quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

O Rio Grande reverencia Barbosa Lessa

          Na semana em que Luiz Carlos Barbosa Lessa completaria 89 aos, uma serie de homenagens estarão acontecendo. Nesta quinta, 13, dia do aniversário de Lessa, o programa Identidade Gaúcha fará um especial relembrando esta figura. A partir das 8h, com apresentação de Rogério Bastos e Liliane Pappen, com a presença marcante de Fabinho Nascimento, do "Tome Tento". Ainda no dia 13, no Memorial do Rio Grande do Sul, Rua Sete de Setembro, 1020 - Praça da Alfândega tem a exposição 10x Lessa. Um painel sobre a dimensão cultural do multifacetado tradicionalista gaúcho, no auditório do primeiro andar, com entrada franca. Como debatedores, participam o publicitário e escritor Luiz Coronel, o jornalista Renato Dalto e o professor e crítico literário Luís Augusto Fischer.

         Já no dia 15, o projeto "Barbosa Lessa Multimidia do Sul do Brasil" realiza em Piratini, na Praça da República Rio-grandense, as 20h, o espetáculo Barbosa Lessa um canto de saudade.


            Bem quando espirava a tarde e nascia a noite de 13 de dezembro, em 1929, chegou Luiz Carlos Barbosa Lessa na Chácara Boa Esperança, imediações da histórica vila Piratini, a primeira capital farroupilha.
           Dona Alda, a mãe, ensinou-lhe as primeiras letras e palavras da alfabetização, as primeiras notas do piano e o gosto pelo matraquear na máquina de escrever, Olivetti, nunca trocada por computador. Desde o início foi tomado de encanto pela literatura e pela música.
           Em Pelotas fez o curso ginasial no Colégio Gonzaga. Já ligado ao texto, fundou o jornalzinho O Gonzagueano. O gosto musical, pela pesquisa e o folclore, o fez reunir um grupo de amigos com este fim: Os Minuanos. (Mais tarde fundaria o Conjunto Farroupilha, com apresentações exitosas no Brasil, Estados Unidos e China).
           Com 15 anos, mudou-se para Porto Alegre. Enquanto trabalhava como "foca" na Revista do Globo, cursava o 2° Grau no Colégio Júlio de Castilhos. Ali conheceu Paixão Cortes e um grupo de amigos. Criaram o departamento de tradições gaúchas no "Julinho", inspiração primeira que tornaria realidade algo maior: a criação do primeiro Centro de Tradições Gaúchas, o CTG 35, em 24 de abril de 1947, sendo seu primeiro Patrono. Era um novo alvorecer para as tradições do Rio Grande do Sul.
           Em 1952, na capital gaúcha, formou-se advogado para ser, por 20 anos, em São Paulo, homem de publicidade, de histórias em quadrinhos, de televisão, de teatro, de cinema. E de literatura. Seu primeiro livro, Os Guaxos, conquistou, em 1959, o Prêmio Nacional de Romance, pela Academia Brasileira de Letras. Para Walter Spalding "o melhor e o maior romance do Rio Grande do Sul até hoje aparecido”.

            Volta de São Paulo e, já no Rio Grande do Sul, torna-se Secretário de Cultura, no governo Amaral de Souza, Barbosa Lessa, dentre tantos feitos importantes, marca sua gestão promovendo a aquisição do desativado Hotel Majestic, para ser a Casa de Cultura Mário Quintana.

           Nas últimas ações de sua luta pela cultura, em 2000, conquista merecido destaque em promoção da RBS, sendo eleito pelo povo rio-grandense como um dos "20 gaúchos que marcaram o séc. XX" mesmo morando, como dizia, no meio dos bichos e dos índios, na reserva ecológica de Água Grande, no interior de Camaquã.

          Foi escolhido Patrono da 46ª Feira do Livro de Porto Alegre, em 2001, o que muito o orgulhava.  Em 11 de março de 2002 partiu a camperear com o Negrinho do Pastoreio, na invernada grande do Céu.

           Começando a publicar em 1951, Lessa somou mais de meio século de produção literária. Editou quase 70 títulos, nos mais variados campos e gêneros. 

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