(Léo Ribeiro de Souza)
Cresceu a barriga e a camisa folgada
brilho de cetim, essência de asa,
em quarenta dias ficou apertada
que até os "botão" já não param nas casas.
A bombacha larga das festas de junho,
relíquia herdada dos meus bisavós,
"encolheu" que parece uma calça de punho
e falta um palmo pra fechar o cós.
Abri mais dois furos no meu cinturão,
e digo, no catre, me cansa o retoço...
Troquei as cuecas por "samba-canção",
e o lenço mal cobre o gogó do pescoço.
Meu poncho de lã, a minha coberta
nas noites de inverno, amigo de fé,
se agora eu preciso, quando o frio aperta,
se tapo a cabeça destapo meus pés.
Não é por fartura o corpo roliço
total, no meu rancho, o bife é sorteado
eu ando é na falta de baile e serviço,
bater uma bola, carreira e carteado.
As pernas incharam, redonda é a face
até a balança de mim sente pena.
Tudo que perdi só comendo alface
achei (e com sobra) nesta quarentena.
Versos e desenho: Léo Ribeiro de Souza
Gauchada. Vamos rir um pouco porque de desgraceira o mundo está cheio.
Abraço a todas as mulheres minhas amigas, especialmente as mães.
Um bom fim de semana a todos.
blogdoleoribeiro.blogspot.com
"A 10 anos, um chasqueiro virtual da cultura gaúcha."