Prestigiando as tradições gaúchas e prestando assistência moral e social ao homem do campo, o Tradicionalismo estará contribuindo de maneira inestimável para a solução do problema que ora sufoca a nossa vida econômica: o êxodo rural, a crise agrícola. É que, dentre as principais causas do êxodo rural, encontramos uma que foge ao âmbito dos fenômenos econômicos. Para proteger o homem do campo, e fazer com que ele permaneça no meio rural, não basta que o Estado lhe forneça meios econômicos mais seguros. Se o campesino acaso julgar que o lugar que lhe está reservado na sociedade encontra-se nas cidades, ele será um desajustado enquanto não conseguir realizar seu sonho de transferir-se para a cidade. Este fenômeno prende-se ao conceito sociológico de “status”, que é a posição social de uma pessoa em relação a todas as outras com quem está em contato.
Se “os outros” demonstram que certo indivíduo ocupa um status digno, ele fica satisfeito; mas se “os outros” demonstram o contrário, ele é inconscientemente levado a demonstrar sua habilidade, e, nesse afã, sempre deseja competir com os indivíduos que considera superiores, jamais com aqueles que considera inferiores. Assim sendo, se o campesino se considera inferior ao citadino, mais cedo ou mais tarde tentará procurar a cidade, para ali competir com quem lhe rouba a posição social.
Prestigiando as tradições gaúchas, e prestando assistência moral e social ao homem do campo, o Tradicionalismo estará convencendo o campesino da dignidade e importância de seu status. Estará, em suma, pondo em prática aquilo que o sanitarista Belizário Penna um dia salientou, mais ou menos nestes termos: “O Brasil é o país onde mais de fala em valorização. Valorização do café brasileiro, do dinheiro brasileiro, do algodão brasileiro, do boi brasileiro. Somente não se pensa na mais urgente e importante valorização - a do Homem brasileiro - a qual, por si só, estaria conduzindo a todas as outras”.
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