sábado, 29 de junho de 2019

Léo Ribeiro de Souza recebe homenagem da EPC

Léo Ribeiro de Souza -  Foto: Marilene Huff
            O advogado, compositor, escritor, com 8 livros editados, artista plástico, poeta, jurado de Festivais, maçon, e tantos outros adjetivos ou funções que poderíamos citar aqui para descrever o serrano Léo Ribeiro de Souza, seria pouco para dizer que na noite deste sábado, 29 de Junho, dia de São Pedro, Padroeiro do Rio Grande do Sul, ele está sendo homenageado pela Estância da Poesia Crioula, a Academia Xucra do RS. 

       Léo Francisco Ribeiro de Souza nasceu em janeiro de 1956, em Contendas, distrito de São Francisco de Paula, e reside na capital de todos os gaúchos. Léo foi Presidente da Estância da Poesia Crioula e Patrão do Grupo Tradicionalista Fraternidade Gaúcha, da maçonaria. Compositor com mais de 300 letras gravadas, com destaque para as canções "Brasil de Bombachas" e "Gaúchos do Litoral", tem um CD editado pela Gravadora ACIT com suas composições mais conhecidas. Tem, também, lançado um CD com poesias gauchescas intitulado "Um Gaudério na Irmandade" (maçonaria). Artista Plástico, editou um livro de cartuns gauchescos. Coordenador Geral da Tertúlia Maçônica da Poesia Crioula e do Festival Ronco do Bugio (em 4 edições). Jurado em dezenas de festivais poéticos/musicais. Fundador dos grupos de cavalgadas Cavaleiros da Neve e Irmãos do Estribo, recebeu da ORCAV (Ordem dos Cavaleiros do RS) o Título de Cavaleiro Riograndense. Recebeu, também, a comenda de Aluno Destaque Cultural dos 50 Anos das Escolas CENECISTAS no RS. É membro da Academia Maçônica de Letras (Cadeira 03). Foi Patrono da Feira do Livro de São Chico, além de ser homenageado em sua cidade natal.
Miriam Valim, Leo Ribeiro e Mariana (filha)  - Foto: Rogério Bastos
        Acima de tudo, Léo, casado com Miriam Valim de Souza e com dois filhos que moram no exterior, é um ser humano do mais alto gabarito. Tem um blog de noticias do tradicionalismo e das coisas da tradição gaúcha muito visitado e requisitado ( blogdoleoribeiro.blogspot.com ). Parabéns Léo Ribeiro de Souza, nos orgulhamos muito de poder te chamar de amigo.

Comissão Gaúcha de Folclore realiza encontro em sua sede

Foto: Jornalista Erika Hanssen   -  Viviane Mello, Ivo Benfatto e Paula Simon Ribeiro
          A Comissão Gaúcha de Folclore realizou neste sábado, 29 de junho, dia de São Pedro, padroeiro do Rio Grande do Sul, em sua sede, um encontro com seus associados e colaboradores para uma confraternização e apresentação de novos associados.

          Airton 0rtiz natural de Rio Pardo, mora em Porto Alegre, é Jornalista formado pela PUC-RS e fez pós-graduação na UFRGS. Além de escritor profissional, é jornalista especializado em reportagens internacionais sobre a natureza selvagem; criador do gênero Jornalismo de Aventura, onde é, ao mesmo tempo, repórter e protagonista da reportagem. Estreou como escritor profissional em 1999, ao publicar, pela Editora Record, do Rio de Janeiro, o livro Aventura no topo da África. Ortiz é o mais novo membro efetivo da CGF.

          Uma dupla, pra lá de especial, que agora faz parte da CGF é Sandro Luis Fagundes Boulanger (Cachoeirense) e Viviane Mello (Porto-alegrense), promotores da cultura popular na área do Hip Hop. O almoço festivo com assados de Daniel Zardo, temperos e saladas de Octávio Capuano, reuniu além dos novos membros, os antigos, Maria Eunice Maciel, Sandro, a Viviane, o Zardo, Rogério Bastos, Paula Simon, Capuano, Ivo Benfatto, José Diniz de Moraes, Erika Hanssen e Neli Fernandes.

CTG Porteira da Querência: palestra, festa junina e desafio farroupilha

          O CTG Porteira da Querência, de Sarandi, 7ªRT, realizou no último dia 27, uma palestra sobre o tema dos festejos farroupilhas de 2019: "Paixão Côrtes: Vida e Obra" - além de uma fala sobre as festas juninas, na visão do folclorista. O palestrante foi Rogério Bastos, que contou um pouco sobre a historia dos festejos, a tematização do evento até chegar no tema deste ano.

           Logo após a palestra, o CTG apresentou seu vídeo institucional de inscrição no Desafio Farroupilha deste ano, com a invernada mirim da entidade (junto estavam os pré mirins e quem faz parte das escolinhas). Desta feita o Desafio Farroupilha, tem dois temas especiais: a solidariedade e as brincadeiras infantis antigas. 


           A vida é feita de desafios e obstáculos que precisamos superar. Muitos deles são necessários parceiros que acreditem na capacidade de sairmos vitoriosos, no desejo de trazermos alegria e cultura a toda comunidade sarandiense. "Com este intuito, nossa entidade vai participar do Desafio Farroupilha 2019, a dança das crianças! Sim, em sua sexta temporada, o Reality de Danças Tradicionais da RBS/TV abriu cancha pra piazada. Como forma de demonstrar a alegria que sentimos em representar esta entidade tradicionalista e o orgulho de preservar os costumes de nossos antepassados, resgataremos a brincadeira BOLINHA de SABÃO com TALO de CEBOLA" - contou Nilton Debastiani, Patrão do CTG Porteira da Querência.

           "Os brinquedos de antigamente, eram feitas pelas crianças com a ajuda dos pais, pois não tinham condições de comprar. Eles usavam a criatividade e buscavam na natureza e objetos que tinham em casa para fazer seus brinquedos que garantiam a diversão. Por isso, apresentaremos a vocês uma brincadeira muito simples, como tudo era naquela época, mas não menos divertida. Não encontramos em livros a sua origem, acreditamos que, como é um brinquedo simples, poderia ter se perdido no tempo" - destaca na página do CTG, no facebook. A pesquisa se encontra no livro publicado pelos Piás do RS, 2017/2018, Saullo, Rafael e Gustavo, na página 25, onde tem uma entrevista com a “tia” Ninha, pois esta era uma brincadeira que ela, seus irmãos e amigos brincavam quando criança. Esta brincadeira desenvolve a coordenação motora, a criatividade, a imaginação proporcionando momentos de alegria com amigos e nos coloca em contato com a natureza.

