Couro - Índios "adotados" - Fim da viagem ao Rio Grande do Sul
Aqui também pode observar que empregam diversas utilidades para os diversos produtos derivados do gado. Usam até cabos de couro nos barcos que navegam por Porto Alegre, mas com o inconveniente de esticarem quando molhados.
O Conde de Figueira possuía um pequeno índio que aprisionara em Taquarembó, oriundo da tropa de Artigas. Achava que como já estava levando para França um índio do norte do país, deveria também levar também um índio do sul para comparação e ofereceu o seu indiozinho. Mas Saint Hilaire notou que eram muito afeiçoados. Assim recusou.
Mas a ideia o alegrou, podia fazer uso de uma carta solicitando ao Marechal Chagas dar-lhe um pequeno guarani. Encontrando-se tão mal acompanhado, com fisionomias descontentes, o menino poderia lhe sorrir, talvez algum afeto e servir de companhia.
Resolveu solicitar ao coronel um índio órfão de pai e mãe, que foi encontrado em São Borja, seus pais morreram na guerra e um outro indio se apiedou. Aparentava oito ou nove anos, figura agradável e espiritual. Estava inteiramente nu, como deu algum dinheiro a quem lhe cuidou até então, acredita ter feito, ao mesmo tempo, dois benefícios.
Chamou-o de Pedro, que desde o primeiro momento fez de tudo para lhe agradar, mesmo que acima de suas forças. O diverte e lhe ajuda a colher semelhantes, corre atrás de insetos e traz as flores que encontra. Demonstra a curiosidade e vivacidade de um europeu e a ternura e docilidade de sua tribo.
Chora quando dizem que vai se separar de Saint Hilaire, mas não quando é ofendido. Deita-se sobre uma de suas caixas, enrolado em uma simples coberta, come muito mas pouco se queixa quando nada lhes dão. Já entende e quase fala português.
Quando saiu de São Borja o Coronel Paullete pediu para que conseguisse em São Miguel outro pequeno índio. E que fosse enviado no Rio de Janeiro ao Marquês de Belas. Não pode recusar e assim o fez.
Saint Hilaire ficou algum tempo em Rio Grande, embarcou para o Rio de Janeiro em uma viagem de dez dias. Sendo sua última viagem pelo continente e logo retornou a sua terra natal.
Única notícia de seus companheiros é o registro de que Firmiano foi deixado com militares no Rio de Janeiro. Algum tempo depois uma carta informa que devido sua desobediência, seria enviado ao sul do país.
Fim
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