quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Hoje comemoramos o dia do Pajador - Homenagem à Jayme Caetano Braun

     Jayme Guilherme Caetano Braun, nasceu na Timbaúva (hoje, Bossoroca), no dia 30 de janeiro de 1924. Em suas andanças de vida Braun foi um renomado payador e poeta gaúcho, prestigiado também na Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. Era conhecido como El Payador, e por vezes, utilizou os pseudônimos de Piraj, Martín Fierro, Chimango e Andarengo. Sonhava em ser médico mas, com apenas o ensino médio, se tornou um autodidata, principalmente nos assuntos da cultura gaúcha e na medicina campeira e povoeira, pois afirmava que "todo missioneiro tem a obrigação de ser um curador".

      Braun foi membro e co-fundador da Academia Xucra, a Estância da Poesia Crioula, associação de poetas regionalistas que se reuniu no final dos anos 50, na capital gaúcha. Em 1945 atuou na política, participando em palanques de comício, como payador. O poema "O Petiço de São Borja", publicado em revistas e jornais do país, falava de Getúlio Vargas. Participou das campanhas de Ruy Ramos, com o poema "O Mouro do Alegrete", como era conhecido o político e parente de Jayme. Foi Ruy Ramos, também ligado ao tradicionalismo, que lançou Jayme Caetano Braun como payador, no 1º Congresso Tradicionalista Gaúcho, realizado em Santa Maria, no ano de 1954. Anos mais tarde participaria das campanhas de Leonel Brizola, João Goulart e Egidio Michaelsen e, em 1962, concorreria a uma vaga na Assembleia Gaucha pelo PTB, ficando como suplente.


       Lançou diversos livros de poesias, como "Galpão de Estância" (1954), "De fogão em fogão" (1958), "Potreiro de Guaxos" (1965), "Bota de Garrão" (1966), "Brasil Grande do Sul" (1966), "Paisagens Perdidas" (1966) e "Pendão Farrapo" (1978), alusivo à Revolução Farroupilha. Em 1990 lançou "Payador e Troveiro", e seis anos depois a "antologia poética 50 Anos de Poesia", sua ultima obra escrita. Publicou ainda, um dicionário de regionalismo, Vocabulário Pampeano - Pátria, Fogões e Legendas, lançado em 1987.

    Sua discografia também é considerável, tendo gravado diversos discos como: Payador, Pampa e Guitarra (com Noel Guarany), Payador, Troncos Missioneiros (com Noel Guarany, Cenair Maicá e Pedro Ortaça), Poemas Gaúchos e Payadas, entre outros. Após a sua morte, foi lançado Payada, Memória & Tempo, volumes 1, 2 e 3.

Em 30 de janeiro é comemorado, no Rio Grande do Sul, o Dia do Pajador Gaúcho. A data, reconhecida por lei estadual n° 11.676/2001 , presta homenagem a Jayme Caetano Braun em sua data de nascimento. Ele é considerado o patrono do Movimento Pajadoril, surgido a partir do ano de 2001.

Nenhum comentário: