Ao chegar no Parque da Oktoberfest, que visito desde 1998, e mais intensamente entre os anos de 2001 e 2009, quando trabalhei na organização junto com o vice-presidente de eventos, deparei-me com alguns "chefes" de equipes correndo, pra lá e pra cá, para carregar planilhas, água, lanche e, cadeiras, isso mesmo, cadeiras. Chegaram em um evento que não estava pronto como todos os anos. Disse uma pessoa: "Fui pegar água, para a comissão, e me disseram que somente podiam servir refrigerante em copo, pois água teria de ser paga, por fora!".
Fui pras trovas, onde conversei com diversos trovadores que me disseram a mesma coisa: "Este ano teve boicote por parte de muitos colegas, por não concordar com atitudes e formas estabelecidas. Hora de dar um ponto final nisso!". Outros me disseram: "Nós até viemos, mas acho que ano que vem, não viremos mais, se não mudar!".
Então, nas redes sociais bombava o "Henarte da Zoeira". "Memes" das coisas engraçadas (as vezes tristes) que aconteciam no festival. Deparei-me com um conjunto Vocal que, simplesmente parecia que não queriam estar ali. Os guris de Ajuricaba tiveram que subir ao palco para completar modalidades individuais, que são obrigados a participar para poder inscrever o grupo de danças. Eles levaram os "memes" na esportiva, brincaram e tiraram onda, também.
Segurança e controle no Parque deixou a desejar. Banheiros eram comparados com patentes (em um número muito reduzido), chuveiros e comodidades para os que ali acampavam, em número muito desproporcional. Sem falar que dava pra fazer charque com os preços salgados do acesso ao parque. Água mineral sem gás, ao custo de R$5,00 (qual é o custo deste bem tão necessário, em um evento onde o calor é o maior parceiro?). Pobres frequentadores.
Quando nos propomos de fazer um Identidade Gaúcha (programa na radio Quero-Quero ponto Net) pra falar de Enart, o pessoal achava que iriamos falar mal de avaliação. Avaliação não é o centro do Enart. Até por que, neste setor tinha gente pra lá de competente. Inclusive o resultado agradou 'gregos & troianos'. O Campeão foi ovacionado pelo ginásio.
Imprensa
Foram cadastrados os profissionais que se dispuseram a dar publicidade ao evento, pela assessoria da Federação. Mas, em determinado momento, quem tinha a pulseira "imprensa" foi retirado do cercado da força "A", de forma bastante arbitrária.
Caroline Bouvie, do Cantinho Gaúcho |
"Como já é de ciência de muitos, ontem a tarde em meio as apresentações dos grupos da Força "A" no ENART, um segurança pediu que eu e outros meios de comunicação que ali estavam fazendo registros de vídeo e fotográficos nos retirássemos do acesso à pista a mando do Presidente. A partir daquele momento somente estava autorizada a permanência da empresa responsável pela venda das fotos" - Caroline Bouvie, em seu BLOG Cantinho Gaúcho.
Tivemos mais fatos negativos como não ver a 5ª Região Tradicionalista, do incansável Luiz Clóvis Vieira e sua equipe na lida. Não ver a ATS trabalhando nos palcos. Abrir mão de parceiros de quase vinte anos, para deixar tudo por fazer, deve ter uma justificativa plausível, no mínimo.
Quando alguém se vangloria que está nessa lida do Movimento "há muitos anos", e quer desfazer com quem começou a vestir bombachas ontem, de alguma forma não entende os princípios de igualdade expressas na Carta magna do tradicionalismo. Uma coisa eu aprendi ao longo dessa tropeada, que quem prega demais algumas coisas quer esconder outras.Quer desviar o foco.
O Enart, acontece. É só o 'mirabolantismo' não pensar em atrapalhar o andamento. Só em não atrapalhar, já contribui muito. Tem que ouvir as bases. Tem que ir no acampamento. Visitar os banheiros. Não ficar no Hotel. Ir tomar um banho no Parque, sair da zona de conforto. Dentro daquele ginásio desfilam R$2.000.000,00 em sonhos (no mínimo), dinheiro que deixaram de investir nos estudos, presentes, momentos com a família. Basta ter respeito com eles. Saindo do ginásio vamos na Trova, Força "B", Mostra Folclórica, Declamação, Dança de Salão, Instrumentais, Vocais... Tem mais R$1.000.000,00 de investimentos ali. Desta forma, não sobrou 'pila' pra tomar uma água de R$5,00 e, o pior, não tem água no banheiro pra tomar de "conchinha".
