Em 1955 Gildo e família passaram a morar na localidade de Passo do Feijó, que era 3º Distrito de Viamão, onde tinham um “bolicho”, conforme dona Carminha, no seu livro. Depois, passou a ser cidade de Alvorada, com a emancipação em 1965.
Em 1957 foi o reencontro do Gildo e Teixeirinha, que estava morando em Erechim. Teixeira convidou o amigo para uma temporada naquela cidade. Uns seis meses mais ou menos, conforme disse o Teixeirinha, na entrevista ao jornalista Airton Ortiz em abril de 1985, publicada no Almanaque Tchê! Depois Gildo retornou para casa, em Alvorada, e continuou se apresentando nos programas regionalistas.
Gildo, além de tocar gaita a ponto, tocava violão, mas o instrumento que ele mais executava era a gaita cromática. Em 1963 ele foi a São Paulo e gravou na Continental, onde contou com ajuda do Palmeira (Diogo Mulero) que era da direção daquela gravadora. Palmeira já conhecia o seu trabalho. Era fã do Gildo. Teixeirinha, em 1963, gravara o arrasta-pé "Cobra Sucuri", de Gildo de Freitas, que fazia muito sucesso. Inclusive, lá para o Norte e Nordeste. Em 1964, foram lançados dois discos de 78 rotações. Um, com História dos Passarinhos e Conhecendo o Brasil. O outro, com A Grande Perda do Brasil e Acordeona. Também, em 1964, o seu 1º LP “Gildo de Freitas, O Trovador dos Pampas”. O apresentador Giva Ferri, no “Programa Querência”, TV Cidade, de Bento Gonçalves, em 14 de outubro de 2013 entrevistou dona Carminha e o Jorge de Freitas, que disseram que as músicas que fizeram mais sucessos do primeiro disco foram História dos Passarinhos e Baile do Chico Torto.
Quanto ao sucesso de suas primeiras gravações, o advogado e pesquisador Israel Lopes, diz no seu livro em preparo “A Trova de a Porfia no Rádio Gaúcho”:
“Quanto ao sucesso de suas músicas, desse primeiro LP, eu acompanhei, através do rádio, dos pedidos dos ouvintes e afirmo, com certeza, que todas as composições fizeram sucesso. É certo, como disseram sua viúva, dona Carminha, e seu filho Jorge, que os grandes sucessos foram História dos Passarinhos e Baile do Chico Torto. Essas duas eram as mais solicitadas. Mas, Acordeona, A Grande Perda do Brasil, Conhecendo o Brasil, que, com História dos Passarinhos estão em discos de 78 rotações, também fizeram grande sucesso. E não só essas, as demais que estão no LP, todas fizeram sucesso”.
Teixeirinha e Gildo de Freitas |
Gildo de Freitas, sendo o maior repentista do Rio Grande do Sul, tanto na trova de a porfia, como no improviso em ritmo de milonga, foi cognominado de O Trovador dos Pampas e O Rei dos Trovadores. Gildo de Freitas era o Rei do Improviso, assim como Teixeirinha era o Rei do Disco. Trovou com os maiores repentistas do Rio Grande do Sul: Inácio Cardoso, Tereco de Oliveira, Formiguinha, Zezinho Fagundes, Teixeirinha, Valdomiro Mello, Luiz Müller, Portela Delavy, Garoto de Ouro, Dorval Ignácio, Tom Mix, Joãozinho Azevedo, Antoninho Silva, Padre Rubens Pillar, Moraezinho, Francisco Vargas, Marco Aurélio e outros. Também, trovou com Lina Rodrigues, de Portugal, com Flor da Serra, de São Paulo, e com outros vates de outras regiões do Brasil.
De 1964 a 1982 ele gravou 15 LPs. Na Continental, os seguintes discos: O Trovador dos Pampas (1964), Vida de Camponês (1965), O Desafio do Padre e o Trovador (1966), Gildo de Freitas e Sua Caravana (1968), De Estância em Estância (1969), Gildo de Freitas – Dupla “Alegria dos Pampas” Zezinho e Julieta (1970), Gildo de Freitas, O Rei do Improviso (1970), Gildo de Freitas (1972), Gildo de Freitas e Seus Convidados (1975), O Ídolo, Gildo de Freitas (1975), Gildo de Freitas e Os Taytas – Gauchadas de Sul a Norte (1976) e Gildo de Freitas (1979). Na Chantecler: Gildo de Freitas Mais Sucessos (1980), Gildo de Freitas, O Rei dos Trovadores (1981) e Gildo de Freitas, Figueira Amiga (1982).
No segundo LP, Vida de Camponês, em 1965, Gildo gravou o arrasta-pé Baile de Respeito, iniciando aquela brincadeira, caçoando com o seu amigo e compadre Teixeira, que rendeu muitas composições entre ambos.
Em 1969, ele foi convidado por Dilamar Machado, e apresentou um programa regionalista na Rádio Gaúcha. Ainda, naquele ano, ele acompanhou Dilamar, e se foram para a Rádio Difusora, onde permaneceu até junho de 1971. Também, em Porto Alegre, teve programa na Rádio Itaí. Em Canoas, na Rádio Real. No Paraná apresentou por três meses, programa na Rádio em Pato Branco e na Rádio de Foz do Iguaçu.
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