sábado, 29 de fevereiro de 2020

Seminário da Paz, no CTG Rincão da Alegria, em Santa Cruz do Sul

           Na noite de 28 de fevereiro, o CTG Rincão da Alegria, de Santa Cruz do Sul, recebeu os tradicionalistas e simpatizantes para o 1º Seminário da Paz, uma promoção da 2ª Prenda Juvenil da entidade, Laura Faccin, e do departamento de cultura.   (abaixo, algumas fotos ilustrativas do evento)

            A entidade tem como Patrão, Maicon Vidal, que foi representado pela Diretora Cultural, Fernanda Rickes na abertura. Fernanda cumprimentou a todos, apresentou o tema e o palestrante, depois dedicou-se ao saboroso jantar servido logo após o termino da palestra. 

Na foto em que ganho a cuia a Laura, promotora do evento, está entre eu e a Fernanda
            Jacson Fabiano Franco, do Chasque Gaudério esteve presente fazendo as imagens do evento. Comunicou, também, que a última atividade da semana da paz não irá acontecer, que seria a caminhada até a Praça da Bandeira e o Culto Ecumênico. Mas para o ano seguinte será programada.


Começa hoje, o 6º Esteio da Poesia Gaúcha e o 2º Esteio do Amanhã

          Acontece na noite de hoje na cidade de Esteio, no Seminário Claretiano, um dos mais importantes festivais poéticos do estado, ou seja, o 6º Esteio da Poesia Gaúcha e 2º Esteio do Amanhã, promovidos pela Prefeitura Municipal junto a Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer (SMCEL) e da Diretoria de Comunicação Social e Eventos (DCSE).

            Este festival de poesias inéditas, que também valoriza os intérpretes que estão começando, é um dos mais organizados e bem planejados do Rio Grande do Sul, tendo a frente de uma equipe competentíssima o incansável divulgador da arte poética no estado, Djalma Pacheco.

            O evento começará as 19 hs com o lançamento do livro Pajador e Decimista de Paulo de Freitas Mendonça que, ao lado de Marcelo Dávila e Tânia Goulart comporá o corpo de avaliadores do festival. O espetáculo de intervalo será com o renomado cantor Joca Martins.

            Um diferencial deste evento poético é o chamado Esteio do Amanhã, agora em sua segunda edição, aonde intérpretes mirins e juvenis recitarão obras finalistas de festivais poéticos que acontecem Rio Grande a fora. 

            Seguindo uma linha defendida pela Tertúlia Maçônica da Poesia Crioula o Esteio da Poesia valoriza todos os  concorrentes com uma ótima ajuda de custo (2 mil reais), e premia os premiados com troféus nas modalidades poema, declamador e amadrinhador.

           Além desta ajuda de custo o poema vencedor ganhará uma viagem de pesca de três dias na Argentina, oferecida pela Primo Sport Fishing. O Melhor Declamador receberá uma faca, oferecida pela Mauro Rosado Cutelaria, com bainha da El Paysano Sogueria Criolla.  O Melhor Amadrinhador receberá um passa-lenço em prata, oferecido pelo pratero Amauri Moura.

            Da mesma forma, também serão premiados o Melhor Trabalho de Palco e a Poesia Mais Popular, que serão escolhidos pelo público através de votação no perfil do festival no Facebook www.facebook.com/esteiodapoesia.

            A entrada será franca e o público de casa poderá acompanhar o 6º Esteio da Poesia Gaúcha em tempo real, através da web tv Tradição, bastando para isto, acessar o site www.tvtradicao.com.br

A apresentação do festival será da cantora Analise Severo.

Poemas Concorrentes:

1. Amo e Basta
Autor: Carlos Omar Villela Gomes
Declamador: Jorge Cassepp
Amadrinhador: Geraldo Trindade

2. Sempre a Ti, Arte Bendita
Autor: Joaquim Velho
Declamadora: Bárbara Bittencourt
Amadrinhadores: Joaquim Velho/André Gonçalves

3. A Palavra Que eu não Disse
Autor: Adão Quevedo
Declamador: Pedro Junior da Fontoura
Amadrinhador: Danilo Kuhn

4. Ode à Morte
Autor: Jeferson Valente
Declamadora: Priscila Campeol
Amadrinhador: Marcus Morais

5. Retornança
Autor: Matheus Costa
Declamador: Érico Padilha
Amadrinhador: Matheus Costa

6. Flores de Maçanilha
Autora: Joseti Gomes
Declamadora: Paula Stringhi
Amadrinhador: William Andrade

7. O Menino da Guitarra
Autora: Jurema Chaves
Declamador: Fábio Malcorra
Amadrinhador: Jorge Araújo

8. O Silêncio
Autores: Jadir Oliveira/Adão Bernardes
Declamadora: Liliana Cardoso
Amadrinhadores: Nilton Júnior/João Bosco Ayala

9. Sextinas de Noite Adentro
Autor: Moisés Silveira de Menezes
Declamador: Romeu Weber
Amadrinhador: Mário Tressoldi

10. Pedro Garoa
Autor: Arabi Rodrigues
Declamador: Eudes dos Santos
Amadrinhador: Paulo Silva 

2º Esteio do Amanhã

INTÉRPRETES MIRINS

1. Declamador: João Pedro Simonatto
Poema: Verso e Reverso de uma Medalha de Guerra
Autor: Carlos Omar Villela Gomes (3º Seival da Poesia Gaúcha)
Amadrinhador: João Batista de Oliveira

2. Henrique Apolo Ferreira
Poema: A Mão Esquerda de Deus
Autor: Henrique Fernandes (4ª Tertúlia da Poesia Gaúcha)
Amadrinhadores: Jorge Araujo/Luciano Medeiros

3. Lívia Castilhos da Silva
Poema: O Mistério das Palhas
Autor: Carlos Omar Villela Gomes/Bianca Bergmam (3º Esteio da Poesia Gaúcha)
Amadrinhador: Ítalo Rossi

4. Gabriéli do Rosário dos Santos
Poema: Ofício de Carpideira
Autora: Joseti Gomes (Rodeio de Poesias)
Amadrinhador: William Andrade

5. Camilly Moraes Rocha
Poema: A Menina Que Só Queria Crescer
Autora: Bianca Bergmam (2º Esteio da Poesia Gaúcha)
Amadrinhador: Jorge Araujo 

INTÉRPRETES JUVENIS:

1. Ester Belegante Nervo
Poema: Valdomiro, Construtor de Labirintos
Autora: Joséti Gomes (2ª Colheita de Versos)
Amadrinhador: Angelo Bedin

2. João Gabriel Guimarães
Poema: Romance do Assoviador
Autor: Matheus Costa (1º Esteio da Poesia Gaúcha)
Amadrinhador: Jorge Araujo

3. Anne Freitas Bittencourt
Poema: Eu, Espinho
Autor: Henrique Fernandes (17ª Sesmaria da Poesia Gaúcha)
Amadrinhador: João Soledad

4. Julia da Rosa Severo
Poema: O Corvo
Autor: Luis Lopes de Souza (9º Bivaque da Poesia Gaúcha)
Amadrinhador: Jorge Araujo

5. Eduarda Cechet
Poema: Sobre Meninos e Trens
Autores: Carlos Omar Villela Gomes/Bianca Bergmam (1° Seival Poético)
Amadrinhador: William Andrade

Fonte: Blog do Leo Ribeiro de Souza

Gaúcho Raiz - Cartoon de Léo Ribeiro de Souza

           AQUELES, SIM...Aqueles homens terrunhos que labutam de sol a sol nas lides campechanas; Aqueles que bombeando a lua desvendam os segredos das domas e das plantas; Aqueles que fazem silêncio para ouvir o cantar do urutau, que proseiam com seus cachorros, que tem nos olhos horizontes largos, na palavra uma sentença, na solidão a parceria do mate e no coração o chão onde nasceu. Aqueles sim...mas não se consideram mais gaúchos do que ninguém..

