sexta-feira, 14 de junho de 2019

Bancada do Gauchismo - Bancada da Bombacha | O que existe por trás do nome

           Costumamos chamar de bancada, um grupo de parlamentares de uma determinada região, estado ou que representa determinados interesses (como a bancada ruralista, evangélica, da bola, da bala, etc...). As bancadas costumam ser organizadas no início de cada legislatura e se desfazem ao final dela. Nacionalmente, são formados por deputados e por senadores, agrupados de acordo com a sua representação.

            Dito isso, vamos falar do que está pujante nas redes sociais que é a criação da "Bancada do Gauchismo" ou "Bancada da Bombacha" em Brasilia, com uma festividade marcada para dia 7 de agosto. Mas, como sempre, um pouco de história é importante para embasar os argumentos.


Deputado, depois Ministro Carlos Marun ao lado de João Mello
            O ano era 2014, Manoelito Savaris retornava à presidência do MTG do Rio Grande do Sul e, João Mello assumia as rédeas da Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha (CBTG). 
           Depois de muitas peleias, ao redor da questão do rodeio crioulo,  que recebia pressão das sociedades protetoras dos animais, através do Deputado Federal José Ricardo Alvarenga Tripoli (PSDB - São Paulo) advogado, ambientalista e de família política profissional (irmão deputado estadual, outro vereador), a CBTG, apoiada por suas Federações filiadas, resolveu contra-atacar. Veja o documento abaixo, datado de junho de 2015, exatos 4 anos:




          Este documento nos foi enviado pelo Presidente da Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha, João Ermelino de Mello, que iniciou este trabalho com as oito federações que compõem a CBTG. Com apoio da Confederação Internacional da Tradição Gaúcha. Mostra que, em 2015 já se trabalhava esta questão da bancada do gauchismo, em Brasilia.



          Recentemente recebemos, também, um material em vídeo, outro por escrito, falando do evento do dia 7 de agosto, onde o Deputado Federal Ronaldo Santini avisa a Coordenadora da 7ª Região Tradicionalista, Gilda Galeazzi, que a ideia da criação de uma frente parlamentar em defesa da cultura e das tradições gaúchas começa a consolidar:

    "Quero comunicar, oficialmente, que aquela provocação que lá atrás, na abertura do rodeio de Marau, que era importante que os deputados pudessem se envolver de forma mais efetiva na defesa da cultura, da arte e da tradição do nosso estado, ela produziu o resultado aqui, hoje, temos em mãos o reconhecimento, a homologação, da nossa frente parlamentar em defesa da cultura e da tradição gaúcha. Foram 198 parlamentares que aderiram à nossa frente!" - afirmou Santini.

          Gilda Galeazzi se manifestou através de um comunicado nas redes sociais:


  " (...) acabo de receber um vídeo do deputado federal Ronaldo Santini, no qual informa que se tornou realidade a sugestão que apresentamos como primeiro passo para aproximar as entidades tradicionalistas das instituições que decidem o rumo de nosso país: o parlamentar de Lagoa Vermelha conseguiu reunir 198 assinaturas de colegas na Câmara Federal para criar a Frente Parlamentar em Defesa da Cultura Gaúcha.

   Já imaginaram: um grupo de duas centenas de deputados federais defendendo nossos interesses no parlamento federal? Assim como outras bancadas temáticas (cito aqui da agricultura, do livro, dos evangélicos), teremos um grupo de políticos comprometidos em defender nossa cultura no poder legislativo. (...).

   O lançamento será no dia 7 de agosto, no CTG Jayme Caetano Braun, em Brasília, em uma grande festa gaúcha. Claro, estarei lá. E comigo irão alguns parceiros nessa nova caminhada."



Opinião do BLOG: Sem discutir o mérito (que sem dúvida nenhuma é de enorme valia), vamos rever a história, a ideia foi lançada, o que rendeu, o que não rendeu, até onde chegou, por que ela é relançada como se nunca tivesse acontecido, quais as perspectivas em relação a um pleito que acontecerá em janeiro. Tudo isso e muito mais tem que ser discutido e esclarecido ao público. Como iniciamos dizendo, uma bancada do gauchismo é muito interessante, mas das quase 200 assinaturas, quantas realmente estão comprometidas? 

          Sabedores do documento que a Confederação Brasileira está debruçada desde 2015, por que ele não foi citado? Se vai colocar um carro novo na estrada é por que tem uma estrada. Não podemos esquecer os que a construíram, isso é respeitar a nossa história.

           Estou plenamente de acordo que alguma coisa seja feita, que exista mobilização, mutirão, revolução, mas que não se apague os feitos daqueles que deixaram o legado. Porém.. muito, porém... As vaidades, deve-se tentar, pelo menos tentar, deixa-las de lado. Por que no final, são elas que pesam e alteram o fiel da balança, fazendo pender pro outro lado.


Escute pela internet o Programa identidade Gaúcha, que na semana que vem vai debater este assunto

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