segundo a professora Neusa Secchi
Pandorga, papagaio, pipa e arraia, são diversas denominações para um brinquedo milenar, que ainda hoje diverte as crianças e adultos de todas as classes sociais, durante os "tempos de vento".
Sua origem oriental é muito remota e segundo o pesquisador Hélio Moro Mariante, Ocidente só conheceu a pandorga a partir do século XIV. Os primeiros mercadores portugueses, ingleses e holandeses é que teriam trazido para a Europa, da China e do Japão. É explicado por Câmara Cascudo: "como o brinquedo feito com cruzeta de cana ou madeira leve, coberta de papel de cor, presa com três cordéis, equidistantes aos três lados da armação e numa parte pende uma cauda comprida de pano."
Nossos colonizadores introduziram o brinquedo de forma tímida, mas, com certeza marcante, pois ainda hoje podemos ver adultos e crianças divertindo-se com brinquedo milenar. Os povos orientais acreditavam que a pandorga tinha o dever de encarnar espíritos, enviar mensagens aos deuses ou simbolizar a alma.
Existem vários tipos de pandorgas, com denominações, conforme a forma geométrica: arco, bandeja, barrilete, churrasco, estrela, caixão, bidé.
As partes de uma pandorga são: armação, amarração, cobertura, rabo, guias de sustentação (cordel). Os materiais necessários para a confecção da pandorga são: varetas (taquara), papel encerado, cordão nº1, tesoura, cola, pano para fazer a rabióla (rabo).
Aplicação pedagógica...
Em Língua Portuguesa usando o texto montado pela turma sobre a Pandorga; poderá fazer leitura, interpretação, estudo do vocabulário, de estrutura e exercícios gramaticais, discussão sobre cuidados de segurança ao empinar pandorgas.
Após trabalhar o texto, poderão confeccionar pandorgas e re¬alizar um campeonato, concorrendo a mais criativa, maior pandorga e a que permanecer maior tempo no ar.
Colocar-se no lugar de uma pandorga dará asas à imaginação, criando narrativas de grande originalidade e expressão pessoal, depoimentos pessoais e trocas de experiências, enriquecendo a linguagem oral.
Nas disciplinas da Matemática, da Física, Química e Geografia, aproveitar como recurso didático no estudo das figuras geométricas, área, ângulos, direção, linhas, medidas, e noções de velocidade (força e pressão), pressão do ar, correntes (ventos).
No momento da confecção dos diversos tipos de pandorgas (bidé, estrela, churrasco, pipa), aproveitando a motivação e o interesse dos alunos para transmitir conhecimentos conforme o que havia previsto (figuras geométricas e ângulos).
Por que a pandorga sobe? Por que precisa da rabiola para subir? Como se mantém no ar? Por que faz ziguezigue no ar? O perigo dos fios elétricos na trajetória de uma pandorga faz parte da disciplina de Ciências.
Em Estudos Sociais, História, Geografia e Física no estudo da origem da pandorga, função da mesma entre os povos antigos. Noções de direção dos ventos, referindo que as correntes aéreas existem pelas diferenças de temperatura e de pressão, na indi¬cação dos pontos cardeais e colaterais. O local, a topografia, a altitude do lugar onde se solta a pandorga, diferenças climáticas de temperatura.
Em Educação Artística, por exemplo, dá margem à criatividade e estimula as habilidades na confecção da pandorga.
Na Educação Física as atividades com a pandorga proporcionam exercícios que desenvolvem a motricidade fina e ampla, noções de espaço e dominação visimotora.
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