A Terceira Edição do FegaSerra, acontecerá em 3 etapas, e já tem programação definida


        No dia 19 de fevereiro, reuniram-se na sede da 25ª Região Tradicionalista, a Coordenadoria Regional, patrões e instrutores das entidades que participam, para definição das datas das Etapas, Entidades Promotoras e comissão avaliadora. Lembrando que todas definições foram feitas de forma democrática, através do voto por aclamação.

1ª ETAPA
DATA: 07 de Junho
Local: ACTG Portal da Serra - Dois Irmãos/RS
Inscrições: Dia 25/05 às 8h até o dia 27/05 às 18h 
E-mail: coordenadoria@25rt.com.br
Sorteio da Ordem de Apresentação: 27/05 às 20h - Na sede da 25ª RT

2ª ETAPA
DATA: 23 de Agosto
Local: CTG Paixão Côrtes - Caxias do Sul/RS
Inscrições: Dia 10/08 às 8h até o dia 12/08 às 18h 
E-mail: coordenadoria@25rt.com.br
Sorteio da Ordem de Apresentação: 12/08 às 20h - Na sede da 25ª RT

3ª ETAPA - FINAL
DATA: 12 e 13 de Setembro 
Local: Pavilhões da Festa da Uva - Caxias do Sul/RS
Inscrições: Dia 31/08 às 8h até o dia 02/09 às 18h 
E-mail: coordenadoria@25rt.com.br
Sorteio da Ordem de Apresentação: 02/09 às 20h - Na sede da 25ª RT

Tchê Aprochega !

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Semana da Paz - Instituída pela Lei n° 11.077, de 06 de janeiro de 1988

Antonio Vicente da Fontoura
Embaixador das negociações de Paz
          Conforme a Lei N° 11.077, de 06 de janeiro de 1998, institui-se a Semana da Paz a ser realizada anualmente de 23 de fevereiro a 1° de março, sob coordenação da Secretaria Estadual de Educação e das Secretarias da Cultura, do Estado e dos municípios, com a participação do Movimento Tradicionalista Gaúcho e da Brigada Militar. 


LEI Nº 11.077, DE 06 DE JANEIRO DE 1998.

(republicada no DOE nº 005, de 08 de janeiro de 1998)
           Art. 1º - Fica criada a “Semana da Paz”, no Estado do Rio Grande do Sul, a ser comemorada de 23 de fevereiro a 1º de março de cada ano

         Art. 2º - A "Semana da Paz" fara parte do Calendário Estadual de Eventos

         Art. 3º - A celebração da "Semana da Paz" será coordenada pela Secretaria da Educação, pelas Secretarias da Cultura do Estado e dos municípios, com a participação do Movimento Tradicionalista Gaúcho e da Brigada Militar.


Por que o tema "200 anos da chegada de Saint Hilaire no RS" merece atenção especial - Parte III

No Litoral Norte

          Saint-Hilaire entrou pela divisa catarinense, atravessando desde Torres os chamados Campos de Viamão. O Litoral Norte é caracterizado como uma planície rasa, onde o pasto é duro e áspero, não existindo aquelas ervas finas e tenras tão úteis aos animais. A principal cultura é a mandioca, mas também existem roças de milho e feijão. Na serra de Santo António é feita a cultura de cana, havendo grandes plantações destinadas ao fabrico da aguardente. Desde logo Saint-Hilaire percebe algumas particularidades não observadas nas anteriores capitanias de Minas Gerais e São Paulo (incluindo Paraná). Assim, há muitos brancos, há negros, mas não há mulatos. As mulheres não se escondem à aproximação de estranhos. Num detalhe de observação, ele se refere ao preconceito dos cavaleiros contra o uso de éguas para montaria (chegam a valer só pataca e meia).

          Depois de ter estado em Porto Alegre, Saint-Hilaire acompanha a comitiva do Capitão-General Conde da Figueira que está se dirigindo por terra a São José do Norte/Rio Grande, e assim percorre novo trecho do Litoral Norte. Em Palmares e São Simão já não há quase árvores e o terreno é muito arenoso. A estrada é pouquíssimo frequentada, havendo percursos em que não se encontra nenhum viajante. Plantada em meio à solidão, a aldeia de Mostardas situa-se entre areias e se compõe de quarenta casas. Na lagoa do Peixe, que é próxima do mar, os moradores têm o hábito de abrir de tempos em tempos um sangradouro de comunicação com o oceano, e com isso o lago se enche de peixes que são capturados com facilidade. Os arredores são impregnados de sal, e as pastagens conferem um bom paladar à carne. A principal atividade é a criação de ovelhas. Com a lã produzida as mulheres fazem ponchos — brancos com riscas pretas ou pardas — destinados a negros e índios e vendidos à razão de 6 patacas em Porto Alegre, Rio Grande e outras localidades.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Nota de Falecimento - A jovem Thays de Souza Mendes dos Santos

          Thays Sousa Santos, 16 anos, foi vítima de um grave atropelamento na BR-277, em Guarapuava, não resistiu aos ferimentos e veio a falecer no hospital. A jovem prenda do CTG Querência Amada/PR, morava em São Miguel do Iguaçu e retornava de uma viagem com a família. Segundo informações do Portal Costa Oeste, a menina teria ido até o SAU (Serviço de Atendimento ao Usuário) da rodovia, e ao retornar para o carro foi atropelada por um veículo.

       O BLOG presta sua solidariedade aos amigos paranaenses e à família de Thays, que neste momento sofre com a perda prematura desta alegre menina. Com esse sentimento de pesar, deixamos nossas condolências e nossa oração para que ela encontre seu caminho de luz ao retornar ao Lar.

Por que o tema "200 anos da chegada de Saint Hilaire no RS" merece atenção especial - Parte II

O RIO GRANDE- DE SAINT- HILAIRE

       A entrada, no cenário sul-rio-grandense, do genial naturalista francês Auguste de Saint-Hilaire, com sua argúcia na observação seja de uma planta ou de uma pessoa, praticamente torna desnecessária maior reconstituição do passado. Em seu diário ele vai anotando o presente com o calor de quem vive a História.

