Só quem teve um cavalo pode entender bem o que as entradas e
retiradas do DTG clube Juventude, do Alegrete, quis mostrar. Uma musica no
ginásio, que a acústica te impede de entender bem, movimentos lentos, desagrada
aqueles que gostam de musicais fortes, intensos, com movimentos rápidos.
“O gaúcho tem na figura do cavalo, muito mais
do que o uso para força de trabalho, serventia e subordinação, mas sim, um
mutualismo que perpassa por gerações a fio, entremeando-se à história da
formação de um povo” – fala a sinopse da coreografia.
Coreografia de
entrada (Como num livro):
O gaúcho, ressentido após a morte de seu cavalo, é
surpreendido por seu filho, que lhe trás um potrilho, para suprir a ausência
sentida pela falta de seu cavalo parceiro fiel. O gaúcho repassa os
ensinamentos a seu filho, perpetuando a relação homem e cavalo, na figura de
seu filho e seu potro.
Então, como diz a letra: “como num livro, a cria recria o
sentido da vida...”!
O Velho sendo carregado, pelo cavalo, que vira ainda potrilho. Momento que emocionou os amantes da vida à cavalo. |
Coreografia de saída
(Mesmo que o coração pare):
O gaúcho, orgulhoso dos ensinamentos e valores passados ao
seu filho, vê o tempo passar, seu filho crescer, virar homem... e o potrilho
transformar-se num belo cavalo, voraz, seu companheiro devoto.
Porém, o tempo não perdoa e deixa suas marcas... o gaúcho já
não é mais aquele jovem ágil e tenaz de outrora, mas sim, um velho peão que
traz em cada fio de cabelo branco uma história vivida, carregada de muita
abnegação, sofrimento e regalos que a vida trouxe.
A letra diz: “mesmo que o coração pare, mesmo na hora do
adeus”... assim, parte mais um gaúcho, mas a relação homem e cavalo se
perpetua, e se mantém viva na história do Rio Grande do Sul!
2 comentários:
Linda descrição do trabalho do DTG Clube Juventude que vez muitos gaúchos se emocionarem e sentirem transcender o amor no palco sagrado do Enart. Só quem presenciou é que conseguiu sentir a pureza dessa relação entre homem e animal! Orgulhosa desse trabalho e dos meus amigos que realizaram esse feito e mais orgulhosa ainda do meu esposo Douglas Paiva e seu parceiro de trabalho Paulo Gomes que criaram os cavalos com tanta beleza e perfeição!
Este é um exemplo perfeito do que se chama dançar com o coração. Sem a necessidade de grandes estruturas, de temas de revolta que as vezes deviam ser censurados em ambientes com tantas crianças. O Juventude conseguiu emocionar a todos com essa simplicidade e grande bom gosto na escolha do tema. Vi exatamente a figura do meu pai ali e certo que vim pensando muito na volta para casa.
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