Ao longo de nossas vidas percorremos muitos caminhos, nos quais vamos deixando nossa marca. Algumas são permanentes e outras não; pessoas, empresas, instituições e amigos, e àqueles que nos marcam devemos agradecer e reconhecer pelo bem que nos foi feito.
Desta vida nada levamos, apenas deixamos marcas e temos que ter o extremo cuidado de fazer isto com muita responsabilidade. O mês de julho, para os tradicionalistas, deve ser um mês de agradecimento a um ser humano que nos marcou tão profundamente em nossas vidas e na forma de olharmos nossa sociedade, valorizando e descobrindo nossa identidade cultural regional, de nos reencontrarmos com nossa formação, com nossas origens.
Falo aqui porque no dia 12 de julho completa 90 anos nosso querido amigo João Carlos Paixão Côrtes, um homem capaz de unir jovens e despertar de uma forma incontrolável este sentimento de pertencimento de nossa gente pela nossa cultura regional. Ele faz parte de um tempo em que grandes pensadores e intelectuais percorriam nosso meio de uma forma simples e contributiva a todo este processo que desencadeou em setembro de 1947 o surgimento do movimento organizado. O MTG é uma consequência do processo social iniciado neste período, desenvolvendo desde o início a capacidade de organizar e orientar, na medida do possível, esta caminhada em nossa sociedade.
Vivemos um momento de profunda transição que com certeza deveríamos voltar aos ideais e princípios daqueles jovens liderados por Paixão Cortes. Vivemos o momento de retomarmos o chamado “Velho Tradicionalismo”, aquele que inspirou inúmeras pessoas a participarem deste movimento. Um tradicionalismo que aprendi com meus pais, e que alguns julgam como ultrapassado, mas que penso ser o verdadeiro e único caminho de reencontro com nossas origens.
Neste cenário que nos encontramos devemos dar um muito obrigado muito especial em nome de todos os tradicionalistas, de nossa sociedade, pela insuperável contribuição de seu trabalho de pesquisa para com nossa cultura regional.
Agradecer é pouco, reconhecer e lutar verdadeiramente por estes valores basilares de nossa identidade é nosso dever e obrigação, pela nossa consciência de implementarmos uma sociedade mais coletiva, mais justa e mais humana capaz de efetivamente mantermos nossa unidade com aquele espírito.
Não podemos olhar a foto do Grupo dos Oito, a foto do acendimento da chama, do primeiro candeeiro, da primeira ronda ou do primeiro baile gaúcho e sermos somente saudosistas. Devemos nos reencontrar, voltar um pouco ao passado, buscarmos nossa essência, nossos referenciais. Qual tradicionalismo queremos continuar praticando? Aquele em que nos perdemos em competição, em vaidades pessoais, disputas de poder, regras, ego...... ou aquele que começou com aqueles jovens de 1947? Aqueles jovens nunca imaginaram onde chegaríamos e o tamanho do movimento atualmente, mas tenho certeza de que gostariam que algumas questões fossem revistas e readequadas às suas origens.
Nossa grande referência completa 90 anos. Neste dia 12 de julho, obrigado Paixão Côrtes por ter nos dado a oportunidade de descobrirmos e preservarmos nossas origens. Agradeço em meu nome e do Movimento Tradicionalista Gaúcho. Muita saúde e vida longa.
Nairo Callegaro
Presidente do MTG
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