        Já havia três anos que ele percorria as cidades e os sertões do rio São Francisco, das Minas Gerais, da Capitania de São Paulo (inclusive Paraná) e Capitania de Santa Catarina, quando em 1820 chegou à nossa divisa do rio Mampituba. Aqui ele esteve (em duas etapas, intermediadas pelo percurso da Província Cisplatina) durante nove meses (até meados de 1821). Sofreu muito com nosso clima, ouviu o povo se referir à recente seca ("a mais prolongada de todos os tempos"), ficou ilhado por causa das incríveis enchentes, bateu queixo de frio em Porto Alegre, sofreu calorão em São Borja, viu levado pelos ares o teto sob o qual se hospedava em Restinga Seca quando veio inesperado tufão, pensou que ia morrer e só rezava um salmo da Bíblia quando o veleiro em que viajava foi subitamente envolvido pelos ventos na lagoa dos Patos. Falou com ricos, pobres, negros, índios, donos de estância, senhores comerciantes e meninos escravos — com todo mundo, enfim. Por tudo isso, sua Viagem ao Rio Grande do Sul se constitui numa insubstituível "reportagem" sobre nossa gente na antevéspera da Independência.

        Vamos remanejar trechos esparsos que estão distribuídos aqui e ali (segundo a tradução portuguesa de Leonardo de Azeredo Penha, única até hoje editada), e pretendemos com essa liberdade transmitir simplesmente melhor encadeamento dos assuntos. 

Eis o Panorama Geral:

     "Esta Capitania é certamente uma das mais ricas de todo o Brasil e uma das mais bem aquinhoadas pela Natureza" — escreve Saint-Hilaire. — "Os ventos, renovando constantemente o ar, fazem com que certas moléstias, tais como as febres intermitentes, sejam aqui inteiramente desconhecidas. As moléstias mais comuns são as doenças do peito e da garganta e os reumatismos, que provêm das contínuas mudanças de temperatura”.

     "Situada à beira-mar, possui inúmeros lagos e rios que oferecem fáceis meios de transporte. Entretanto, no tocante à Lagoa dos Patos e seus canais de acesso, é verdadeiramente inconcebível que não tenha o governo, até agora, tomado medida alguma para tornar menos perigosa a navegação, que tanto contribui para a riqueza da Capitania. Há alguns pilotos que se encarregam de conduzir os barcos de Rio Grande a Porto Alegre e vice-versa, mas não são revestidos de nenhum caráter legal, e pode acontecer tomar-se algum inábil”.

      "O solo produz trigo, centeio, milho e feijão com abundância, e experiências têm provado que todas as árvores, cereais e legumes da Europa aqui produzirão facilmente se forem cultivados”.

     "Distinguem-se estâncias e chácaras. A estância é uma propriedade onde pode existir alguma cultura, porém ocupa-se principalmente da criação de gado. A chácara tem área bem menor e só se destina à agricultura".

      "As pastagens, comportando uma imensidão de gado, não exigem dos estancieiros grandes despesas com escravos, como acontece nas regiões de mineração e de indústria açucareira. Não é raro encontrar estâncias com renda de 10 a 40 mil cruzados. Como quase não há despesas a fazer, tal fortuna tende a aumentar em rápida progressão".

     "Nada mais comum aqui que o roubo de animais. É tão banal esse gênero de furto, que chega a ser visto como coisa legítima".

     "As rendas da Capitania se compõem dos direitos alfandegários, dos do registro de Santa Vitória passo do rio Pelotas na divisa com os campos de Lajes), do quinto dos couros exportados, dos dízimos, dos pedágios e travessia de rios.

     "Há sérios inconvenientes no poder absoluto até agora atribuído aos capitães-generais. Sem nenhum obstáculo podem seguir todas as suas ideias, executar todos os seus planos, por esdrúxulos que sejam, e seus subalternos nunca deixam de se extasiar diante do que eles fazem. Mas, quando um general deixa a Capitania, procuram se vingar do seu despotismo, depreciando todas suas obras. Seu sucessor abandona-as, e começa outras, que por sua vez serão um dia esquecidas".

"Segundo dados que me foram fornecidos pelo Senhor José Feliciano Fernandes Pinheiro, a Capitania tem 66.665 habitantes, sendo 32.000 brancos, 5.399 homens de cor livres, 20.611 homens de cor escravizados e 8.655 índios. Nas Missões, segundo Fernandes Pinheiro, existem 824 brancos e 6.395 índios; mas, pelo relatório dos administradores daquela província, a população não vai além de 3.000 guaranis-portugueses.

     "Os habitantes passam a vida, por assim dizer, a cavalo, e frequentemente locomovem-se a grandes distâncias com rapidez suposta além das possibilidades humanas. A maioria deles é originária de Açores, tal como os da Capitania de Santa Catarina. Todavia, uns e outros pouco se assemelham. Os daqui são corpulentos, os outros são magros e pequenos. Os daqui são corados, têm maior vivacidade de modos, os dali têm tez amarelada. Tais diferenças provêm naturalmente de seus regimes e hábitos. Os daqui vivem continuamente a cavalo, fazendo exercícios e respirando o ar mais puro e sadio da terra; os catarinenses vivem quase sempre da pesca ou do trabalho da terra. Os desta Capitania comem carne, e algumas vezes pão, e os segundos alimentam-se quase somente de peixe e farinha de mandioca".

      "Os brasileiros são em geral prestimosos e generosos, mas o hábito de castigar os escravos embota-lhes a sensibilidade. Nesta Capitania acresce uma outra modalidade da dureza de coração. Vivem, por assim dizer, no meio de matadouros; o sangue dos animais corre sem cessar, ao redor deles e desde a infância se acostumam ao espetáculo da morte e dos sofrimentos. Não é pois de estranhar sejam mais insensíveis que o resto dos seus compatriotas. Fala-se aqui da desgraça alheia com o mais inalterável sangue-frio".

     "Há muita suscetibilidade no aspecto de defesa do território doméstico. Nas Missões, fui muito mal recebido pelo estancieiro Padre Alexandre porque não cumpri certas formalidades à chegada. Quase sempre eu andava à frente meu criado Matias para pedir pousada, mas também entre Cachoeira e Rio Pardo me apresentei sozinho e meu hospedeiro censurou-me acremente por eu ter, à chegada, atravessado a cerca que separava o campo e o pátio. 'Nem um homem mal-educado procederia assim — disse-me —; devíeis ter ficado fora, chamando-me e esperando que eu respondesse: Respondi que não tinha intenção de ofendê-lo e consegui abrandá-lo um pouco, apesar de continuar muito frio".

      "Observo frequentemente em minhas viagens como a influencia do clima é poderosa sobre os seres vivos. Na zona tórrida os cães latem menos, são tímidos e fogem à mais insignificante ameaça. Ao contrário, nesta Capitania eles latem muito e frequentemente perseguem os transeuntes com audácia e animosidade".

(Continua - parte III)

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Por que o tema "200 anos da chegada de Saint Hilaire no RS" merecia atenção especial - Parte I

Auguste de Saint Hilaire – Os 200 anos da chegada ao Rio Grande do Sul  do mais brasileiro dos naturalistas europeus

        Desde a chegada, da corte portuguesa ao Rio de Janeiro, em 1808, o Brasil teve seu território aberto à visitação de naturalistas das mais diversas nacionalidades, que para cá se deslocavam em busca de descobertas sobre um território desconhecido e promissor, tanto sob o ponto científico quanto econômico.

