Mestiços - Bolicho - vaqueanos
Texto: Jeandro Garcia / Parceria com o Blog do Léo Ribeiro |
Na aldeia há muitas bodegas, onde deixam metade do que ganham, especialmente em bebidas, são quase como os bolichos do Rio Grande, vende-se de tudo e as mercadorias são distribuídas em prateleiras, paralelo a porta um grande balcão onde os clientes se escorram para beber, enquanto o cavalo pacientemente espera à porta.
Seguindo em Arenal-Chico não encontraram nem gravetos para o fogo, precisando contentarem-se com apenas pão e queijo, no mesmo lugar haviam imensas tropas de jumentos selvagens, mas raras vacas e cavalos. Seu pessoal caçou quatro porcos castanhos, ficando apenas com os filhotes e melhores partes dos adultos. Também haviam muitos cachorros castanhos, onde um de seus serviçais pegou um filhote para criar.
Ao chegar em uma casa a dona logo lhe convidou para montar uma mesa na rua, em que lhe serviu uma grande tigela de carne e como estava com muita fome se rendeu aos hábitos locais, comendo sem garfo, faca, farinha e pão. Em todas as casas o empregado ou escravo que serve a mesa recita a ação de graças em voz alta.
As pessoas do campo levam uma vida selvagem, alheia a moral ou religião. Os padres jesuítas são mais presentes que os brasileiro, mas não se ocupam da instrução dos fiéis, nem mesmo há um catequista nas aldeias.
Define o termo “Vaqueano” como o homem que conhece bem a região, sendo um bom guia, presumindo que vem de vaca este nome, já que este deveria conhecer bem os caminhos que as vacas andam, por tanto sabendo onde encontra-las quando se perde.
No Acampamento del Rincón de las Gallinas, já em 27 de dezembro, se apresenta ao Brigadeiro que é responsável de tropa de guarnição do Uruguai. Este lhe oferece alojamento para todos, carne e coloca seu capataz para cuidar de seus bois e cavalos.
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