O evento contou com diversas autoridades e, ente elas, o Presidente da Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha, João Ermelino de Mello, que veio especialmente do Mato Grosso do Sul e do Patrono dos Festejos Farroupilhas, Cesar Oliveira.
Na quinta-feira, antecedendo as festividades teve o baile do Desafio Farroupilha, com as presenças de César Oliveira & Rogério Melo, Thomas Machado, Luiza Barbosa e animação do grupo "Os 4 Gaudérios". A renda foi revertida para o hospital da cidade. Parabéns aos organizadores e idealizadores deste evento.
Mais de 1.500 tradicionalistas foram até o noroeste do estado para buscar o fogo simbólico da semana farroupilha. A cidade comprou a ideia e o comercio se enfeitou para receber o Rio Grande e os visitantes de fora. A cidade ainda apresentou uma encenação da morte do personagem da Coluna Prestes que deu nome ao município, Tenente Portela.
CHAMA CRIOULA | Porque tem um valor simbólico tão grande
Uma fogueira sempre mexe com os nossos pensamentos. Um fogo de noite pode significar muita coisa. Pode ser um luau, pode ser magia... Todos nós temos uma história com o fogo. Tem gente que adora. Outros morrem de medo. Por que será?
Em todos os povos e culturas, o fogo sempre foi associado às forças espirituais. É símbolo da divindade e das chamas do inferno. Ao mesmo tempo, o fogo é, dos quatro elementos da natureza, o mais sutil. Afinal de contas é o único com o qual a gente não pode entrar em contato direto.
O fogo é fonte de luz e nos aquece. Mas ninguém pode tomar banho no fogo, respirar fogo ou pegar fogo sem se ferir. O fogo fere porque ele é pura transformação. Nunca é igual, nem a si mesmo.
O fogo aquece nosso coração, ilumina as trevas da Noite e por isso tem importância em rituais de magia, é idolatrado por alguns, serve de inspiração para outros e ainda pode ser considerado símbolo da paixão. Como se vê, o fogo está sempre presente: não só como instrumento da humanidade para dominar a natureza, mas como símbolo de nossos próprios sonhos.
A tradição de manter um fogo aceso durante os Jogos Olímpicos remonta à antiguidade, quando se efetuavam sacrifícios a Zeus. Nessas cerimônias, os sacerdotes acendiam uma tocha e o atleta que vencesse uma corrida até ao local onde se encontravam os sacerdotes teria o privilégio de transportar a tocha para acender o altar do sacrifício. O fogo era então mantido aceso durante os Jogos, como homenagem a Zeus.
Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, esse fogo simbólico é representado pela Chama Crioula, que nasceu no ano de 1947, em um momento conturbado da historia Brasileira e mundial. Era um período em que os Estados Unidos da América, que havia tirado vantagens da 2ª grande guerra, ditava a moda como centro irradiador das grandes novidades mundiais, espalhando seu capital, seu prestigio, mas principalmente sua cultura que era de “mudar”, “evoluir”, “desenvolver” reproduzir o modismo lançado que invadia a América.
No ano de 1947, quando foi criado em Porto Alegre, no Colégio Júlio de Castilhos um Departamento de Tradições Gaúchas, com o objetivo de resgatar, preservar e proporcionar a revitalização das coisas tradicionais do RS, através da historia gaúcha, um grupo de jovens ginasianos deste colégio, não ficaram sentados assistindo culturas alternativas invadirem o cerne cultural de nosso estado, e numa atitude de muita responsabilidade, oficiaram o presidente da Liga de Defesa Nacional, manifestando o desejo de fazer o acompanhamento dos restos mortais do General Farroupilha, David Canabarro, que era transladado ao Panteão riograndense, de à cavalo. Uma vez aceito pela Liga de Defesa, o mais difícil foi arregimentar cavalarianos para cumprirem o ato, onde podemos verificar que usar indumentária gaúcha naquele período era quase um “crime” perante a sociedade.
Sete de setembro de 1947, da pira, foi retirada uma centelha do Fogo Simbólico, acendendo o candeeiro crioulo e guardado no Colégio Julio de Castilhos, dando origem à nossa Chama Crioula, que simboliza o apego do gaúcho à sua terra, o seu nativismo, seu telurismo. Esta Chama permanece acessa dentro de cada um de nós, demonstrando nosso respeito às instituições, valorizando a nossa cultura tradicional, à palavra empenhada, e nossa demonstração de civismo, patriotismo e amor ao Rio Grande e suas mais caras tradições.
Locais de acendimento da chama crioula
2001 - Guaíba, na fazenda de Gomes Jardim
2002 – Laguna/SC, Distribuição em Santa Maria
2003 - Camaquã, na Chácara das Aguas Belas, de Barbosa Lessa
2004 - Erechim, no Recanto dos Tauras
2005 - Viamão, cidade fundamental na história do RS
2006 - São Gabriel, na Sanga da Bica, onde tombou Sepé Tiarayú
2007 - São Nicolau, 1ª redução e um dos 7 povos das missões
2008 - São Leopoldo, Terra de Colonização Alemã
2009 - São Lourenço, no casarão de Ana, irmã de Bento Gonçalves
2010 - Itaqui, o acendimento volta para a fronteira
2011 - Taquara, cinquentenário da Carta de Princípios
2012 - Venâncio Aires - Capital Nacional do Chimarrão
2013 – General Camara – Distrito de Santo Amaro
2014 – Cruz Alta – Terra de Erico Verissimo
2015 – Acendimento internacional na Colonia do Sacramento e distribuição no Chui
2016 – Triunfo – Terra de Bento Gonçalves e da Batalha do Fanfa
2017 – Mostardas
2018 – Iraí
2019 – Tenente Portela
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