         Auguste François César Prouvansal de Saint-Hilaire nasceu em Orleans, na França, em 4 de outubro de 1779, filho de Augustin François Prouvansal de Saint-Hilaire (1745-1835) e de Anne Antoinette Jogues de Guédreville et Poinvillé (1755-1842). Oriundo de família nobre, fez seus primeiros estudos no Colégio Real Militar de Pontlevez, dirigido pelos beneditinos. Depois da Revolução Francesa, foi enviado para a casa de um tio na Holanda, onde estudou comércio. Voltou à terra natal em 1802, dirigindo-se para Paris, passando a estudar botânica no Museu de Ciências Naturais .

        A convite do duque de Luxemburgo, então embaixador extraordinário da França junto à corte portuguesa, partiu do porto de Brest para o Brasil em companhia do diplomata seu protetor, em 1º de abril de 1816, a bordo da fragata Hermonione, desembarcando no Rio de Janeiro, em 1º de junho daquele ano.

        Ao chegar já iniciou suas incursões pelas províncias do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além do território da Cisplatina (Paraguai e Argentina). Percorreu cerca de 2,5 mil léguas (aproximadamente, 12,5 mil quilômetros), formando um herbário de 30 mil espécimes de mais de 7 mil espécies, das quais cerca de 4,5 mil eram desconhecidas dos cientistas à época.

        Saint-Hilaire encaminhou à Europa amostras de minérios, 129 espécimes de mamíferos (48 espécies), 2.005 aves (451 espécies), 35 espécimes de répteis (21 espécies), 58 peixes (21 espécies), algumas conchas e cerca de 16 mil insetos, dos quais 800 ainda não eram conhecidos.

        Poucos investigadores estrangeiros, dentre os muitos que nos visitaram com propósitos científicos, se mostram tão compreensivos e cordiais a nosso respeito. Ninguém mais atento do que ele no empenho de desvendar aos olhos da Europa a ecologia dessa parte do mundo.

         O resultado que ele obteve não se limitou, porém, a coleta, classificação e preservação do material encontrado. À medida que o examinava, Saint-Hilaire redigia comunicações, relatos de viagem e permutava informações com botânicos e instituições diversas; tratava, em suma, de tornar conhecida a opulência da natureza brasileira, imperfeitamente conhecida, naquela época, inclusive por nós mesmos.

        Viagem ao Rio Grande do Sul, enquanto relato de excursão científica, poderia ter ficado restrito à botânica, principal objetivo do viajante. Para quem redigia tal documento, nas pausas de desconfortável visita a sítios agrestes, ermos e ignorados, o texto ora impresso era um subproduto, em face da primaria dada por Saint-Hilaire ao seu herbário, que levava consigo como o maior tesouro por ele descoberto no Novo Mundo. Entretanto, nos dias de hoje, para todos nós, a Viagem é que é o documento vivo. Quer dizer quanto mais o tempo transcorra, mais valiosas serão suas páginas, vivificadas pela abrangência de um espírito observador.


Blog ultrapassa a marca de dois milhões e oitocentos mil page views

Rumo aos 3.000.000 de page views no blog - Obrigado pela confiança
       Esta página começou em 2007, quando viajamos com  GAN Anita Garibaldi, de Encantado, para a Alemanha, para dançar o Festival de Folclore, em Laggenbeck. A tecnologia era  limitada, então para mandar noticias era o MSN ou um diário de bordo, que era o BLOG. Quando voltamos, virou uma especie de jornal das noticias do tradicionalismo gaúcho.

"Depois de 41 horas de voo, a chegada a Cidade do festival, o grupo foi recebido pelos hospedeiros, pessoas da comunidade que se dedicaram a amparar os visitantes. Alguns problemas surgiram no decorrer da viagem. Muito tempo no Brasil, atrasos no embarque para Madri... Mas o pior mesmo foi a mala da prenda Gabriela Tiecher que foi extraviada...mas dia 17 foi resgatada e entregue a ela. Mas os dois caixotes, que continham todo material do grupo, ficou preso em Madri, retornando a São Paulo. Assim o grupo não pode fazer sua estreia no dia 17, deixando o grande momento para dia 18, em um castelo medieval, datado do seculo XIV." - esta foi a postagem em julho de 2007.

      Agora, rumo aos 13 anos e 3.000.000 de page views. Obrigado pelo carinho e pela confiança!

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Festa Folclórica mais importante do Uruguai terá show com Os 4 Gaudérios, de Erechim

     O grupo Os 4 Gaudérios prepara-se para representar o Brasil e o Rio Grande do Sul na 34° Fiesta de La Patria Gaucha, o mais importante evento folclórico do Uruguai. 

     A convite dos organizadores, o conjunto de Erechim fará um show no dia 5 de março. Na ocasião, outros artistas renomados, como o músico uruguaio Chacho Ramos e a cantora argentina Soledad, também estarão se apresentando no palco.

     Para o empresário do grupo, Gilberto Lima, trata-se de um momento único tanto para mostrar o trabalho quanto para trocar experiências musicais e culturais.

     "É uma honra muito grande, pois poucos artistas brasileiros e gaúchos tiveram a oportunidade de estar naquele palco. Participar de um evento, da grandeza da Fiesta de La Patria Gaucha, é a oportunidade de apresentar a nossa música para um público qualificado", ressalta.

      A 34° Fiesta de La Patria Gaucha será de 4 a 8 de março na cidade uruguaia de Tacuarembó, distante 119 km de Santana do Livramento (RS) e de Rivera (URU). 

OS 4 GAUDÉRIOS / CONTATOS:
www.os4gauderios.com.br
contato@os4gauderios.com.br
gilbertolima.empresario@gmail.com
(54) 9983-0233 - (54) 3522-2390

TRABALHO DE DIVULGAÇÃO:
Daiana Silva - Jornalista 
(51) 98187-0085 | daianasilva.jornalista@gmail.com

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Nota de Falecimento - Mara Lopes

           É com grande pesar que comunicamos o desencarne desta irmã, Mara Lopes, do CTG Herança Campeira, da 26ªRT, que enfrentava um câncer e vaio a falecer nesta segunda. 

          Nosso carinho e solidariedade à família e os entes queridos. Pedindo à Deus que conforte seus corações.

Manifestação do CTG Thomaz Luiz Osório, de Pelotas:

        "O CTG Cel. Thomaz presta homenagem a patroa Mara Lopes do CTG Herança Campeira, que muito lutou pelo Tradicionalismo e agora descansa nos braços do pai maior".

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Conheça Jaqueline Novis, 1ª Prenda da Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha

          Jaqueline Novis, 23 anos, natural de Guarapuava, região central do estado do Paraná é fonoaudióloga e Professora de Técnica Vocal. Representa o CTG Chaleira Preta, da 3ª Região Tradicionalista, do MTG Paraná. 

       "Iniciei minha caminhada tradicionalista aos 5 anos, participando do Departamento Artístico (Invernadas de dança, Dança de Salão, Declamação, Intérprete Vocal). Enquanto Intérprete Vocal, conquistei títulos estaduais e nacionais; Fui Tri Vice Campeã e Tetra Campeã Estadual e Bi Vice Campeã Nacional. Também fui Vice Campeã em Intérprete Vocal na última edição com modalidades individuais do Juvenart, em 2012" - conta Jaqueline. 

