras, caracterizavam-se por apresentar melodia livre, as chamadas QUERO-MANAS, do período fandangueiro.
A trova no rádio - Com o surgimento do rádio, apareceram os primeiros programas regionalistas e, com estes, os grandes desafios de trovadores, que lotavam auditórios com ruidosas torcidas. Por volta da década de 40 inicia no rádio o programa TROVADORES DO RIO GRANDE, em forma de disputa e que alcançou grande sucesso na época. Amadrinhava os trovadores na gaita, o também trovador, cantor e grande gaiteiro Pedro Raymundo.
Em meados dos anos 50, surge na Rádio Farroupilha o programa GRANDE RODEIO CORINGA, e com ele a divulgação dos desafios de trovas, cuja fama dos trovadores logo se espalha com a força da radiofonia. O poeta e radialista Dimas Costa comentava que nos tempos de seu programa na Rádio Gaúcha, após as trovas, o povo acompanhava os trovadores que se deslocavam até as imediações do Mercado Público, no Centro de Porto Alegre, e lá os desafios continuavam varando as noites ante o delírio dos expectadores, pelo talento dos repentistas.
Do livro de P.R.Fraga Cirne
O Canto de improviso
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