Prendas apresentando o Grupo
Assisti, e depois viralizou os desabafos e as denuncias de prendas que poderiam ter errado sua fala. Vamos à regra: A prenda tem que entrar e apresentar o grupo de danças, sendo que nem sempre ela dança. Tem um tempo cronometrado e um texto predeterminado. A menina que não é do grupo está sob a pressão de ter que anunciar e não colocar por água abaixo o trabalho daqueles que, as vezes, nem gostam dessa "metida", mas que dependem dela.
A prenda anuncia e erra. Aquele sonoro "ooohhhh!" preenche os espaços e denuncia o equívoco (as vezes, a denuncia vem de um outro grupo). O foco do erro passa para a denuncia e confrontos em redes sociais. Quem perde com isso? Amanhã, pode ser o grupo do denunciante a ser denunciado (um dia da caça e o outro do caçador).
O que era para valorizar a menina, coloca ela entre a frigideira e o fogo. Pressão interna, externa (2 a 4 mil pessoas no ginásio) somados as três danças que foram recentemente sorteadas (e ela não anotou na mão) podem leva-la a um stress e o erro. Que tu acha? Tem que mudar este sistema? Se é pra valorizar, está valorizando?
Poderíamos falar aqui, ainda, do palco da declamação masculina, totalmente fora do proposito, sem acessibilidade. A integração contou com bem pouca gente, nada comparado com a integração padrão Enart (ano passado nem teve). Publico reduzido no Parque, devido preços salgadíssimos. Mas vamos falar de coisas boas... Janeiro tem Congresso e vai eleger uma gestora para colocar a casa em ordem (eu não apoiei quem está ai e convidei para que acreditassem na força da mulher, em 2018 - Infelizmente não logramos exito, mas continuamos com a mesma convicção, apoiando Elenir Winck).
11 comentários:
PARABÉNS ROGÉRIO, COM CERTEZA TUDO SERÁ DIFERENTE EM 2020, SE DEPENDER DESTA REGIÃO E DA PREFEITURA MUNICIPAL, AS COISAS VÃO SER TOTALMENTE DO NOSSO JEITO. EM PRIMEIRO A HOSPITALIDADE E ESTRUTURA PARA OS VISITANTES E PARTICIPANTES DEPOIS OS VALORES FINANCEIROS. RESPEITAR AS PESSOAS E ATENDER SUAS NECESSIDADES VEM EM PRIMEIRO LUGAR.
Rogério
ainda tem outra questão aue já está se tornando rotina: a chegada das excursões na madrugada (como no nosso caso que chegamos por volta das 3h30 da manhã e logo depois outro ônibus vindo também de longe) e a falta de recepção.
Os vigilantes tinham entradas para vender. Porém apenas as permanentes.
E não tinham informações sobre como funciona o acesso de forma também já tradicional.
Ficamos mais de meia hora esperando que alguém trouxesse os blocos com os ingressos.
Eu estava com meu bebê pequeno no colo, de madrugada, esperando como todos os outros.
E apenas uma pessoa que acredito ser da organização, pois estava pilchado e vestindo camisa do MTG lá pra tentar acalmar alguns ânimos que se alteraram.
Ainda sobre alguns pontos que tu colocou:
- banheiros: todo ano é o mesmo problema (pelo menos no feminino), onde só 2 ou 3 chuveiros tem água quente.
Nesse ano pelo menos vi muitas pessoas se revezando na limpeza.
Mas as filas são quilométricas!
Acredito que não é impossível colocar mais banheiros "químicos" para banho como tem um próximo a área de acampamento em que geralmente fica a 3a RT;
- iluminação: no local onde acampamos este ano havia um poste "central" com 4 lâmpadas, só que não estava funcionando!
Havia ainda uma caixa de luz, que ficou cheia de extensões e "T's" para fornecer luz para acampamentos de Sao Borja e Rosário do Sul, principalmente,sem contar outras cidades que estavam bem próximas e dali também buscavam energia;
- banheiros químicos: já no sábado de tarde estavam muito sujos. Alguns até quase transbordando!