        Sua trajetória no Departamento Cultural iniciou em 2012, conquistando o cargo de 1ª Prenda Juvenil, do CTG Chaleira Preta. Logo em seguida, em 2013, sagrou-se 1ª Prenda Juvenil da 3ª RT e, 1ª Prenda Juvenil do Estado do Paraná. "Em 2015 tive a oportunidade de colaborar com o Departamento Cultural do MTG Paraná enquanto Diretora Cultural Macrorregional. Retomei os ciclos de prenda de faixa em 2016, conquistando portanto o cargo de 1ª Prenda do CTG Chaleira Preta" - lembra. Em 2017, sagrou-se a Mais Prendada Prenda do 29º Rodeio Crioulo da Integração de Irati, e em seguida 1ª Prenda da 3ª RT. Dali foi um passo até que em 2018 tornou-se 1ª Prenda e Diretora Jovem do Estado do Paraná, cargo que possibilitou representar o MTG Paraná no Concurso Nacional de Prendas, vindo a se tornar a 1ª Prenda e Diretora Jovem da CBTG 2019/2021.

BLOG: Como foi a tua preparação para o concurso de 2020?

Jaqueline - Digo que a preparação para o Concurso e o resultado são um reflexo dos 8 anos de trabalho, comprometimento, e dedicação enquanto prenda atuante no Departamento Cultural. Logicamente, para nós adultos é muito mais difícil conciliar preparação para o concurso e estudos com a nossa vida profissional, para mim não foi nada fácil e exigiu muitas abdicações no dia a dia e da vida pessoal para me dedicar do modo como queria em minhas preparações. Mas com toda a certeza valeu a pena

BLOG: Qual a repercussão deste titulo na tua entidade, cidade/Região?

Jaqueline - A repercussão da conquista do cargo tem sido de muita visibilidade através das mídias sociais e noticiários locais. Também já fora solicitada Moção de Aplausos na Câmara do município. Minha entidade me recepcionou com um Jantar de homenagem e comemoração também, estou muito feliz com esse reconhecimento todo e a oportunidade de levar adiante o nome da minha cidade e do meu CTG

BLOG: Qual o planejamento para a gestão/agenda?

Jaqueline - Quanto a planejamentos, nós da Gestão estamos por enquanto alinhando e aperfeiçoando alguns projetos para aprovação e realização, em sua maioria, a continuidade de projetos já realizados a nível estadual adaptados para a realidade nacional. Já temos alguns eventos em vista para organização (ENJUT, Encontro de Gestores Jovens, ENVET) e estamos nos organizando para nos fazermos presentes na Ciranda de Prendas, Entreveiro e ENART este ano. Também temos alguns planos e projetos mais específicos pensando no Departamento Jovem da CBTG.
         Mas meu trabalho no Estado do Paraná continua, em março deste ano a minha entidade-mãe sediará o Concurso Estadual de Prendas e Peões Birivas, e no decorrer deste ano atuarei no Departamento Artístico do MTG Paraná.

Jaqueline -  Quero agradecer meus pais Ricardo e Eliana por serem o meu esteio nessa trajetória até aqui; Familiares e amigos que estavam torcendo no pré concurso e hoje estão comemorando juntos mais essa conquista. Estou recebendo um carinho enorme de muitas pessoas e fico feliz em ver quantos amigos conquistei ao longo dessa caminhada. 

                  “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena!”

                  Que sejam dois anos lindos de muito trabalho e comprometimento com o Brasil de Bombacha!


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Israel Lopes: Pesquisador e autor de verdadeiros tesouros

          Em novembro de 2013 Israel Lopes participou da 59º Feira do Livro na Praça da Alfândega na capital Porto Alegre, autografando uma obra histórica de valor incomparável: “Pedro Raymundo e o Canto Monarca – Uma História da Música Regionalista, Nativista e Missioneira.” Advogado graduado pela UFSM: Universidade Federal de Santa Maria e nascido em Passo Novo, localidade no interior do município de Santo Antônio das Missões, quando este ainda denominava-se “5º distrito” e pertencia a São Borja a famosa “Terra dos Presidentes,” Israel Lopes pesquisador brilhante e escritor por vocação, eterno apaixonado pela história e cultura do Rio Grande do Sul, vem sendo mencionado graças a riqueza de seus trabalhos em teses de alunos de várias universidades brasileiras, das quais citaremos apenas algumas: UFSC,  UFRGS, UPF, UNISUL,  FEEVALE,  UNIPAMPA. 
Israel Lopes

           Ainda criança ele deliciava-se com histórias infantis de onças, raposas e jabutis escritas por José Bento Monteiro Lobato (1882-1948), um dos mais influentes autores nacionais, célebre criador do Sítio do Pica-Pau Amarelo, entre outras dezenas de livros direcionados tanto a adultos quanto crianças. Estudante da Escola Rural Israel Lopes escrevia redações com temáticas gauchescas. Leitor voraz desde jovem, também apreciador dos programas de músicas caipiras nas rádios de São Paulo, tornou-se estudioso do gênero. No final dos anos 70 daria início as suas primeiras pesquisas e por volta de 1983 mergulharia definitivamente nesse e em outros temas, sendo autor de obras mais que preciosas, eu diria que “verdadeiros tesouros” como o Livro: “Teixeirinha – O Gaúcho Coração do Rio Grande.” 


Gostaria que tu nos falasse primeiramente sobre teu Ensaio: “A Importância dos RITMOS DE FRONTEIRAS na Integração Cultural do MERCOSUL,” inclusive sendo um dos vencedores de Concurso Literário no ano de 1998.

      Nesse ensaio, provei que a integração cultural/musical entre os países do MERCOSUL já existia antes, muito antes da oficialização mercantil. Pois já existia de há muito, espontaneamente, através dos RITMOS MUSICAIS DE FRONTEIRAS. Do Chamamé e a Milonga entre Brasil (através do Rio Grande do Sul) com Argentina e Uruguai. Do Tango, entre o Brasil, a Argentina e o Uruguai. Da Polca Paraguaia e a Guarânia, entre o Brasil (através do Sul e Centro-Oeste) e o Paraguai.

Na obra “Teixeirinha – O Gaúcho Coração do Rio Grande” fizeste uma extensa pesquisa, encontrando referências não somente em jornais do Rio Grande do Sul, mas em Revistas, Jornais e Livros de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Brasília, etc. Sentiste dificuldade na hora de agrupar tudo num único livro, porque é incontestável que Teixeirinha ultrapassou todas as fronteiras... 

     É claro que tive dificuldades. Pois o Teixeirinha é um artista de Múltiplas Faces, conforme eu disse em um Capítulo do meu livro, mas de forma resumida. Com o material pesquisado, poderia, tranquilamente, ter escrito um livro com quase 700 páginas, como fez a jornalista Stella Caymmi, com aquele sobre seu avô, Dorival Caymmi. A história do Teixeirinha é muito rica e empolgante. Mas um livro volumoso se torna caríssimo.