           Para encerrar a noite, o CTG promoveu brincadeiras com seus grupos de danças e uma confraternização com doces e salgados e muito quentão.

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Tertúlia solidária no CTG Amanhecer na Querência, em Alvorada


Viagem ao Rio Grande do Sul, de Auguste Saint Hilaire - Parte XLVII

Maio de 1821 - por Jeandro Garcia

Viagem a Porto Alegre - Mulheres de Rio Pardo - Rio Jacuí - Morte do escravo - Embarcações

     Saint Hilaire parte rumo a Porto Alegre, navegando pelo Rio Jacuí. O tempo estava bom, mas partiram já tarde. Em Rio Pardo usufruiu de gentilezas de toda sorte. Em geral, no Brasil, ao apresentar suas cartas de recomendação a primeira pessoa já lhe presta todo auxílio necessário.

     Na cidade não recebeu convites para qualquer atividade, embora muito bem acomodado. Lhe contaram que as mulheres possuem maneiras tão agradáveis quanto as de Montevidéu, mas somente conheceu a mulher e filha do sargento-mor, efetivamente muito distintas e educadas.

     Avistaram uma casa onde pararam para pernoitar, mas antes de chegarem o patrão (do barco) pediu para içarem o corpo de um de seus negros, que havia se afogado no rio. Este patrão dizia "Ah, meu dinheiro! Meu dinheiro! Que me custa tanto ganhar!". Sua mulher subiu na embarcação para providenciar o enterro, onde na sua sepultura fincou uma cruz de bambu. 

     Quando retornou ela estava banhada em lágrimas, mas pela rudeza que tratava seus escravos, lhe fez crer que ela não chorava por outra coisa senão o seu dinheiro.

     Continuando a viagem pelo rio e com o vento contrário, não foi possível seguir a navegação a vela. Sendo assim os negros do patrão junto com os soldados de Saint Hilaire, remavam em pirogas ligadas ao barco, trazendo-o a reboque.

     Passaram na Fazenda Curral alto para um carregamento de charque. Antes da chegada já avistaram uma densa nuvem de urubus. Apesar do fim da época de abate, havia muita carne ao sol e vísceras, em putrefação, espalhando um odor infecto ao redor da casa.

      Adiante a Freguesia Nova cruzam com diversos barcos, muito bonitos, seguindo a Rio Pardo. Por serem construídas de tábuas, estreitas e alongadas, são embarcações para quem deseja chegar rápido à cidade. Chamam de Canoas ligeiras, para diferenciar dia barcos de transporte, chamados de Canoas grandes.

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Um evento que entra para a história - As Precursoras

Fotos: Ogando Clovis da Rocha, de Alvorada
      O pioneiro das tradições gaúchas, o 35 CTG, realizou na ultima quinta-feira, dia 20, o evento denominado "As Precursoras", reunindo nomes como Nora Dutra ferreira e Isabel Ferreira, irma e filha, respectivamente de Cyro Dutra Ferreira, Alda Borghetti, esposa de Rodi Pedro Borghetti, ex-presidente do MTG e do IGTF, ex-patrão do 35, Nilza Lessa, viuva do saudoso Luiz Carlos Barbosa Lessa, Elenir Winck, primeira mulher a disputar o pleito para presidência do MTG, entre outras para debater o papel da mulher em 1949 e atualmente, mediadas pela primeira mulher patroa do pioneiro, Márcia Cristina Borges.
          O evento contou com a presença de prendas do RS, como Isabella Nunes da Silva, do CTG Estância da Serra, Osório, atual 1ª Prenda Juvenil do RS. Também esteve presente a 3ª Prenda Mirim RS, Yasmim dos Santos Ribas, do CTG Mata Nativa, de Canoas. Thais Dutra, de Chapecó/SC e sua filha Andressa prestigiaram o painel. Uma comitiva formada por mais de 50 pessoas, dos CTGs de Alvorada estiveram juntamente com o Sub Coordenador Jair Martins e a diretora cultural, Marta Guedes Beyer. O Coordenador da 1ª Região Tradicionalista, Edinho Fagundes também foi levar o seu abraço às precursoras. A Rádio Quero-Quero transmitiu todo o evento fazendo entrevistas e levando os assuntos tratados para todo o mundo naquele momento histórico.

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Mostra Tabajara Ruas, na UFRGS | Parceria com o SESC

          A Sala Redenção – Cinema Universitário, em parceria com o Sesc/RS, apresenta, em Junho, a mostra Tabajara Ruas. As sessões vão de 24 a 28 de Junho.

     Tabajara Ruas é um premiado escritor e diretor de cinema gaúcho. Começou sua carreira na literatura durante a década de 80 e começou a filmar a partir de 2001, adaptando seu livro Netto Perde Sua Alma. Seus trabalhos dialogam com a cultura, a política e o folclore rio-grandense.

     No dia 24 de Junho, segunda-feira, teremos uma sessão comentada de Brizola - Tempos de Luta, com o diretor.

OS SENHORES DA GUERRA
Dir. Tabajara Ruas | Brasil | Ficção | 2016 | 114min

Julio e Carlos são irmãos. Amigos, cultos, ricos, são separados pela Revolução de 1923, que divide o Rio Grande do Sul entre chimangos e maragatos. Julio é prefeito, está com os primeiros, enquanto Carlos é revolucionário, maragato. As ideias são opostas, mas o sangue é o mesmo e a prova se dá em uma grande batalha.

24 de junho | 2ª-feira | 16h      e       28 de junho | 6ª-feira | 19h

BRIZOLA - TEMPOS DE LUTA
Dir. Tabajara Ruas | Brasil | Documentário | 2007 | 93min

A vida de Leonel Brizola, político brasileiro do Rio Grande do Sul, e sua participação nos principais acontecimentos políticos e sociais do país. Para contar sua história desde o pequeno povoado gaúcho até os dias atuais, 27 depoimentos de familiares, amigos, companheiros e líderes políticos de peso, como Luís Carlos Prestes, Lula, Dilma Roussef e Mário Soares, ex-presidente de Portugal.

