Talvez seja a missão de cada um, a nossa missão. O que podemos dizer é que são sentimentos que nos movem, incompreendidos por uma minoria incapaz de perceber o bem que podemos fazer e a luta que travamos para fazer valer valores nos quais acreditamos, valores que nos foram passados e que são tão caros e muito verdadeiros.
Experiências nos trazem a luz destes verdadeiros compromissos estabelecidos com a grande coletividade, nos fazem acreditar mais, fazem perceber que todo o sacrifício é algo que um dia será reconhecido. Pequenas ações, pequenos movimentos demonstram este caminhar, fortalecem e firmam nossas pegadas.
Digo e faço estas considerações porque fazemos parte de um movimento organizado que preserva a manutenção e continuidade desta luta iniciada há 70 anos. Quando da realização do Rodeio Nacional de Querência, no Mato Grosso, organizado por nossa confederação, a CBTG, comprovamos o quanto é compensadora esta luta, este sentimento que cada gaúcho carrega por qualquer lugar que ande pelo Brasil e o Mundo, consolidado em cada ato e ação, o sentimento de pertencimento de nossa identidade regional.
Em que momento vamos perceber esta grandiosidade e transformá-la em ações efetivas de construção social e coletiva, deixarmos de lado, agirmos com menos intensidade em competições e sim exaltarmos os objetivos do início do Movimento? Temos que nos aperceber da grandiosidade do sentimento que move a todos os Gaúchos que espalharam CTGs por este Brasil, com um único objetivo, não para competirem, mas sim para alicerçarem estes valores iniciais do nosso Movimento e consequentemente não perderem suas origens, suas referências.
Este “Brasil de bombacha” ainda tem muito a nos ensinar e nós temos a responsabilidade e o respeito com todas estas pessoas que amam e respeitam de uma forma muito especial nossa cultura regional. Reforcei o que já tinha plena convicção: que nossa responsabilidade, aqui no Rio Grande, é muito grande na preservação dos sentimentos mais puros e autênticos de nossa cultura e tradição.
Neste ano, em que completamos 70 anos do acendimento da chama crioula, devemos parar e refletir diante de todos estes movimentos sociais e nos perguntar quais destes movimentos verdadeiramente são comprometidos com os ideais de 1947. Será esta corrida incansável e sem limites por competição? Ou a preservação e manutenção deste sentimento que todos carregamos em um lugar muito especial de nosso peito? Estas perguntas merecem uma resposta capaz de nos remeter aos verdadeiros ideais de setembro de 47. Convido a todos para buscarem esta resposta agora no acendimento da chama na cidade de Mostardas. Vamos lá, juntos, mergulharmos em um profundo momento de reflexão e voltarmos àquele ato mágico, simples, mas de uma consciência social e coletiva incomparáveis. Até Mostardas.
Nairo Callegaro
Presidente do MTG
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