=== Israel refere-se ao baiano Dorival Caymmi (1914-2008), cantor, compositor, pintor, violonista e inclusive ator: Você provavelmente já escutou no rádio a música “O que é que a baiana tem?” imortalizada na voz da brasileira de origem portuguesa Carmen Miranda (1909-1955). Em 2001 a neta de Caymmi, a jornalista carioca Stella Caymmi lançou a biografia “O Mar e o Tempo,” posteriormente em 2013 deu continuidade em “O Que é Que a Baiana tem? – Dorival Caymmi na Era do Rádio.” ===

Você cita Miguel Aceves Mejia, Carlos Gardel, também os brasileiros Dorival Caymmi, Luiz Gonzaga e Nélson Gonçalves como espécies de Porta Vozes de seus povos. Teixeirinha continua sendo o principal expoente representativo do Rio Grande do Sul no século 21? 

     Teixeirinha continua sendo o principal artista da música do Rio Grande do Sul. A sua música “Querência Amada,” por exemplo, tornou-se um hino regional gaúcho. Em todos os eventos da tradição gaúcha, é cantada em coro. Também, nos eventos oficiais. Nos programas de rádio, nos CTGs, nos piquetes, nas associações de moradores, enfim, nas festanças do pago, até os jovens, pegam um violão ou um acordeon, e cantam inspirados, essa canção, que mexe com nossos brios de gaúchos. Também, o chamamé “Tordilho Negro,” continua sendo uma das mais rodadas no rádio gaúcho e, também, uma das mais executadas por nossos conjuntos em bailes de CTGs. Os chotes “Tropeiro Velho” e “Velho Casarão,” a toada “O Colono” e o chamamé “Espero Ser Feliz,” entre outras, se tornaram clássicos da música de raiz. Depois do nosso livro, sobre a importância do Teixeirinha na música do Rio Grande do Sul e do Brasil, também surgiram teses, como as de Francisco Cougo Junior e Nicole Reis, de história e antropologia, respectivamente. Ambas, defendidas na UFRGS em 2010, onde citam o meu livro em várias passagens. 


=== Miguel Aceves Mejia (1915-2006), ator, compositor e cantor mexicano nascido em Ciudade Juarez, no Estado de Chihuahua, era conhecido como “O Rei do Falsete.” Carlos Gardel, (1890-1935) o ícone argentino que dispensa maiores comentários, idolatrado em várias partes do mundo.  Dorival Caymmi ***. Luiz Gonzaga (Luiz Gonzaga do Nascimento: 1912-1989), uma das figuras mais populares da música nacional e o gaúcho Nélson Gonçalves (Antônio Gonçalves Sobral: 1919-1998) de Santana do Livramento (RS) 3º maior vendedor de discos da história do Brasil. O 2º é Roberto Carlos e a 1º posição pertence a dupla Tonico & Tinoco: “A dupla coração do Brasil” ===


Teixeirinha de fato já havia se tornado lenda muito antes de vir a falecer. Tanto teus colaboradores, quanto teus entrevistados tinham algo especial para contar ou recordar. (Teixeirinha nasceu em Rolante em 1927  e faleceu no ano 1985 em Porto Alegre.)

    Todos diziam que o Teixeirinha foi um menino que muito sofreu. Recordavam da música “Coração de Luto,” que emocionou o Brasil inteiro. O Teixerinha, para eles, parecia uma pessoa da família. Cada um tinha uma recordação do Teixeirinha, que era parte de sua própria vida. 

=== Teixeirinha faz parte das músicas populares que possam existir dentro de nós. Pelo menos pra quem é do interior, da fronteira. No meu caso é um referenciado forte, tanto em termos de músicas como de cinema. Assistir aos filmes dele era uma coisa obrigatória lá em Uruguaiana. Acho que a cultura popular deve muito ao Teixeirinha.” Bebeto Alves – Cantor de música popular brasileira e também pai da atriz Mel Lisboa. ===

Grande parte das fotografias é de Arquivo Pessoal: foto do artista ainda funcionário do DAER – Departamento Autônomo de Estradas e Rodagens -  do ano de 1949. Outra do 1º carro, uma Kombi que o levaria a percorrer todo o nordeste em início de carreira. Como foi a experiência de trocar correspondências com a família de Vitor Mateus Teixeira, numa época que o e-mail recém engatinhava? 

    As entrevistas que realizei, tanto com os familiares  - Teixeirinha Filho diz que o mito Teixeirinha se explica por si: “Meu pai não se preocupou com estilo. O estilo dele era ele mesmo” como com outras pessoas, foram todas através de questionários, ainda na máquina manual. Não existia e-mail. Foram, naquela forma que aprendemos em Metodologia da Pesquisa, que era uma cadeira do curso de Direito na UFSM de Santa Maria. Paixão Cortes (1927-2018) falando em “Tradição e Folclore Gaúcho” nos idos de 1981 já afirmava que (...) “...desconhecer Teixeirinha, dizer que ele não é importante é uma heresia.” Teixerinha levou a arte musical do Rio Grande do Sul para o mundo. “Minhas letras são tudo história: tem pé, barriga e cabeça.” Palavras do próprio Teixeirinha – Reproduzidas no Almanaque Tchê de 1987. Fez sucesso no Uruguai, Argentina e Paraguai. Fez sucesso em Portugal, como atestaram as cantoras Nora Ney (Iracema de Sousa Ferreira: 1922-2003, grande diva do rádio da década de 50) e Maysa Matarazzo (Maysa Figueira Monjardim: 1936-1977,  compositora cantora e atriz e ícone do cenário musical do século passado), em entrevistas, quando lá fizeram temporadas na década de 1960. O Teixeirinha chegou a se apresentar nos Estados Unidos, cantando chote e rancheira de gaita e bombacha!

=== “Tem coisas engraçadas, que você nem acredita. Um dos produtos que anunciei é para o fígado. Pois as pessoas chegam às farmácias procurando “o remédio do Teixeirinha” e os balconistas vendem o remédio certo. Gosto muito de anunciar remédios. E vou contar um segredo: sempre quis ser médico, seria médico se não fosse cantor.” Palavras do artista em entrevista ao Jornal Zero Hora de Porto Alegre (RS), reproduzidas no ano de 1986. ===


         É inevitável perguntar sobre “Adeus Mariana,” considerada a primeira música gauchesca de sucesso nacional. Acredito que as novas gerações desconheçam quem foi Pedro Raymundo, um dos pioneiros da era do Rádio e sua importância histórica indiscutível. Qual foi o ponto de partida da tua pesquisa para escrever a obra “Pedro Raymundo e o Canto Monarca – Uma História da Música Regionalista, Nativista e Missioneira?” 

      Como venho pesquisando sobre Pedro Raymundo desde 1983, cheguei à conclusão que deveria fazer essa relação do pioneirismo dele com essa continuidade com os demais estilos da música regional gaúcha, provando a importância do seu trabalho na introdução do cancioneiro gaúcho na Era do Rádio. (Ele nasceu em 1906 em Imaruí (SC) e faleceu em 1973 no Rio de Janeiro (RJ).


Como é característica dos teus trabalhos fizestes garimpo de formiguinha, minuciosamente, percorrendo arquivos dos anos de 1930, 1940 e 1950, etc. e mais uma vez atravessastes o país buscando subsídios em Estados como Amazonas, Pernambuco, Minas Gerais. Enfim, mesmo estando longe de atingirmos a valorização que países europeus dão as memórias de seus antepassados, conseguistes achar verdadeiros tesouros nessa tua jornada? 