24 de junho | 2ª-feira | 19h*
*Após a Sessão do dia 24 19h, haverá debate com a presença do diretor Tabajara Ruas e do Professor de história Nilo Piana de Castro.
      

Festa, ou folia do divino - A festa de pentecostes no folclore

FESTAS E FOLIAS DO DIVINO
Foto da capa: jornal O Imparcial   |   Fonte: Paixão Côrtes Folk, Festo e Tradições Gaúchas (Publicação do IGTF)
     A devoção do Divino Espírito Santo, que chegou ao Brasil junto com os portugueses, foi iniciada pela Rainha Isabel, em Portugal, que, em cumprimento a uma promessa sua, deu grandes pompas festivas ao referido culto, por volta de 1330. Hoje a devoção ao Divino está significativamente incorporada às tradições brasileiras, sendo comemorada no Domingo de Pentecostes, ou seja, cinquenta dias depois da Páscoa.

      A Festa do Divino se inicia com uma série de atos religiosos nas Igrejas e Capelas, estendendo-se a folguedos populares, não faltando a "Fincação do Mastro" e suas personagens, peditórios, leilões de donativos, novenas, procissão, etc.

     O nome Folia, acredita-se, teria sido primitivamente um motivo coreográfico muito remoto que acabou se incorporando aos festejos religiosos.

     Daí, ser conhecida a Bandeira do Divino também por Folia do Divino. Representa um grupo de homens que, fazendo ou não, parte de uma irmandade religiosa, sai de porta em porta, nos meios citadinos; de rancho em rancho ou de estância em estância, nas zonas rurais, levando à frente uma bandeira e que através de louvações, solicitam contribuições para os festejos do cia votivo. Essa bandeira, geralmente vermelha, tem ao centro uma pombinha, de asas abertas, bordada ou aplicada, significando o Divino Espirite Santo. Na extremidade superior da haste, onde está seguro o estandarte, vê-se outra pombinha, geralmente de prata ou metal.

    Os membros de uma Folia são denominados: mestre, ajudante-de-mestre, contramestre, ajudante-de-contramestre, além do procurador e o tamboreiro, este imprescindível.

     Ao som de gaita, violão, rabeca e, às vezes, triângulo, cantam eles quadrinhas mais ou menos decoradas. Às vezes, no entanto, o mestre se vê na obrigação de improvisar.

     Em uma Folia se distinguem seis momentos principais: chegada à frente da casa; entrada na residência; louvação; peditório; agradecimento e despedida.
Atualmente, no Rio Grande do Sul, somente em Criúva, zona rural de campo do interior do Município de Caxias do Sul. este folguedo está vivo, na voz e ritual dos "foliões".

     O principal símbolo da folia do divino é uma pomba branca, que representa o Divino Espírito Santo. Em algumas cidades, o ponto alto da festa é a coroação do imperador, quando são usadas roupas luxuosas, feitas de veludo e cetim. Dependendo da região, os folguedos mais comuns da festa são as cavalhadas, os moçambiques e as congadas.

Resultado da 27ª Sapecada da Canção, em Lages/SC

Fonte: Blog Ronda dos Festivais, de Jairo Reis / Blog do Leo Ribeiro de Souza
Primeiro Lugar: CINCO E MEIA DA MANHÃ (foto)
Gênero: Milonga
Letra: Edilberto Teixeira
Melodia e interpretação: André Teixeira

Segundo Lugar: RASTROS DO TEMPO SOBRE O CHÃO DA ALMA 
Gênero: Milonga
Letra: Eron Vaz Mattos
Melodia: Cristian Camargo
Interpretação: Joca Martins

Terceiro Lugar: O PRINCÍPIO E O FIM
Gênero: Milonga
Letra: Sérgio Carvalho Pereira
Melodia e interpretação: Marcelo Oliveira

Melhor Intérprete:  MARCELO OLIVEIRA - O Princípio e o Fim 

Melhor Instrumentista:  EVERSON MARÉ – Violão - Cercadito 

Melhor Letra: RASTROS DO TEMPO SOBRE O CHÃO DA ALMA -  Eron Vaz Mattos 

Melhor Melodia: O PRINCÍPIO E O FIM - Marcelo Oliveira 

Melhor Arranjo: CINCO E MEIA DA MANHà

Melhor Conjunto Vocal: CINCO E MEIA DA MANHÃ
Interpretação: André Teixeira e grupo

Mais Popular:  A ZAMBA QUE FIZ PRA TI
Gênero: Zamba
Letra: Rogério Villagran
Melodia: Kiko Goulart
Interpretação: Quarteto Coração de Potro

Tema Sobre Região Serrana: TIRO, GRITO E BOLO FRITO
Gênero:  Rancheira
Letra: Isadora Martini/Sandoval Machado
Melodia: Sandoval Machado
Interpretação: Zetti Gaudéria

Tema Campeiro:   PENACHO
Gênero: Chamarra
Letra: Felipe Bacchieri
Melodia e interpretação:  Fabiano Bacchieri
Fonte: Blog Ronda dos Festivais

quarta-feira, 19 de junho de 2019

Radio Quero-Quero vai transmitir o Encontro das Precursoras, no 35 CTG


Viagem ao Rio Grande do Sul, de Auguste Saint Hilaire - Parte XLVI

Resumo 46 - por Jeandro Garcia
Maio de 1821 - Auguste de Saint-Hilaire

Angustia pela viagem - Riqueza - Simplicidade - Generosidade - Investimentos

        Saint Hilaire vive a angustia da espera pelo barco que iria lhe transportar a Porto Alegre, queixa-se todos os dias ao Capitão, tem medo de ser enganado, mas ele lhe garante que havendo o tenente-general dado a ordem para não partirem sem levá-lo, com certeza a qualquer a momento iriam avisá-lo, pois o carregamento do barco não pode demorar muito.

      Seus soldados estão ansiosos por partir, com a venda dos cavalos não dão um passo para fora de casa a pé. Não tendo nada para fazer se aborrecem facilmente e ficam mal-humorados.

      Tem dito que nesta capitania existem homens muito ricos, mas que em suas casas nem o mobiliário demonstra tal fortuna. O Major Filipe é um destes com quarenta mil cruzados de renda, porém um camponês francês com mil cruzados de renda vive mais confortável.

      É no equipamento dos cavalos que ostentam maior luxo, estribos, testeira, freio e a retranca são feitos de prata, mas essa despesa não se renova seguidamente, consumindo pequena parte da renda.

