O ser humano é um "ser social" por natureza e o meio determina sua conduta e comportamento. Baseadas nisto surgiram nossas entidades tradicionalistas, os CTGs, a partir da década de quarenta, semeando por todas as regiões de nosso estado este modelo de preservação e transmissão cultural e social.
A sociedade, como um todo, visualizou neste "modelo" uma forma de inserirmos valores maiores, de orgulho, à nossa identidade cultural e local. Cada entidade tradicionalista, chamada de "Centro de Tradições Gaúchas", passou a ser uma bandeira levantada pela sociedade como forma de identificação com estes propósitos.
A comunidade local enxerga ou enxergava em cada CTG um local imune à deteriorização de valores sociais, funcionando como barreira para a invasão de conceitos "alienígenas" à nossa identidade local. Passado algum tempo esta visão foi sendo de alguma forma deturpada, ou corrompida, por esta mesma sociedade que, em algum momento, encontrou neste mesmo CTG um modelo de civilidade social.
O certo é que aquele CTG passou a ser um problema dentro da própria comunidade que um dia o acolheu como uma solução ou um instrumento adequado usado por esta sociedade na preservação da coletividade local. Nossas entidades hoje estão enfrentando este problema e a cada dia surge uma "interdição" de um CTG. Poderíamos questionar as razões por trás: nossa própria culpa, a falta de conhecimento desta comunidade, legislações cada vez mais rígidas que não olham para este histórico e legado social construído pelos CTGs?
Somos respeitadores, cumpridores e parceiros de nossos governantes e legisladores, mas acredito que devemos todos, a sociedade civil e o Estado, olharmos de forma diferenciada para este modelo social que representa nossos CTGs, locais de trabalho voluntário e de extrema importância social onde cada cidadão "tradicionalista" pratica e preserva sua comunidade.
A simples interdição fecha esta porta, mas abre muitas outras que levam nossos jovens a caminhos que até mesmo aqueles que mandam fechar um CTG não conseguem controlar socialmente. Nossas entidades desenvolvem com grande diversidade e maestria atividades de usos e costumes de nossa identidade.
Um povo e seus governantes devem fortalecer estes conceitos, sob pena de serem absorvidos por outros modelos existentes, nem sempre desejados ou positivos.
O Movimento Tradicionalista Gaúcho – MTG continuará lutando pela manutenção de suas entidades, por acreditar que este modelo preserva e transmite valores sociais e morais que garantem nossas famílias e a boa convivência coletiva.
Nairo Callegaro
Presidente do MTG
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