terça-feira, 5 de março de 2019

A historia que desaba. Casa do Imigrante, em São Leo, desmoronou

 
Fonte: Agência RBS
        Uma parte da Casa do Imigrante, em São Leopoldo,  que abrigou no seculo XIX, os primeiros imigrantes, desabou na manhã desta terça-feira, 5. O desmoronamento teria ocorrido por volta das 11h, atingido parte da edificação construída na década de 1940 e chamada de parte nova. O local havia sido transformado em museu em 1984, mas estava fechado para visitação,



Casa do Imigrante, na Feitoria Velha, em São Leopoldo. Foto anterior a 1941
       Em nota oficial, a prefeitura de São Leopoldo lamentou "profundamente o desabamento de parte da Casa do Imigrante". Segundo eles, a casa tem importância histórica "para o Rio Grande do Sul e para o Brasil, pois foi onde se instalaram os primeiros imigrantes alemães, em 1824". 

O que diz o Conselho Estadual de Cultura do RS

            O Conselho Estadual de Cultura manifesta sua consternação com a notícia do desabamento parcial do imóvel conhecido como Casa do Imigrante, ou Casa da Feitoria, situado no município de São Leopoldo.

            O imóvel é tombado como Patrimônio Histórico do Estado do Rio Grande do Sul, com inscrição no livro-tombo em 15/03/1982. Seus valores culturais são significativos, sendo referência do local da Feitoria do Linho Cânhamo, espaço simbólico para a comunidade teuto-brasileira e em especial da Antiga Colônia Alemã de São Leopoldo, e também referência enquanto uma obra de reforma capitaneada pelo arquiteto alemão Theo Wiederspahn, realizada numa fase de controvérsias entre a campanha de nacionalização e a comunidade étnica local.

            Este Conselho aprovou, em 25/07/2017, um projeto de recuperação do telhado da edificação, que já então encontrava-se avariado; habilitando a captação de patrocínio cultural no valor de  R$ 733.214,35 via Sistema Pro Cultura RS LIC. O projeto, infelizmente, restou arquivado no último mês por ausência de captação.

            O desabamento de parte do imóvel, após anos de abandono e de falta de conservação preventiva, evidencia a precariedade das políticas de preservação do patrimônio cultural em todas as instâncias. Reforça a necessidade de cumprimento do princípio de co-responsabilidade entre os entes públicos e a comunidade na preservação e proteção do patrimônio cultural brasileiro, nos termos da Constituição Federal. Visando a recuperação do imóvel, órgãos de todas as instâncias e o povo gaúcho devem se unir em prol de uma rápida solução.

Jorge Luís Stocker Jr.
Conselheiro - Representante do segmento Bibliotecas, Museus, Arquivos e Patrimônio Artístico e Cultural

Marco Aurélio Alves

Presidente

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