      Não se sabe direito o que se faz com estes rendimentos, geralmente mais se dilui do que é investido realmente. Boa parte vai para caridade, também é comum ajudarem amigos e parentes, algo mais raro em um europeu, pois este sempre está inquieto com a visão de futuro.

      Os homens ricos possuem rebanhos, como se multiplicam facilmente, pouco ou quase nenhum cuidado tem com o trato destes animais. O comércio como exige controle e ideia de futuro, está nas mãos dos europeus, geralmente sem educação ou cultura alguma, mas levam vantagem sobre os americanos pois estão sempre pensando no futuro, isso faz com que gastem e guardem com parcimônia.

     Quando estes homens chegaram de Portugal logo ao enriquecerem esqueceram de seu passado, se tornaram pedantes, daí o rancor com os europeus. Mas onde a colônia é espanhola, a mistura com índios provocou ainda mais um desdém que nem os portugueses conseguiram ter pelos brasileiros.

Festividades comemorativas ao Centenário de Gildo de Freitas, em Viamão

Fonte: Facebook do Jornalista Juarez Fonseca    -  Lançamento de seu Livro dedicado à memória de Gildo de Freitas
GILDO DE FREITAS 100 ANOS

          O centenário do Rei dos Trovadores será comemorado com muita festa neste final de semana. A partir de hoje, 19, dia que marca seu nascimento, até domingo, no Parque do Sindicato Rual de Viamão, mais conhecido como Parque Arroz com Leite - próximo a Parada 69, da  ERS 040 (Viamão-Litoral). Confira a programação, organizada pela família de Gildo de Freitas, seu produtor Wesley Marques, amigos e fãs. Informações também na página Gildo de Freitas no Facebook.


QUARTA, 19
13h - Abertura das comemorações, com missa campal
14h30 - Lançamento do livro "Gildo de Freitas, o Rei dos Trovadores, de Juarez Fonseca, na Câmara de Vereadores de Viamão (única atividade fora do Parque)
17h - Peça teatral "A História do Poeta de Branco" e gravação da RBS TV

QUINTA, 20
10h - Tertúlia livre
14h - Apresentações artísticas de CTGs
17h30 - Baile com grupo Gildeiros do Tuga

SEXTA, 21
9h30 - Exposição sobre Gildo De Freitas
10h30 - Sarau audiovisual
11h30 - Roda de chimarrão
13h30 - Apresentações de amigos de Gildo, seguida de tertúlia
18 - Apresentações de payadores
19h - Show com a Família Freitas.
20h30 - Baile com o grupo Fundo de Campo

SÁBADO, 22
9h30 - Abertura musical
10h30 - Início das gineteadas
14h30 - Projeção da peça "A História do Poeta de Branco"
15h30 - Festival de músicas
17h30 - Apresentações de trovadores com improvisos em ritmo de milonga
19h - Show com diversos gaiteiros
21h - Show com grupo Vertical

DOMINGO, 23
8h - Abertura musical
10h30 - Chegada da cavalgada do Piquete Gildo de Freitas.
13h30 - Apresentação do CTG Gildo de Freitas.
14h30 - Finais da gineteada e do festival de músicas
20h - Show com Jorge de Freitas, Teixeirinha Filho e Teixeirinha Neto,

terça-feira, 18 de junho de 2019

Cronologia resumida da vida de Gildo de Freitas, no ano do seu centenário

Livro: Gildo de Freitas de Juarez Fonseca | Editora Tchê | 1985
         Nasceu em 19 de junho, de 1919, no subúrbio do Passo D'Areia, em Porto Alegre, filho de Vergílio José de Freitas e Georgínia de Freitas. Profissões foram muitas, mas a rigor apenas uma: trovador e cantador popular. EM 1931, Gildo, com  apenas 12 anos,  foge de casa pela primeira vez.

        1934 - É tido como desertor, pois não se apresenta para o serviço militar obrigatório. Envolve-se em uma  briga séria, onde  morre um jovem amigo. Vem a primeira  prisão e nasce seu ódio da polícia. 

          1941 - Casamento com dona Carminha. Passa a ter morada fixa no bairro de Niterói, em Canoas. Continuam os contratempos com a polícia.

           1949 - Em 1949, já trovador respeitadíssimo, ele apareceu mais uma vez no Alegrete, para disputar os prêmios de um concurso de trovas realizado por uma rádio. Chegou que mal caminhava, meio duro, meio aleijado. Chegou e, como sempre acontecia, conquistou a cidade. 
           Até no Rio de Janeiro ele foi, levado por Getúlio Vargas. Na volta, cruzou direto por Porto Alegre, no rumo do Alegrete, para participar da campanha de Ruy Ramos, candidato à deputado federal. Dona Carminha? Em casa, esperando.

         1956/60 - Maior atração do programa Grande Rodeio Coringa dos domingos à noite. Mais viagens com Teixeirinha.

          1961/62 - Declínio dos programas de rádio ao vivo, televisão começando. Gildo resolve largar de mão a "cantoria" e inventa de criar porcos. 

          1964 - Ê lançado o primeiro LP. Em meados do ano é "convidado" a prestar depoimento sobre suas ligações com o trabalhismo.

           1965 - Início da célebre disputa com  Teixeirinha através dos discos. Jango o convida para viver no Uruguai e ele não aceita.

          1970/77 - Várias internações em hospitais, sucesso popular das gravações, muitas viagens. A "briga" com Teixeirinha chega ao auge. Mudança para Viamão.

          1978 - Inaugura em Viamão a Churrascaria Gildo de Freitas e dá início aos bailões.

          1982 - Grava o último disco, para a mesma gravadora dos outros todos, Continental. Última' internação em hospital, últimas aparições públicas em programas de TV. Morte em 4 de dezembro.









