quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

O melhor dos melhores na trova do Enart 2018 - Cravinho

           Em um passado não muito distante, quando o rádio era a grande tecnologia da informação e da comunicação (as redes sociais, das décadas de 40/50 do século passado) os auditórios eram lotados para os grandes desafios e o gaiteiro era, nada mais nada menos, que Pedro Raymundo. Quando o Grande Rodeio Coringa, da Rádio Farroupilha, ‘explodiu’, a trova ganhava força e espaços na sociedade. Com o tempo foi deixando de ser assim. O Enart procura valorizar estas modalidades como a Trova campeira, Trova Estilo Gildo de Freitas, a Pajada, a Trova do Martelo. Mas já houve, em outros tempos a Trova Tira-teima e Oi-La-Rai.

            Conheça um pouco dos campeões das trovas Campeira, Gildo de Freitas e da Pajada. Três títulos, uma só familia.

Uma família dedicada ao verso e as trovas

No Desafio de Trovas, de Cacequi, o veterano trovador José Estivalet, de brincadeira em uma trova de pua, apelidou Paulo Rogério de Lima, de Cravinho. Hoje ele é conhecido dentro e fora do Rio Grande por este pseudônimo.

 
Cravinho (D) recebe o troféu de Paulo Roberto de Fraga Cirne
          Paulo Rogerio Lima Chaves, 41 anos, natural e morador de São Gabriel, onde representa o CTG Tarumã, sagrou-se campeão de Pajada e de Trova estilo Gildo de Freitas na 22ª edição do Enart, junto com seu irmão Elizandro, que venceu a trova campeira (mi maior de gavetão) trazem a veia de trovador da família Macedo (de sua mãe), da localidade de Cerro do Ouro.


Tem mais gente na família que aprecia esta arte?
           O mais antigo trovador da família é o ‘Crioulo dos Pampas’, conhecido por gravar a musica “Nego bom não se mistura”. O Júlio Monteiro e o Macedinho, entre outros, que somam uns 20 da mesma família. Hoje, com a nova geração tem meu filho Roger Chaves, meu irmão, Elizandro Chaves e meu sobrinho, Turco Chaves que, juntamente comigo, há quatro anos somos premiados nos mais importantes festivais de trovas do estado. E entre os 10 melhores do RS.

Como trovador e Pajador, qual a tua visão sobre o futuro do verso de improviso no meio tradicionalista?
           Como trovador e pajador eu parei de participar de eventos por seis anos. Tive depressão profunda e retornei para ajudar no tratamento. Minha volta também foi para ajudar a manter viva essa arte repentina, seja trova, ou pajada e vejo nos jovens gabrielenses Roger, Elizandro, Turco e, no alegretense, Ryan Almeida, em Gravataí Andersom Brum e outros. Vejo um futuro garantido. Eu tenho ido em algumas cidades orientar e incentivar novos trovadores e hoje em Feira de Santana, na Bahia, tenho um discípulo do verso gaúcho, o repentista José Pereira, que já tem condições de disputar qualquer evento nos nossos estilos. Quero lembrar também que minha irmã Diovana Chaves também é da ala jovem.

Fale de alguns títulos que marcaram pra ti
            Tetra campeão do Rodeio do Mercosul. Bi campeão Rei da Trova, na edição de ouro do Feggart. Seis vezes premiado Enart . Melhor Trovador do ano pela Associação de Trovadores Luiz Muller, de Sapucaia do Sul.  Depois do meu retorno, obtive mais de 100 premiações.

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