Novembro de 1820 - Auguste de Saint-Hilaire
Montevidéu - Costumes locais
Chega a Montevidéu, com grande dificuldade para arranjar um local para ficar é acolhido por um Padre, depois em uma padaria. Apresentado às autoridades e convidado a conhecer o teatro e assistir a uma peça. Logo após seguem para um baile, onde as mulheres eram muito bonitas e bem vestidas, boas maneiras e delicadas, os homens são apáticos. Refrigerantes eram servidos e ao contrário do Rio Grande onde havia muito exagero, aqui a mesa poderia se pensar que estava posta para meia dúzia de meninos.
A cidade possui cerca de 15 mil habitantes, poucos negros e menos ainda mulatos, sendo a cidade mais ativa que conheceu depois do Rio de Janeiro. A maioria são negociantes. A água potável vem da chuva e é armazenada em cisternas.
O leite é vendido por meninos, a cavalo, com garrafas de barro amarradas por couros.
A gente deste país não manifesta grande interesse político, diferente de sua herança europeia/espanhola.
Repara que as crianças são mais ativas e se divertem mais que as brasileiras, mas lhe é avisado sobre as alterações conforme o clima, pois passou pelo Rio Grande no inverno, e agora já se faz novembro.
As mulheres da cidade se vestem bem, não se trancam em suas casas e reúnem-se seguidamente em outras casas. São cordiais com os visitantes mas sem afetação, conversam bem e procuram ser agradáveis. Em qualquer nível social possuem graça e delicadeza. Há também pela cidade mulheres mundanas, mas não se oferecem aos homens, como as europeias.
Ha um hospital equipado para 50 leitos, feitos de cavaletes, estrado de couro e um colchão pouco grosso. Desde que os portugueses estão em Montevidéu há no hospital um parte para crianças abandonadas, como uma roda na parede, onde são entregues e passadas ao interior, sendo confiadas a amas que os amamentam. No primeiro ano 40 crianças foram trazidas.
Texto de Jeandro Garcia
Parceria com Leo Ribeiro de Souza
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