Segundo a legislação brasileira o Patrimônio Cultural Imaterial são práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas transmitidos de geração em geração e constantemente recriados pelas comunidades e grupos em função de seu ambiente, de sua interação com a natureza e de sua história, gerando um sentimento de identidade e continuidade. Com este espírito a Associação de Criadores de Gado Bovino de Força São José, da Localidade de Boqueirão, em General Câmara, convidou a Comissão Gaúcha de Folclore para que registrasse este momento, onde vários exemplares de touros seriam premiados, através de seus proprietários.
Contando com a presença do Presidente da CGF, Octávio Capuano, da secretária Renata Pletz e do Diretor de Comunicação, Rogério Bastos, além da Presidente do Instituto Escola do Chimarrão, Liliane Pappen, o secretário da Saúde da cidade, também tradicionalista, Ederson Pizzio, conferiu a entrega dos prêmios e certificados.
O Vereador, autor da Lei, João Rodrigues da Silva sendo entrevistado pela Comissão Gaucha de Folclore |
Em seguida, chegaram a região do vale do Rio Jacuí e Taquari famílias de origem alemã, trazidas para substituir a mão de obra escrava, surgindo nessa época diversos Quilombos na região. A mistura dessas culturas desenvolveram a região onde está localizado os municípios de General Câmara, Vale Verde, Passo do Sobrado, Taquari e Venâncio Aires. Foi Exatamente nessa região que se popularizou a atividade da CARREIRA DE BOIS.
É oportuno destacar que a força do boi foi a mola propulsora do desenvolvimento econômico e da formação da cidade. Pois foi assim que as gerações anteriores desbravaram essas terras e colonizaram a região.
Diversão popular registrada em várias localidades do vale do Jacuí e taquari, a Carreira de Bois na "talha" é uma competição de força e adestramento entre bois e touros.
A denominação Carreira - expressão popular ainda ligada às antigas modalidades competitivas entre bois - não mais denota corrida. Os bois competidores são jungidos em uma canga especial, presa a cambões estirados por alçaprema ou talha, ligada a um palanque irremovível. O boi carreiro quase não se afasta do lugar onde está cangado, embora forcejando. Considera-se vencedor o animal que sustentar a canga em posição mais avançada, durante um minuto à frente do outro.
O Vereador do PTB, João Rodrigues da Silva, que já foi patrão de CTG e trabalhou com a coordenadoria regional, autor da lei disse que essa sempre foi uma atividade da localidade, desde os tempos da colonização. Uma diversão local que passou um tempo parada mas que agora voltou para ficar registrado na historia da região. “A distância era muito grande a ser percorrida para ir numa diversão e o que tinha, eram os animais do trabalho, do dia a dia. Se juntavam nos finais de semana para fazer as suas carreiras fazer suas diversões, pois as famílias não tinham opção para onde ir então, achava que o momento de confraternização e realizava no final de semana essas atividades” - disse.
“Com tempo ficou um pouco adormecida, por ser uma série de coisas, pois algumas pessoas achavam que tinha crueldade no fazer os eventos. Elas acabam não concordando com as práticas culturais ou esportivas que utilizam animais, muitas vezes por falta de conhecimento, e o que a gente fez no momento que organizou leis? Buscamos uma cultura centenária em cima de uma realidade de hoje que é a proteção do bem estar do animal resgatando a cultura que era de antigamente e trazer para uma novidade que a lei nos possibilita.” - concluiu.
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