Era um dia de movimento e muita gente já acampada, então deveria haver mais limpeza;
- 'alagamentos': esse ano não tivemos chuva (graças a deus), mas todo mundo sabe que "tem Enart, chove! Se chove, alaga!". E muitas vezes isso se revolve com cascalho e pedras. E a cada ano vemos que esse reparo não é feito;
- 'toque de recolher': em 2018 e 2019 tivemos baile no sábado. Mas sabemos também que a gurizada que vai pro Enart quer fazer festa no Parque. E isso só é permitido até certo horário! Se esse é o final de semana que espera-se 365 pra reencontrar amigos e fazer novos, ter horário pra terminar a festa não incentiva isso!;
- transmissão on line: fui informada por familiares que diversas vezes a transmissao travava e as apresentações ficaram prejudicadas para quem estava longe de Sta Cruz.
Esse ano o festival deixou muito a desejar, pelos preços, pelo público. Nunca nesses meus mais de 15 anos de ENART se viu um ginásio em todos os dias vazios. Falta bom senso dos organizadores. O festival já obteve visar lucro, mas sim a valorização da nossa tradição. Uma pena,mas precisamos evoluir. Mudanças são necessárias. Que O bom senso impede para i bem do festival e das nossas tradições. É o que penso.
Faz muito tempo que participo de CTGs em minha cidade, sempre tive muita ansiedade em participar de um ENART, mas por motivos outros nunca tinha participado, esse ano de 2019 fui conhecer o tão sonhado ENART, que decepção! Na chegada me senti assaltada com o valor da entrada R$20,00 e não poder sair do parque (se saia tinha que pagar novamente, quem não adquiriu o passaporte) , uma água mineral R$5,00 (no mercado se paga menos R$1,00), e vc não poder entrar no ginásio com suas bebidas te forçando a consumir la dentro! Na questão avaliação não tem nem oque falar, eu achei vergonhoso (algumas notas), mas nada de estranho ou novo neste quesito! Oque dizer: ENART 2019 DECEPÇÃO!
Mesmo assim ninguém se responsabiliza pelos erros. Quem deveria dar explicações e o MTG mais fica em silêncio... Ainda tinha esperança que mudanças para melhor iria acontecer mais infelizmente continua a mesma bagunça de sempre... Não sei qual será o destino do nosso festival ENART
Achei muito engraçado pois o MTG cobra tanto,mas não vê peões "pilchados" e meninas dançando funk na frente do ginasio. Onde escutavam música alta enquanto grupos estavam se apresentando dentro do ginasio. Realmente, nossa cultura está cada vez ficando menor. Triste!!
Muito triste em ler os comentários e Notas sobre a organização do nosso ENART. Mas nao surpreso, dancei desde os meus 13 anos, no fegart participei com o CTG Glaucus Saraiva de Poa. No ENART ,participei com o CTG João Sobrinho de Capão da Canoa. Vivi muitos anos de minha vida no meio tradicionalista e já venho a alguns anos alertando pros problemas que venho identificado em cada Nova edição. Sou de um tempo que se dançava todas as danças do manual, mais as platinas e algumas outras históricas,pois o foco era difundir o folclore e a cultura,hoje o foco absurdo é apenas competir, vejo vários grupos focando apenas em "ganhar" o ENART, claro que é legal ganhar mas não deveria ser o objetivo primaz, deveria ser este apenas o deswnvolvimento da cultura e o prazer de dançar e a possibilidade de se construir Novas amizades. Me entristece muito ver o que se tornou este que é , para mim, o maior festival de cultura gaúcha !!!!
Eu que vi o ENART de casa.. Sabe o que me chamou atenção no final?? Arquibancadas vazias, mas abarrotadas de lixo.. Concordo com todas as reclamações escritas aqui, mas não vai adiantar de nada se cada um fizer sua parte e deixar seu lixo no LIXO!!! Vamos ser mais respeitosos com os locais que visitamos, pois tenho certeza que ninguém faz isso nas suas casas.
Acho que o ENART virou comércio uma maneira de ganhar mais lucrar mais e seu real valor está se perdendo.O som no ginásio era péssimo alto de mais não dando pra entender sequer a letra da músicas e a água senhores um roubo.Tá na hora de se rever muitas coisas mesmo.
Tenho vontade de ir mas com esses comentários . vou pensar melhor em ir.
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