No último final de semana, onde teve um feriadão pra lá de especial, onde muita gente viajou, o comercio se revitalizou (é a segunda maior venda, depois do natal) e as rodoviárias e estradas ficaram cheias. Era a sexta-feira santa e a páscoa. Data mais marcada pelo comercio que mesmo pelo espírito que representa o período. Vai ter feriadão! É o primeiro pensamento que vem à cabeça. Gente comprando carne para assar, esmo que na quinta-feira a noite, ou na noite de sexta.
Ainda lembro na infância que a sexta era para colher macela, antes do sol nascer, aquela erva da nossa flora também conhecida por macela-do-campo, macelinha, macela de travesseiro, planta medicinal simbolo do estado. Popularmente, em algumas regiões é chamada de "marcela". Hoje é mais fácil comprar de alguém que oferece o "maço". Centro de Porto Alegre lotado de gente comprando peixe (que bom...) e ovos de chocolate. Todos focados no "coelhinho" de domingo, se o principal personagem, para reflexão... não é lembrado. No natal, também é assim... o aniversariante não é convidado para a ceia que comemora seu nascimento. Não podíamos, naqueles tempos, escutar música. Nem lavar a louça, sexta. Tudo era no sábado "pra tirar a aleluia".
Neste mundo "líquido" (de Zigmund Baumann) onde tudo flui, as coisas passam entre os dedos... como água. Nem notamos. O tempo passa. Quando nos damos conta os filhos estão grandes, nós velhos, a história ficou pra trás. Não deu tempo de ensinar pros filhos os costumes da nossa época. Dos nossos pais e avós.
Mas ainda acreditamos que o CTG está ensinando isso. Está? Acreditamos que a escola educa. Educa? Mas na pressa do dia-a-dia não temos tempo de passar os ensinamentos. Lá no CTG largamos a piazada no "ensaio" e saímos para aproveitar mais umas horas. Pois precismos de "tempo". A escola que tem que educar os filhos da gente? É o CTG que tem que ensinar nossos usos e costumes? Ou levamos as crianças somente para aprender passos e danças? Que cidadão estamos preparando para o futuro.
Quando terminamos um evento qualquer que seja, olhamos ao redor e vemos a quantidade de lixo que geramos e largamos ali, no chão, para alguém limpar. Isso seria "consciência ecológica"? Ao termino do Enart, em Santa Cruz do Sul, quem fica para a "limpeza" vê descer das arquibancadas toneladas de lixo. Seu CTG recicla materiais? Sem ser para projetos, quais ações sociais reunimos o associado e simpatizantes para fazer? Nos encontros e reuniões debatemos ideias ou simplesmente divulgamos eventos?
Vemos que poucos tem tempo. Até para chegar ao fim deste "textão". Como vamos cobrar alguma coisa de alguém, se não dá tempo. Se na "Sexta-feira Santa" até comemos peixe, em detrimento da carne, mas e os pensamentos? E a oração? E a lembrança por aquele que deu sua vida por nós? Não deu tempo para pensar nisso. Comemos peixe por que é um costume dos tempos antigos. Por que levantavam cedo e partiam para a labuta e não ficavam tanto tempo... perdendo tempo. Mas foi só mais um feriadão!
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