“Mas além dessas comendas
E outros terrenos troféus
Gravaste sob estes céus
Medalhas que ninguém cunha
E o Brasil é testemunha,
Que por mais que a História ande
Nunca haverá outro Rio Grande
Nem outro Flores da Cunha”
Estes versos do grande poeta Jayme Caetano Braun, do poema o Último Caudilho, nos remete em pensamento a uma inevitável comparação do comportamento social e ético de homens que fizeram nosso tempo. O General Flores da Cunha governou o estado durante sete anos e entre suas inúmeras realizações, de ordem estrutural, econômica e social, a mais relevante foi administrar o Estado sem qualquer aumento de impostos neste período.
Faço estas referências históricas iniciais a estes homens governantes de um tempo em que sonhavam e realizavam projetos coletivos sem a motivação e o desejo de vantagens pessoais, e trago aos dias de hoje a todos os que dedicam seu tempo, inteligência e habilidades para contribuírem com a sociedade tradicionalista e nossa federação (MTG e entidades filiadas). Não podemos deixar a poeira dos dias encobrir estes exemplos, não podemos deixar o tempo passar e esquecermos esta forma de gerirmos a coisa social de forma transparente e voltada às pessoas e entidades que as organizam.
Neste processo de interação descobrimos muitos que lutam, às vezes de forma desigual, e até contra interesses maiores, pelo bem do Movimento Tradicionalista Gaúcho, e aqui entenda-se também todas as entidades filiadas. Estas sofrem as pressões e a federação, por sua, vez deve ter este entendimento e compreensão para poder dar a devida orientação a todos os seus filiados.
Nossa Federação, ao longo dos anos, tem contado com o trabalho de abnegados tradicionalistas que dedicam-se à construção e preservação desta organização chamada MTG. Por sua vez, as entidades filiadas, da mesma forma, contam também com estes voluntários e o espírito de trabalho coletivo nas bases. Nas entidades começa a formação de novas lideranças, por isto a perenidade do MTG como instituição social que congrega este contingente de filiados.
Vivemos um momento de profunda transformação em nossa sociedade, onde estes valores tão caros para os tradicionalistas estão sendo colocados à margem de uma sociedade cada vez mais desumana e menos solidária. Precisamos estabelecer e fazer valer em uma só voz uma ação transformadora, solidária e coletiva. Este é o momento, esta é a hora.
O fortalecimento destes propósitos passa pela união de todos e a ação do indivíduo em objetivos coletivos. O medo dará lugar a um novo tempo. É difícil, sim, mas tenho certeza que é plenamente possível mudarmos e construirmos uma sociedade mais justa. Só o passado nos faz entender o presente e preparar o futuro. Vamos fazer sempre valer nossos valores maiores de trabalho, dedicação, preservação, honestidade e ética. Não podemos perder este fio da história que nos conduz a sermos o que somos hoje: MTG acima de tudo.
Nairo Callegaro
Presidente do MTG
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