    Todos esses trabalhos, desse quilate, são feitos por nós, idealistas, preocupados com a preservação da memória cultural/musical do nosso país. Realmente, descobri passagens importantíssimas de Pedro Raymundo, tanto na música regional gaúcha, como na música regional brasileira.


=== Em outubro de 1949, dois repórteres do “Diário da Tarde” de Manaus (AM), foram até a fazenda do Itú, em Itaqui, especular sobre sucessão presidencial. O “Queremismo” (Queremos Getúlio) pedia a volta de Gegê * ao Catete. Há, no entanto, um erro no local em que se situa a fazenda. É no município de Itaqui, que faz divisa com São Borja, e não em São Borja. A reportagem foi publicada com um título bem próprio para a época: “Desabafo Sensacional de Getúlio: Pra que voltar?”, no Jornal Diário da Tarde em 11 de novembro de 1949: FAZENDA DO ITÚ: São Borja – “Depois de jantar, o Sr. Getúlio Vargas, deixando a casa do capataz, encaminhou-se para a sala de sua residência. Quando ali chegamos, fomos encontrá-lo a escolher uns discos e daí a pouco estava dando corda à vitrola. Pensamos que se tratasse de música clássica, da qual o General Goes, por exemplo, é um devoto fanático. Estivemos assim com a ideia voltada para a melodia de Chopin e coisas do mesmo gênero, quando Getúlio nos perguntou com uma simplicidade que nos desconcertou: - ‘Conhece o Pedro Raymundo?’.” Do Capítulo 4: “A Música Gaúcha conquista o Brasil.” In Pedro Raymundo e o Canto Monarca, Página 77 – Israel Lopes. ===

A história do Catarinense Pedro Raymundo é incrível. Aos 4 anos de idade ele já dava amostras do seu talento com uma gaitinha de boca. Seu pai, sanfoneiro tocava em festas e baile e foi seu grande incentivador. Mas do lado materno também havia músicos. Tu acreditas que apesar das enormes adversidades, (sofreu vários acidentes de trabalho e exerceu inúmeras atividades em jazidas de carvão, construção de estradas, comércio logista), Pedro Raymundo jamais deixaria de enveredar para o mundo da música?

    Pedro Raymundo era um idealista. Apesar dos percalços, acidentes, etc., jamais se separou de sua acordeona. Jamais abdicou de seguir sua carreira artística. Até mesmo, quando veio para Porto Alegre em 1929 e passou por um período desempregado, encontrou na acordeona, o seu sustento nos cafés do Mercado Público, quando “corria o pires”. Em Porto Alegre (RS) o primeiro emprego de Pedro Raymundo foi de condutor de Bondes da Cia. Carris Porto Alegrense. Empresa aliás que também teve em seus quadros, (entre outros) o célebre compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues (1914-1974) como aprendiz de mecânico.

Gostaria que você falasse também dentro da relação do Livro: “Pedro Raymundo e o Canto Monarca – Uma História da Música Regionalista, Nativista e Missioneira” de nomes como por exemplo Noel Guarany, Pedro Ortaça, Cenair Maicá (Música Missioneira), Berenice Azambuja, Mano Lima, Gaúcho da Fronteira (Música Regionalista) e Luiz Carlos Borges, Érlon Péricles, João de Almeida Neto (Música Nativista) ou de outros artistas que você julgar que mereçam ser citados nesse ínterim.

    Noel Guarany, Pedro Ortaça e Cenair Maicá, através da pesquisa, “numa mescla que deu certo”, como dizia o próprio Cenair, com base no que receberam, no rádio, principalmente da canção guaranítica, criaram um estilo de alta qualidade musical, com seguidores entre os quais Jorge Guedes, Valdomiro Maicá... Na música regionalista, seguidores como Mano Lima, Gaúcho da Fronteira, Berenice Azambuja, Marinês Siqueira, Walther Morais, Baitaca e tantos outros, que vêm ajudando a manter esse estilo Monarca de Pedro Raymundo, Teixeirinha, Irmãos Bertussi, Gildo de Freitas, Ademar Silva, José Mendes... Na música nativista, Os Angüeras, Telmo de Lima Freitas, Luiz Carlos Borges, Érlon Péricles, João de Almeida Neto, Miguel Marques, Mário Barbará, Miguel Bicca, Cesar Lindmeyer, Nenito Sarturi, Joca Martins, Jean Kirchoff e tantos outros, são exemplos de artistas que mantém em alta a música nativista. Mas, embora existam esses estilos, tudo é música regional gaúcha, conforme digo no meu livro. Todos contribuem com essa identidade regional gaúcha. 
Israel Lopes com Mano Lima

Talvez as pessoas não saibam que Pedro Raymundo apresentava na década de 40 músicas do Rio Grande do Sul na Rádio Nacional do Rio de Janeiro. E segundo consta na tua obra, teria inspirado inclusive O Rei do Baião Luiz Gonzaga. Fale-nos mais sobre isso e sobre outras curiosidades que você encontrou.

     Foi, através de Pedro Raymundo, que o Brasil tomou conhecimento do cancioneiro gaúcho. Além de cantar as músicas gauchescas na Rádio Nacional, ele apresentava antes de cada número um comentário, de acordo com o tema invocado, sobre a tradição gaúcha, demonstrando ser um pesquisador, comprometido com o que se propunha a divulgar no Brasil inteiro, haja vista da audiência e alcance daquela emissora na Era do Rádio.  E, o Rei do Baião, nessa época, justamente se inspirou no Pedro Raymundo, vendo cantar no auditório da Rádio Nacional, pilchado de gaúcho até os dentes. Gonzaga, na entrevista ao Pasquim, disse que estava cansado da gravata, resolveu adotar o “traje de cangaceiro” para defender a cultura musical do Nordeste, assim como Pedro Raymundo, estava mostrando a cultura do extremo Sul do país. 

=== Em agosto de 2009 o Jornalista Daniel Soares escreveu no Correio do Povo de Porto Alegre (RS) na reportagem intitulada ‘Gigante da Sutileza’ o que segue: (...) “O Gaúcho Yamandú, que não dispensa o lenço no pescoço, dedilha com propriedade os temas nordestinos propostos por Dominguinhos, como em ‘Asa Branca’ de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, e ‘Tesouro do Meio’, também do mestre Lua. Em contrapartida, Dominguinhos, sempre com sorriso no rosto, lança uma nova luz sobre ‘Escadaria’, de Pedro Raymundo; a folclórica ‘Prenda Minha’; ‘Negrinho do Pastoreio’, de Barbosa Lessa.” Tributos “In Memoriam” de Pedro Raymundo, no livro Pedro Raymundo e o Canto Monarca – Página 215 – Israel Lopes. ===

=== Yamandú Costa é violonista e compositor gaúcho nascido em Passo Fundo no ano 1980, considerado um dos maiores violonistas do Brasil.  Dominguinhos (1941-2013) nascido José Domingos de Morais em Garanhuns (PE) foi grande instrumentista, cantor e compositor brasileiro, tendo como mestres Luiz Gonzaga (1912-1989) e Orlando Silva (1915-1978), importante cantor da primeira metade do século XX. ===

Tu também és coautor da obra “Major Maximiano Bogo – Um dos baluartes do Tradicionalismo Gaúcho” junto com Ramão Aguilar. Fique a vontade para dissertar sobre esse livro lançado no ano de 1999.