Centenário de Gildo de Freitas | 100 anos do Rei dos Trovadores - parte 3

          Todos os seus discos fizeram grande sucesso. E continuam fazendo!  Pois   estão na INTERNET e são disputados por colecionadores. Ele com Teixeirinha são os dois maiores ícones da Música Regionalista Gaúcha. Gildo, na sua forma simples de escrever seus versos, muito bem representava o homem do campo, do interior do Rio Grande do Sul. Uma prova é que permanece fazendo sucesso, com músicas como História dos Passarinhos (o seu carro-chefe – parceria com Palmeira), Saudades dos Pagos, Brincando com a Rima (dele e Dorval Ignácio),  Recordação do Passado, Fiz Uma Moça Chorar, Gaúcho Bom é Assim (dele e Inácio Cardoso), Sem Você Não Sou Feliz, Não Enjeito Proposta, Saudade da Minha Terra (dele e Carlos A. M. Pereira),  Eu Não Sou Convencido, É Assim Que Sou, Homem Feio Sem Coragem Não Possui Mulher Bonita, Lembrança do Passado (dele e Jorge Cardoso, filho do patriarca Inácio Cardoso), Eu Reconheço Que Sou Um Grosso, Ajudando a Medicina, Faça Sorrir Uma Criança, Figueira Amiga. Escola do Mundo e tantas outras. 

        A vanera Definição do Grito virou uma das modalidades da trova gaúcha, - o Estilo Gildo de Freitas, onde improvisam com rimas de 9 versos ou linhas, no ritmo dessa música, conforme Derly Silva e Fraga Cirne no livro “Trova Galponeira - História da Trova Estilo Gildo de Freitas” (2015).

        Também era um gaúcho humanitário. Possuía um alto espírito de solidariedade, para  com as pessoas, desfavorecidas da sorte. Gesto, que era frequente no seu dia a dia, e que enobreceu sua vida. Tinha um grande coração. Nos seus discos, ele deu oportunidade para duplas e cantores individuais, que gravaram com ele. Exemplo: Zezinho e Julieta, Irmãos Vargas, Os Taytas, Os Coroas, Zé Mineiro, Marco Aurélio e outros.

        Gildo de Freitas passou a andar doente e depois de diversas internações em hospitais, havia dado alta e estava em casa, quando faleceu no dia 4 de dezembro de 1982 em Porto Alegre. Seus restos mortais estão sepultados no Cemitério 2 de Novembro em Viamão, RS. Durante o seu velório, formaram uma multidão. No trajeto até o Cemitério, uma fila de carros, de admiradores do Trovador dos Pampas.   

Deixou, com dona Carminha, os seguintes filhos, pela ordem: Jorge Tadeu de Freitas, Neuza Aparecida de Freitas, Paulo Hermenegildo de Freitas, José Cláudio de Freitas (Zequinha) e  Leovegildo José de Freitas Filho (O Geneco).     

        Este ano de 2019 está sendo comemorado o CENTENÁRIO de GILDO DE FREITAS. Esse grande trovador, grande compositor e cantor  da música regional gaúcha, que divulgou a nossa trova e a nossa música em  todo o Estado e no Brasil. Arista que tanto merece ser lembrado, homenageado e preservado o seu importante Legado Cultural. 


Israel Lopes
Pesquisador

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Confira os resultados do Enart Pré-Mirim, Mirim e Juvenil

Aconteceu neste final de semana, em Soledade, o evento denominado Enart Pré Mirim, Mirim e Juvenil, promovido pelo MTG e realizado em parceria com a Prefeitura Municipal de Soledade. Abaixo os resultados do evento:
Equipe de avaliação das danças tradicionais - Foto arquivo pessoal Luis Afonso Torres (via facebook)
Danças Tradicionais Mirim Força A
1º Lugar - CTG M'Bororé - Campo Bom - 30ªRT
2º Lugar - CTG Patrulha do Rio Grande - Santo Antonio da Patrulha - 23ªRT
3º Lugar - CTG Rancho da Saudade - Cachoeirinha - 1ªRT
4º Lugar - CTG Aldeia dos Anjos - Gravataí - 1ªRT
5º Lugar - CTG Guapos do Itapuí - Campo Bom - 30ªRT

Danças Tradicionais Mirim Força B
1º Lugar - CTG Rincão da Alegria - Santa Cruz do Sul - 5ªRT
2º Lugar - CTG Rodeio da Querencia - Frederico Westphalen - 28ªRT
3º Lugar - CTG Porteira da Restinga - Porto Alegre - 1ªRT
4º Lugar - CTG Essencia Gaúcha - Taquara - 22ªRT
5º Lugar - CTG Darci Fagundes - Guaiba - 1ªRT

Danças Tradicionais Juvenil Força A
1º Lugar - CTG Tiarayu - Porto Alegre - 1ªRT
2º Lugar - CTG Rancho da Saudade - Cachoeirinha - 1ªRT
3º Lugar - CTG M'Bororé - Campo Bom - 30ªRT
4º Lugar - CTG Aldeia dos Anjos - Gravataí - 1ªRT
5º Lugar - CTG Guapos do Itapuí - Campo Bom - 30ªRT

Danças Tradicionais Juvenil Força B
1º Lugar - CTG Marciano Brum - Soledade - 14ªRT
2º Lugar - CTG Leão da Serra - São Leopoldo - 12ªRT
3º Lugar - CTG Laço Velho - Bento Gonçalves - 11ªRT
4º Lugar - CTG Osório de Assis - Fontoura Xavier - 14ªRT
5º Lugar - 35 CTG - Porto Alegre - 1ªRT

Chula Mirim
1º Lugar - Luis Andre Kirshof - DCTE Marcas do Pampa - Santa maria - 13ªRT
2º Lugar - Bernardo Pereira - CTG Galpão Campeiro - Erechim - 19ªRT
3º Lugar - Vitor Hugo Alano - CTG Doze Braças - Sananduva - 29ªRT

Chula Juvenil
1º Lugar - Miguel dos Santos Lampert - CTG Lalau Miranda - Passo Fundo - 7ªRT
2º Lugar - Felipi de Souza - CTG Sentinela da Querencia - Vacaria -8ªRT
3º Lugar - Artur Eduardo latroni - CTG Aldeia dos Anjos - Gravataí - 1ªRT

Gaita Piano Mirim
1º Lugar - Vitor Luis Giotto - GAN Lagoa Vermelha - Lagoa Vermelha - 8ªRT
2º Lugar - Rafaela fernanda Tormen - CTG Sinuelo do Sul - Pelotas - 26ªRT
3º Lugar - Leonardo Andrades Schneider - CTG Patrulha do Oeste - Uruguiana - 4ªRT

Gaita Piano Juvenil
1º Lugar - Diodo Iurre da Costa - CTG22 de Novembro - Progresso - 24ªRT
2º Lugar - Nicolas de Brito Iacks - CTG Sinuelo do Sul - Pelotas - 26ªRT
3º Lugar - Monalise de Souza - CTG Essencia da Tradição - Novo Hamburgo - 30ªRT

