Na história do tradicionalismo gaúcho muitos nomes fortes tentaram alcançar uma vaga no meio político mas não conseguiram. Nomes como Vilmar Romera, Antonio Augusto fagundes (que fez pouco mais de mil votos em Porto Alegre), Elton Saldanha, Gaúcho da Fronteira, Osmar Severo (não conseguiu reeleição depois de ter ajudado, e muito, o tradicionalismo), Jarbas Lima (não se reelegeu deputado, depois de nos dar o nosso maior feriado, nossa data magna, o 20 de setembro), Edson Dutra, dos Serranos, Airton Pimentel, e, na ultima eleição, para vice prefeito de Palmares do Sul, João Luiz Correa.
Mas como se dá esse fenômeno? É base para um estudo, mas arrisco um palpite pelos anos envolvido neste meio, pois vejo com frequência que, muitos tradicionalistas, se prendem aos estatutos da sua entidade no quesito que diz: "A associação não se vinculará a qualquer atividade de cunho político-partidário, e nem permitirá quaisquer espécies de discriminação de cunho racial, social ou religioso." e, acredito, esteja ai, a falta de interpretação. Escrevi sobre isso em 2012.
Ao não querer se envolver politicamente, para não ser taxado pelos seus associados, a entidade e, eles, associados, não se engajam em uma luta buscando benefícios para a sociedade. Li, dia desses, alguém escrever no face do Cesar Oliveira, "agora voce perdeu o meu respeito", por ele ter se candidatado. Ao invés de dizer ao contrário: "Agora, por colocar tua cara a tapa, merece meu respeito".
Proposição aprovada em 92, em Uruguaiana
Em 1992, foi aprovada uma resolução, na 36ª Convenção Tradicionalista de Uruguaiana, de autoria de Frontelmo Machado e, relatado por Wilmar Winck de Souza, o "Provisório", onde o MTG, através do seu Conselho Diretor e Coordenadores, opinaria sobre eventuais apoios a determinados candidatos, que, iriam expor seus compromissos e planos de trabalho voltados ao tradicionalismo. Isso, pouca gente sabe. Por que as entidades, seus lideres, não participam de momentos decisivos, só depois que tudo já está votado e pronto, aí vem os que costumam colocar "defeitos".
Osmar Severo é um exemplo de laçador, simples, humilde e sempre disposto a atender os amigos, sem nunca fechar as portas. Em 2002, Severo deixou de aprovar seus projetos para aprovar as leis que envolviam os rodeios. Lei que permitia que o governo pudesse repassar subvenções sociais ao tradicionalismo organizado. Em 2005 transformou as musicas e danças tradicionais do RS em patrimônio cultural e imaterial do estado, caso contrário os CTGs estariam pagando direitos para os "proprietários" até hoje. Mas mesmo assim nosso povo o ignorou. Paulo Ferreira, deputado federal, pelo PT, tem uma emenda aprovada para interiorização da cultura (R$1.000.000,00) que estará a disposição em edital no mês de dezembro.
Luis Augusto Lara, Osmar Severo, Stela Farias, Eranani Polo, Cesar Oliveira, Tomaz Augusto Schuch, Luiz Marenco... estão ai tentando...e nós... que tantas vezes demos as costas, quem sabe está na hora de ver as propostas. Isso me lembra os caranguejos dentro do balde, quando um tenta sair, os outros vão lá e o puxam pra baixo.
Quando esse poderio cultural, de botas e bombacha, irá escolher alguém que possa olhar pelo tradicionalismo, fazer por nós? Alguém que realmente dê valor aos nossos usos e costumes, valorize nossa indumentária, nossos símbolos... mas não é só isso, gente... o principal não aparece nas promessas, mas aparece nas ações, que é fazer uma sociedade melhor pra nossos filhos se criarem. No dia em que dermos as mãos vamos ver quanta coisa pode mudar pra melhor. A igreja evangélica se deu conta, de forma que eles se ajudam, e hoje, dominam parte do parlamento em Brasilia. São organizados, pois sabem o que querem.
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