É muito mais complexo do que parece, essa questão da música gaúcha ter perdido tanto espaço nas rádios e nos ventos...
Criticar no facebook é bem mais fácil que sair de casa pra assistir um show de música gaúcha...
Cobrar mais do que 15 reais uma entrada, é considerado querer ganhar dinheiro com a cultura, um abuso, mas se quem promove o evento tiver prejuízo, ninguém lhe ajuda a pagar as contas em nome da cultura...
Acreditamos que a nossa música é feita para poucos, e esses poucos estão cada vez mais poucos, e mais poucos, e assim vamos...
O cantor JOCA MARTINS, junto com João Luiz Corrêa lançaram uma música com uma temática divertida, para escutar e dançar nos shows, nos bailes, e foi criticado por estar denegrindo a nossa cultura... vejam bem...
O publico e quem produz, acha que a música gaúcha não pode ser pra diversão, tem que escutar tomando mate, num fundo de campo, ou dentro dum capão de mato...
Os festivais não produzem mais clássicos...
90% do que é produzido é milonga, em tom menor... ter mais do que três ou quatro chamarras num disco é torna-lo “comercial” ao extremo. Vaneiras, não produzimos, e criticamos quem produz... Xote, Valsa, Rancheira, Chamamé, não passa em festival, portanto, também não produzimos...
Apostamos numa forma introspectiva de criação, não numa forma acessível a todos, deixando para trás as possibilidades que só exigem energia e simplicidade numa composição... Apenas, nada mais...
Enfim, ainda vai longe, mas na verdade precisamos ver o que estamos fazendo com a nossa música para ela estar sendo deixada de lado. O cantor sertanejo não é o problema, podem acreditar, pois são pessoas que trabalham e buscam o seu espaço, fazendo muitas vezes o que estamos deixando de fazer...
Em tempos de pouco, mas bons, há muita vaidade e um balizamento feito duma forma que somente distancia o grande público dos eventos. Gostaria eu que entre os talvez 25 poucos mas bons, que um dia estavam assistindo um grande amigo cantar, também estivessem os que gostam do sertanejo do rock ou do pagode, sem distinção de nada...
Fonte: Facebook do poeta
Rogério Villagran
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