Gaita Botão Mirim
1º Lugar - Leonardo Andrades Schneider - CTG Patrulha do Oeste - Uruguiana - 4ªRT
2º Lugar - Felipe Marin de Sá - CTG Pioneiros do Laço - Vacaria - 8ªRT
3º Lugar - Isaac Jacobs - Piquete Os Caudilhos - Barra do Ribeiro -1ªRT

Gaita Botão Juvenil
1º Lugar - Luan Bueno Bolzan - CTG Herdeiros da Tradição - Caxias do Sul - 25ªRT
2º Lugar - Pedro Lucca Nascimento - CTG Carreteiros da Saudade - Gravataí - 1ªRT

3º Lugar - Guilherme Henrique Dalabrida - GF Chaleira Preta - Ijui - 9ªRT

Interprete Solista Vocal Masculino Mirim
1º Lugar - Pedro |Rhode Franck - CTG Rincão Serrano - Carazinho - 7ªRT
2º Lugar - João Vitor Camargo - CTG Guapos do Itapui - Campo Bom - 30ªRT
3º Lugar - Leonardo Andrades Schneider - CTG Patrulha do Oeste - Uruguaiana -4ªRT

Interprete Solista Vocal Masculino Juvenil
1º Lugar - Juan Vitor Borges - CTG Fronteira Aberta - Livramento - 18ªRT
2º Lugar - Andrei Eduardo da Silva - CTG Guapos do Itapui - Campo Bom - 30ªRT
3º Lugar - Vieri Siqueira de Vargas - CTG Querencia Xucra - São Gabriel - 18ªRT

Interprete Solista Vocal Feminino Mirim
1º Lugar - Manoela Rocha Porto - CTG Vaqueanos da Tradição - Porto Alegre - 1ªRT
2º Lugar - Giovana Vieira de Lima - CTG Independencia Gaucha - Esteio - 12ªRT
3º Lugar - Amanda Miranda Lauxen - CTG Querencia Xucra - São Gabriel - 18ªRT

Interprete Solista Vocal Feminino Juvenil
1º Lugar - Kássia Macedo Costa - CTG Rancho da Amizade - Gravataí - 1ªRT
2º Lugar - Giovana Cavalheiro de Oliveira - CTG Independencia gaucha - Esteio - 12ªRT
3º Lugar - Luiza helena Almeida - CTG Fronteira Aberta - Livramento - 18ªRT

Declamação Masculina Mirim
1º Lugar - Pedro Barbosa das Neves - CCN Sentinela do Rio Grande - Rio Grande - 6ªRT
2º Lugar - Artur Dal Lago - CTG Chama Crioula - Santa Rosa - 3ªRT
3º Lugar - Rodrigo machado Silveira Jr. - CTG Sentinelas do Cerros - Caçapava - 18ªRT

Declamação Masculina Juvenil
1º Lugar - Guilherme Assunção - CTG Sentinela da QUerencia - Erechim - 19ªRT
2º Lugar - Luciano Heredia - GAN Sepé Tiarayu - Espumoso - 14ªRT
3º Lugar - Pedro Masrques Petrron - CTG Essencia da Tradição - Novo Hamburgo - 30ªRT

Declamação Feminina Mirim
1º Lugar - Emily Teixeira de Moraes - CTG Moacir Motta Fortes - Passo Fundo - 7ªRT
2º Lugar - Dara Montagna Netto - CTG Mata Nativa - Canoas - 12ªRT
3º Lugar - Luiza Webster Quintero - CTG Aldeia dos Anjos - Gravataí - 1ªRT  

Declamação Feminina Juvenil
1º Lugar - Ana Julia Camera - CTG Sentinelas do Pago - Marau - 7ªRT
2º Lugar - Julia da Rosa Severo - CTG Carreteiros da Saudade - Gravataí - 7ªRT
3º Lugar - Eduarda Sechete - CTG Sentinela da QUerencia - Erechim - 19ªRT

Dança de Salão Mirim
1º Lugar - Bruno Caviola e Emanuely Roso - CTG Sentinela da QUerencia - Erechim - 19ªRT
2º Lugar - Gabriel Bartz e Nicole Kohls - CTG Lanceiros de santa Cruz - Santa Cruz do Sul - 5ªRT
3º Lugar - Vitor Wieste e Rafaela Tormen - CTG Sentinela da QUerencia - Erechim - 19ªRT

Dança de Salão Juvenil
1º Lugar - Gabriel Renato Schons e Marina Roséli Battisti - CTG Sentinela da QUerencia - Erechim - 19ªRT
2º Lugar - Mateus Plinio Menegaz e Isadora Dorigon - CTG Rodeio da Querencia- Erechim - 19ªRT
3º Lugar - Arthur Manica Sirino e Bianca Pungan Teffilile - CTG Galpão Campeiro - Erechim - 19ªRT

Grupo de Danças mais Popular Mirim | Força A
CTG Rancho da Saudade - Cachoeirinha - 1ªRT

Grupo de Danças mais Popular Mirim | Força B
CTG Porteira da Restinga - Porto Alegre - 1ªRT

Grupo de Danças mais Popular Juvenil | Força A
CTG Rancho da Saudade - Cachoeirinha - 1ªRT

Grupo de Danças mais Popular Juvenil | Força B
CTG Osório Assis - Fontoura Xavier - 14ªRT


Troféu Marca Grande Mirim   - 7ªRT
Troféu Marca Grande Juvenil - 19ªRT
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Centenário de Gildo de Freitas | 100 anos do Rei dos Trovadores - parte 2

Com a colaboração do pesquisador e historiador Israel Lopes, entregamos para vocês um resumo da historia do Rei dos Trovadores. Viaje conosco na historia e na vida de Gildo de Freitas (parte II).

      Em 1955 Gildo e família passaram a morar na localidade de Passo do Feijó,  que era  3º Distrito de Viamão, onde tinham um “bolicho”, conforme dona Carminha, no seu livro. Depois, passou a ser cidade de Alvorada, com a emancipação em 1965.

     Em 1957 foi o reencontro do Gildo e Teixeirinha, que estava morando em Erechim. Teixeira convidou o amigo para uma temporada naquela cidade. Uns seis meses mais ou menos, conforme disse o Teixeirinha, na entrevista ao jornalista Airton Ortiz em abril de 1985, publicada no Almanaque Tchê! Depois Gildo retornou para casa, em Alvorada, e continuou se apresentando nos programas regionalistas. 