     O Major Maximiano Bogo foi um dos pioneiros do movimento tradicionalista organizado, na Região Noroeste, que pega as Missões. Ele divulgou o tradicionalismo em Santo Ângelo, Ijuí e outras cidades. Na Capital das Missões, foi um dos fundadores do CTG Os Legalistas, apresentou programa de rádio, onde surgiram os Irmãos Maicá (Cenair e Adelque). Também, apresentou o gaiteiro Tio Bilia (o santo angelense Antônio Soares de Oliveira: 1906-199, um dos maiores gaiteiros que o Rio Grande do Sul já teve) para os Irmãos Bertussi, (Os Bertussi são verdadeiras lendas do Rio Grande do Sul) que o levaram para gravar um LP. Também, o apresentou para o Luiz Menezes (compositor, folclorista e cantor: 1922-2005, nascido em Quaraí (RS) no Grande Rodeio Coringa na Rádio Farroupilha, que também era um radialista de renome. Bogo, inclusive, participou do filme Ana Terra e alguns filmes do Teixeirinha. Foi patrão do Centro Nativista Boitatá em São Borja. Foi um personagem que prestou um grande serviço à cultura gaúcha, por isso, juntamente com o escritor Ramão Aguilar, resgatamos sua história.

=== Maximiano Bogo nasceu no ano de 1923 na localidade de Lajeado Morangueira, interior de Santa Rosa (RS) e faleceu em São Borja (RS) no ano de 2007. Filho de agricultores iniciou sua carreira militar no 1º Regimento de Artilharia de Divisão de Cavalaria de Santo Ângelo no ano de 1940 como voluntário. Em 1947 foi transferido para a Unidade do Contingente do Hospital Militar de Campo Grande (MS), em 1948 passa a Escola de Motomecanização do Rio de Janeiro (RJ) e no ano de 1949 retorna a região, como 2º sargento do 1º Regimento de Cavalaria Mecanizada em Santo Ângelo (RS), sua trajetória é riquíssima e foi um personagem que prestou incomensurável serviço a cultura gaúcha. ===

E também sobre outro livro que segundo consta é bastante citado em trabalhos acadêmicos no Estado de São Paulo, intitulado “Turma Caipira Cornélio Pires.” O que pode nos detalhar sobre essa obra. (Cornélio Pires nascido em Tietê (SP) em 1884 e falecido em São Paulo (SP) no ano de 1958 foi um jornalista, escritor, folclorista e espírita brasileiro e importantíssimo etnógrafo da cultura e do dialeto caipira.)

      Conforme falei, eu me tornei um pesquisador da música regional paulista. A “Turma Caipira Cornélio Pires”, organizada pelo escritor e folclorista Cornélio Pires, de Tietê, SP, teve o mérito de ser a pioneira na gravação da moda de viola autêntica, no Brasil, em outubro de 1929, na Colúmbia. Eu tive o privilégio de, na década de 1980, ter entrevistado os remanescentes da turma caipira: Mandi e Sorocabinha. (Este, faleceu com 100 anos em 1995.) Esses artistas em 1979 foram agraciados em São Paulo com o Troféu do Cinquentenário da Música Caipira. Esse livro “Turma Caipira Cornélio Pires - Os Pioneiros da Moda de Viola em 1929”, eu lancei em agosto de 1999 em Tietê, SP, por ocasião dos 70 anos da música cabocla. Tem sido bastante citado em trabalhos acadêmicos de estudantes de São Paulo, principalmente de jornalismo, que escolhem a música caipira para suas teses.


            No decorrer de 2020 Israel Lopes lançará versão revisada e ampliada do livro “Teixeirinha – O Gaúcho Coração do Rio Grande.” A primeira obra contava com 215 páginas, a nova versão contará com 352 e novas revelações incríveis. Acontece que com o passar do tempo, as pessoas lendo o livro, entravam em contato com Israel, porque buenas... buenas... tinham parentes ou amigos que lembravam digamos assim, “de algum causo” sobre Teixeirinha pra contar. 

            Então Israel decidiu em 2016 iniciar nova jornada partindo das cidades de Lajeado, Passo Fundo, Soledade, Carazinho, Erechim e Getúlio Vargas no Rio Grande do Sul – onde posso assinar embaixo, colheu novas histórias saborosas - indo até as capitais Rio de Janeiro e São Paulo e se certificou em outras fontes de pesquisas para só então incluir tais informações nessa nova versão. Ele também está finalizando outras duas obras simultaneamente: “Cornélio Pires e a Música Caipira” e “A Trova de a Porfia no Rádio Gaúcho” Para que nossos leitores e internautas sintam-se convidados a interagir com Israel Lopes, sempre incansável no seu ofício, adquirir suas obras, enviar comentários, sugestões, trocar ideias e principalmente dar um “forte quebra costela virtual” nesse pesquisador que orgulha não somente a região missioneira, seu berço de origem, mas todo o Estado do Rio Grande do Sul e com certeza boa parte desse imenso continente chamado Brasil, basta entrar em contato através do email: adv.israellopes@gmail.com E também vocês poderão encontrá-lo atuante nas redes sociais. Vamos encerrar essa entrevista com um gigantesco “bahhhh tchê” e quanta história pra contar que vamos ter que guardar para uma próxima entrevista! Israel Lopes, pesquisador e autor de verdadeiros tesouros é também “ao vivo e a cores” (risos) um daqueles legítimos “contadores de casos e causos” que fazem a gente não sentir vontade de “encilhar o brasino pangaré e pegar o caminho de volta pra casa.” E eis aqui a mais pura das verdades meus amigos!


Régis Mubarak - Jornalista
Mendoza – Argentina & Rio Grande do Sul – Brasil.
Janeiro 2020 

Juvenart já tem datas para suas classificatórias e final


       Era o ano de 2002, o CTG Sentinela da Querencia preparava para inaugurar suas piscinas, mas partes do galpão ainda precisavam de reformas. O Piá Farroupilha do CTG era Luccas Adams Pilla, filho do lendário Arion Pilla (Irmão da Prenda do RS, Vanessa Pilla). Como não entendiam muito de torneios esportivos, como a Bocha, então pensaram em fazer concurso de danças. Luccas queria um evento mirim, mas muitos já existiam, para juvenis, não. Foi então que projetaram o FestJuvenil. Mas o nome não agradava.

     “Não tínhamos um nome. Foi quando, em um ensaio, o Sr. Clodoaldo (ecônomo) levantou-se de onde estava, atrás do freezer, e falou  jocosamente, com os olhos arregalados e o sorriso bem aberto: - “JuvEnart”... Era isso! – Clodoaldo, tu és um gênio!!! Gritei eu feliz. JuvEnart! Esse seria o nome de nosso evento. Nos não fazíamos a menor ideia do que estávamos fazendo.” – conta Arion Pilla.

     O ano de 2002 foi o primeiro, e contou com 21 participantes. Depois foi crescendo ano após ano. Até que em sua 10ª Edição, em 2012, chegou a 52 inscritos e uma lista de espera de 19. E os números só foram aumentando a cada ano, ultrapassando 100 grupos juvenis.

     Para o ano de 2020, já se tem as datas para as classificatórias e final. Confira: