O exercício de liderança, em qualquer
instância social, apresenta elementos importantes para a realização ou para o
crescimento pessoal de qualquer cidadão. De todas as posições de liderança na
estrutura do Movimento Tradicionalista Gaúcho a de patrão de entidade é a que
mais pode realizar um tradicionalista. É na entidade que se faz a tradição (no
conceito de transmitir cultura de uma geração à outra).
Ser patrão de uma entidade,
especialmente daquelas que tenham sede própria e os vários departamentos em
funcionamento (artístico, campeiro, esportivo, cultural) é também um grande
desafio, pois não basta querer e ter boa vontade, tem que poder e dispor de
tempo, de muita paciência e de, não raras vezes, usar do próprio dinheiro para
pagar contas e despesas da entidade.
Arrisco-me a afirmar que nenhum
tradicionalista terá plenas condições de aquilatar o Movimento, de dar parecer
com precisão, de avaliar a ação de outras lideranças, se não exercer a função
de patrão de entidade. Não de qualquer entidade, mas daquelas que tem muitos
sócios, atividades diárias e contas a pagar no final do mês. Se alguém é, ou
foi patrão de entidade que faz eventos grandes, que realiza rodeios, que leva
grupos de danças para rodeios ou para o ENART, que participa ativamente do
Aberto dos Esportes, e assim por diante, aí sim poderá melhor dar parecer,
criticar e apontar caminhos mais seguros para outros líderes do MTG.
Tradicionalistas (alguns nem isso são)
que emitem opinião, dizem como, quando e de que forma deve ser feito, criticam,
julgam, muitas vezes ofendem, sem jamais terem exercido qualquer função de
liderança em que tenha sido necessário gastar do próprio bolso, que nunca
tiveram que resolver querelas entre associados, que nunca tiveram que buscar
parceiros e patrocinadores para garantir sucesso de eventos da entidade (não
para si mesmo), esses não contam! Esses que somente veem o próprio umbigo não
podem ser mais importantes, mais necessários para movimento do que os patrões.
O Movimento Tradicionalista Gaúcho
está completando quase 70 anos de existência e chegou até aqui graças ao
trabalho dos patrões, dos coordenadores, dos conselheiros, dos capatazes, dos
presidentes, ou seja, de todos aqueles que deram de si. Que serviram. Que se
dedicaram para o bem dos outros e das suas entidades. Não posso crer que o MTG
alcançou o patamar que hoje ocupa por conta daqueles que sempre, e a todo
momento, se servem do Movimento, cobram para fazer “tradição”, se acham os
tais, posam de artistas para exigir isso e mais aquilo, que vivem às custas das
promoções dos CTGs.
Por tudo isso, reafirmo a minha
convicção de que os patrões de entidades são as nossas mais importantes
lideranças. A eles meu respeito e meu reconhecimento. A eles o crédito do
sucesso do Movimento.
Aos patrões uma mensagem direta e
reta: não se deixem abater pelas críticas e cuidem para que suas entidades
sejam santuários da tradição.
Manoelito Carlos Savaris
Presidente do MTG
Um comentário:
Bom texto realmente os patrões são os caras que botam a cara a tapa. Gastam tempo dinheiro e tudo mais para continuar envolvidos com o tradicionalismo. Mas por outro lá vemos muitos patrões desprepara dos riogrande a fora. O cara nunca administrou nem um bolicho na vida e do dia pra noite vira patrão. Acha que é autoridade e espanta os poucos parceiros que ainda tinha para ajudar a tocar o ctg. Acho interessante o mtg pensar em umais treinamento administrativo para patrões
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