    Gildo, além de tocar gaita a ponto, tocava violão, mas o instrumento que ele mais executava era a gaita cromática. Em 1963 ele foi a São Paulo e gravou na Continental, onde contou com ajuda do Palmeira (Diogo Mulero) que era da direção daquela gravadora. Palmeira já conhecia o seu trabalho. Era fã do Gildo. Teixeirinha, em 1963, gravara o arrasta-pé "Cobra Sucuri", de Gildo de Freitas, que fazia muito sucesso. Inclusive, lá para o Norte e Nordeste. Em 1964, foram lançados dois discos de 78 rotações. Um, com História dos Passarinhos e Conhecendo o Brasil. O outro, com A Grande Perda do Brasil e Acordeona. Também, em 1964, o seu 1º LP “Gildo de Freitas, O Trovador dos Pampas”. O apresentador Giva Ferri, no “Programa Querência”, TV Cidade, de Bento Gonçalves, em 14 de outubro de 2013 entrevistou dona Carminha e o Jorge de Freitas, que disseram que as músicas que fizeram mais sucessos do primeiro disco foram História dos Passarinhos e Baile do Chico Torto. 

     Quanto ao sucesso de suas primeiras gravações, o advogado e pesquisador Israel Lopes, diz no seu livro em preparo “A Trova de a Porfia no Rádio Gaúcho”:

     “Quanto ao sucesso de suas músicas, desse primeiro LP, eu acompanhei, através do rádio, dos pedidos dos ouvintes e afirmo, com certeza, que todas as composições fizeram sucesso. É certo, como disseram sua viúva, dona Carminha, e seu filho Jorge, que os grandes sucessos foram História dos Passarinhos e Baile do Chico Torto. Essas duas eram as mais solicitadas. Mas, Acordeona, A Grande Perda do Brasil, Conhecendo o Brasil, que, com História dos Passarinhos estão em discos de 78 rotações, também fizeram grande sucesso. E não só essas, as demais que estão no LP, todas fizeram sucesso”.
 
Teixeirinha e Gildo de Freitas
    
       No início da década de 1970 ele passou a residir em Viamão, onde adquiriu um imóvel. Logo comprou outro local, também em Viamão, onde teve a Churrascaria Gildo de Freitas, com apresentações de bailes. Depois foi morar em Porto Alegre. 

         Gildo de Freitas, sendo o maior repentista do Rio Grande do Sul, tanto na trova de a porfia, como no improviso em ritmo de milonga, foi cognominado de O Trovador dos Pampas e O Rei dos Trovadores.  Gildo de Freitas era o Rei do Improviso, assim como Teixeirinha era o Rei do Disco. Trovou com os maiores repentistas do Rio Grande do Sul: Inácio Cardoso, Tereco de Oliveira, Formiguinha, Zezinho Fagundes, Teixeirinha, Valdomiro Mello, Luiz Müller, Portela Delavy, Garoto de Ouro, Dorval Ignácio, Tom Mix, Joãozinho Azevedo, Antoninho Silva, Padre Rubens Pillar, Moraezinho, Francisco Vargas, Marco Aurélio e outros. Também, trovou com Lina Rodrigues, de Portugal, com Flor da Serra, de São Paulo, e com outros vates de outras regiões do Brasil.
   
         De 1964 a 1982 ele gravou 15 LPs.  Na Continental, os seguintes discos: O Trovador dos Pampas (1964),  Vida de Camponês (1965), O Desafio do Padre e o Trovador (1966), Gildo de Freitas e Sua Caravana (1968), De Estância em Estância (1969), Gildo de Freitas – Dupla “Alegria dos Pampas” Zezinho e Julieta (1970),  Gildo de Freitas, O Rei do Improviso (1970),  Gildo de Freitas (1972), Gildo de Freitas e Seus Convidados (1975), O Ídolo, Gildo de Freitas (1975),  Gildo de Freitas e Os Taytas – Gauchadas de Sul a Norte  (1976) e  Gildo de Freitas (1979). Na Chantecler:  Gildo de Freitas Mais Sucessos (1980), Gildo de Freitas, O Rei dos Trovadores (1981) e Gildo de Freitas, Figueira Amiga (1982).

    No segundo LP, Vida de Camponês, em 1965, Gildo gravou o arrasta-pé Baile de Respeito, iniciando aquela brincadeira, caçoando com o seu amigo e compadre Teixeira, que rendeu muitas composições entre ambos.

    Em 1969, ele foi convidado por Dilamar Machado, e apresentou um programa regionalista na Rádio Gaúcha. Ainda, naquele ano, ele acompanhou Dilamar, e se foram para a Rádio Difusora, onde permaneceu até junho de 1971. Também, em Porto Alegre, teve programa na Rádio Itaí. Em Canoas, na Rádio Real. No Paraná apresentou por três meses, programa na Rádio em Pato Branco e na Rádio de Foz do Iguaçu.


Mateada comemorativa ao Centenário de Gildo de Freitas

Venha para o CTG Gildo de Freitas - Mateada comemorativa aos 100 anos do Rei dos Trovadores

domingo, 16 de junho de 2019

Centenário de Gildo de Freitas | 100 anos do Rei dos Trovadores - parte 1

Com a colaboração do pesquisador e historiador Israel Lopes, entregamos para vocês um resumo da historia do Rei dos Trovadores. Viaje conosco na historia e na vida de Gildo de Freitas.

      Gildo de Freitas nasceu em 19 de junho de 1919 no bairro Passo d’Areia, em Porto Alegre, RS. LEOVEGILDO JOSÉ DE FREITAS, seu nome de batismo, filho do  casal Virgínio José de Freitas e Georgina Santos de Freitas. Foi o terceiro filho, entre os 9 irmãos. 

     Gildo, com 8 anos, frequentou o colégio no Passo d’Areia, onde é o campo do Esporte Clube São José. Sua professora foi  dona Paulina. Porém, o menino não gostava de estudar. Por isso, estudou somente seis meses. Mas, aprendeu a ler a escrever. O que ele gostava mesmo era de cantar, de trovar e aprender a tocar gaita, conforme disse dona Carminha de Freitas em seu livro “Gildo de Freitas, O Trovador dos Pampas” (2004):

     “Seu irmão Alfredo tinha uma gaitinha de oito baixos. Tocava uma toada de trova e cantava uns versinhos. Quando o Alfredo saía, Gildo pedia à mãe para não  contar ao irmãos que ele pegava na gaita, levava para a beira de um arroio que existia nos fundos da casa e lá treinava suas trovas. Assim aprendeu a tocar e cantar. De grande talento já desde pequeno, mas  ninguém ligava, pois naquele tempo, quem tocasse ou cantasse era considerado vagabundo”.

    Seu Virgínio era pequeno agricultor, ali no Passo d’Areia. Plantava verduras. Gildo era o mais esperto entre os 9 irmãos. Trabalhava desde pequeno para ajudar os pais no sustendo da numerosa família. Gildo puxava uma carroça, cheia de verduras. Seguia pela estrada, vendendo de casa em casa.
O Castelhanho Vergilio José de Freitas  e Dona Georgina 
        Aquele menino, que passou tanto trabalho na infância, jamais imaginaria que, um dia seria o maior trovador do Rio Grande do Sul. Um dos maiores repentistas do Brasil. Um gênio, que começou a trovar ainda guri, como disse Chirú Vaqueano, no seu livro (com título homônimo ao da Sra. Carminha) “Gildo de Freitas, O Trovador dos Pampas” (1973):

    “Desde antes dos oito anos, sabia trovar e nessa idade o colocavam em cima das mesas, nas carreiras para fazer versos. Com 15 anos não era qualquer trovador que encostava nele. E daí para diante foi aprendendo ainda mais, com os grandes repentistas Inácio Cardoso, Zezinho Fagundes, Genésio Barreto e Bena Brabo”.
  
Ilustrações Canini - Livro de Juarez Fonseca
         Depois, Gildo saiu pelo mundo, fazendo aventuras, enfrentando sofrimentos e até perseguições. Pois ele não admitia injustiças que fossem praticadas contra os mais fracos. Conheceu dona Carminha, em Niterói, Canoas. Casou com dona Carminha em 16 de maio de 1942 e foram residir na Vila Floresta. Ali, passaram muitas dificuldades, conforme Dona Carminha relata no seu livro. Depois, voltaram a residir em Niterói. 

         No início da década de 1940 passou a se apresentar no programa Trovadores do Rio Grande, na Rádio Gaúcha. Em 1948, quando o programa retornou, ele e Tereco, novamente se apresentavam. Em 1949 foi para o Alegrete, onde participava de trovas, formou o Trio Gaúcho, ele, Raul Sotero e Francisco Bica. Ele e Raul executavam as gaitas de botão e Bica, no violão. Conheceu Rui Ramos, que era político do antigo PTB em Alegrete, que lhe apresentou a Getúlio Vargas. Trabalhou na campanha de Getúlio em 1950, no retorno ao Catete, fazendo aqueles improvisos, nos comícios. Esteve muito doente em Alegrete, quase entrevado. Depois que saiu de Alegrete, esteve em Santa Maria, trovando e viajando com o repentista são-borjense Garoto de Ouro. Fizeram apresentações em São Borja e em vários Municípios. Continuou participando das campanhas políticas dos herdeiros do “trabalhismo” de Getúlio: João Goulart e Leonel Brizola. 

     Em 1953 ele volta a Porto Alegre. Trabalhou em vários serviços. Voltou a se apresentar nos programas de rádio. Logo foi criado em 1º de maio de 1955, o programa Grande Rodeio Coringa, na Rádio Farroupilha, por Darcy Fagundes e Paixão Côrtes. Gildo e Tereco de Oliveira eram  os mais famosos trovadores de a porfia, que se apresentavam no programa. Trovou, também com outros grandes trovadores, mas nenhum se igualava e ele, na trova. Era imbatível! Tereco era o trovador que mais se aproximava de Gildo, na trova. Gildo, com sua inteligência fazia versos bonitos e sem ofender o adversário. Teixeirinha foi entrevistado por Juarez Fonseca. Ele disse que trovou com os dois e reconhecia porque Gildo de Freitas foi o “REI DOS TROVADORES”, conforme o jornalista Juarez Fonseca, registou no seu livro “Gildo de Freitas” (1985):  

    “Gildo nunca ficava nervoso ou irritado com provocações do adversário, na trova. No início, sempre apareciam trovadores novos querendo fazer fama em cima de uma vitória sobre ele. Já entravam dando pua, e às vezes a plateia começava a vaiar Gildo pelo fato de ele não responder à altura às provocações. Mas ele sorrindo, mostrando aqueles dentes de ouro, ia fazendo seus versos, trazendo, trazendo, e quando se via a plateia já tinha passado para o lado dele. Teixeirinha diz que Gildo ‘era jeitoso, sabia agradar, não era muito acusador, mau. O Tereco já era aquele homem que dava a pua e não queria parar, dava para derrubar. O Gildo não, levava aliviado, porque era um homem de muita ideia e sabedoria, além de ter uma simpatia muito grande. Por isso é que ele foi o Rei dos Trovadores”.

     Esse depoimento do Teixeirinha ao Juarez Fonseca, sobre o Gildo de Freitas é muito importante. Pois ele conheceu muito o seu “Compadre Gildo”. Fonseca conta até de quando eles se encontram e passaram a fazer apresentações juntos. Foi em 1955, quando Gildo estava fazendo apresentações no Mercado Público, em Porto Alegre. Trovaram e um gostou do outro, conforme disse Juarez Fonseca, no seu livro sobre “Gildo”:

    “O tempo passou, e em 1955 aconteceu o encontro e amizade com Teixerinha. Eles se encontraram em um bar no Mercado Público, onde costumavam se reunir trovadores e duplas regionalistas, à espera de convite para viajar ou se apresentar em circos ou cinemas na Grande Porto Alegre. (...). Então Teixeirinha e Gildo se encontraram, trovaram, gostaram um do outro e saíram juntos para trovar pelos interiores do Município de Taquara, onde Teixeira estava morando. Se apresentaram bastante em carreiramentos, programas de rádio, nas casas dos outros, até que um dia comicharam de novo as botas do Gildo. Ele convidou Teixeirinha para irem a Lages, em Santa Catarina, mas Teixeira trabalhava no DAER e não quis arriscar”.
(...continua...)      
Nesta quarta, 19, o Identidade Gaúcha será dedicado ao Rei dos Trovadores - Gildo de Freitas