terça-feira, 30 de junho de 2020

Dinara Paixão lança e-book sobre a sua trajetória no tradicionalismo

           Escritora da Academia Santa-Mariense de Letras, a professora universitária e tradicionalista Dinara Paixão está disponibilizando na plataforma Amazon, um e-book com um compilado de acontecimentos em sua trajetória no tradicionalismo gaúcho.

           O texto apresenta em três capítulos, os seus caminhos percorridos, construídos e vislumbrados. Na primeira parte, os caminhos percorridos compreendem a fase de criança até os primeiros tempos como Engenheira Civil, constituindo-se em momentos de observação, estudo e aprendizados dentro do tradicionalismo gaúcho. 

         No segundo momento, os caminhos construídos marcam a década de propostas e realização de mudanças estruturais no MTG. Por exemplo, no ano de 1987, ela participou do Congresso Tradicionalista, pela primeira vez com direito a voz e voto. Em 1997, encerrou seu mandato como a 1ª Vice-Presidente do MTG, responsável pela Administração da instituição, que já reunia milhares de entidades filiadas. Essa foi uma novidade no comportamento tradicionalista feminino daquela época.

            Na terceira etapa, os caminhos vislumbrados contêm ideias, pensamentos e observações de momentos mais atuais e daqueles em que se dedicou à implantação da profissão e primeiro curso brasileiro de graduação em Engenharia Acústica, na UFSM.

        Informa a Profª Drª Dinara que esse registro dos seus Caminhos no Tradicionalismo no formato e-book não tem a pretensão de ser documento histórico, mas se constitui num relato de fatos vivenciados, que ajudou a construir ou vislumbra para o presente e o futuro do tradicionalismo gaúcho.

Suspenso o polêmico Edital do Banrisul


Vicente Romano - MTE 4932 | Agência de Notícias - 15:03 - 30/06/2020 - Foto: Reprodução / ALRS
         Ao final da reunião da Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembléia Legislativa, realizada virtualmente na manhã desta terça-feira (30), a deputada Sofia Cavedon (PT) anunciou que recebeu informação do deputado Gabriel Souza (MDB) dando conta da suspensão do edital público de seleção de propostas para o patrocínio de atividades artísticas musicais de conteúdo virtual (lives) pelo Banrisul.


            A decisão, conforme o relato do deputado Gabriel Souza, partiu da diretoria do Banco, também reunida hoje para tratar dos pedidos de alterações nos critérios de seleção dos artistas gaúchos para participação nas transmissões ao vivo.

            Na semana passada a Comissão de Educação havia se manifestado sobre a falta de critérios técnicos e artísticos do edital, prevendo a possível impugnação do certame. O lançamento do edital aconteceu no dia 22 deste mês com o objetivo de patrocinar até 200 lives (apresentações de shows musicais ao vivo com transmissão pela internet), com apresentações agendadas entre 14 de agosto e 31 de outubro. O valor foi fixado em R$ 3,5 mil por live, o que pode totalizar até R$ 700 mil em apoio financeiro. O critério para a seleção - o número de likes que cada artista interessado possui em suas apresentações pela Internet - gerou rejeição na classe artística, que vê na avaliação a exclusão de grande número de músicos e a possibilidade de fraude do certame.

Mais recursos
           O tema do edital foi uma das pautas da reunião do colegiado, reunindo no período de Assuntos Gerais, participantes da Frente Ampla da Música do Rio Grande do Sul (RS) recentemente formada. O grupo rejeitou, de forma unânime, o critério estabelecido pelo Banco. A cantora Lila Borges comunicou que a Associação dos Músicos da Cidade Baixa (Porto Alegre) e o Sindicato dos Músicos entrou na justiça solicitando a impugnação do Edital.


         O músico Pedro Figueiredo afirmou que 43 entidades requereram a impugnação. Disse que a categoria representa mais de 130 mil empregos formais, duramente afetados pela crise do Covid-19. Figueiredo sugeriu que o Banrisul utilize seus recursos de marketing para ampliar a ajuda à classe dos artistas, de forma ampla, contemplando a diversidade da produção gaúcha. O músico lembrou que nem toda atividade artística pode ser executada pela Internet.

Opinião do Léo Ribeiro | Aguenta firme, amigo velho!

     
Charge (cartoon) do Leo Ribeiro de Souza
     Mesmo antes da pandemia nosso músico regionalista vinha sofrendo um processo de desvalorização perante outros ritmos nacionais. A mídia mendigando espaço, os eventos dispondo de poucos recursos e com exceção de três ou quatro grupos de baile e o mesmo número de artistas solos os demais peleavam só com o cabo da faca por sua sobrevivência. Com o Coronavírus, tudo se agravou.


     Todas as categorias, do empregado ao empregador, passando, aí, pelo trabalhador informal, exalam tristeza e melancolia. Até quem tem seu salário garantido padece com o sofrimento dos outros. Não vamos camperear razões pois elas tem dois lados e parte do próprio povo acha que se acotovelar nos parques para bombear o por do sol é mais importante que o combate a transmissão do vírus. O resultado é um novo recrudescimento da já pouca autonomia então conquistada. E os músicos?

      Os músicos, vão ser os últimos a retornar pois depende do público, ou seja, de aglomeração. E aqui falamos da classe artística como um todo, o escritor, o intérprete, os técnicos, os promotores de eventos, enfim, de toda cadeia produtiva. E para quem não lembra mais, estas pessoas são aquelas que nos enchem de alegrias através de sua arte. Agora, quem precisa de alguma alegria são os próprios.   
    
      O palhaço empalideceu o seu sorriso pois o mesmo extraviou-se no breu de um circo cerrado; a ribalta, de momentos memoráveis, está a esmo encarando cadeiras vazias; o cantor está com um nó na garganta...

     E quem socorre essa gente que são iguais a nós, tem contas a pagar, adoecem, tem famílias que dependem de seus labores?

     Meu amigo, faça sua parte. Observe, apoie, leve carinho, elogie, dialogue, faça saber da sua amizade, tolere, entenda, mostre entusiasmo, diga que tem saudades, pois existem muitos perdendo o equilíbrio nesta corda bamba da vida e, o pior, sem redes para amparar sua queda. Sobrevoa sobre muitos desta categoria uma ave de rapina com seu cântico triste chamado DEPRESSÃO.

     Poderia direcionar este meu texto a dezenas de profissões mas o faço a classe artística por minha relação com quem já me proporcionou tantos momentos felizes. Algo de prático, de imediato, sem protecionismos (esse não é o momento), tem que ser feito.

Fonte: BLOG do Léo Ribeiro de Souza

LIVE - Fundação Cultural Gaúcha | A literatura em debate


      A live sobre literatura, nesta terça, 30, relembra os Saraus do MTG (presenciais no ano de 2009) que debateu grandes assuntos como: Tema dos Festejos Farroupilhas, Érico Veríssimo e "o Tempo e o Vento", o Rio Grande e a Copa do Mundo, Tradicionalismo - Reflexões, A parte e o todo - A diversidade cultural no Brasil-Nação, entre outros...

      No ano de 2009, levamos para o auditório do MTG Jarbas Lima, Sérgius Gonzaga, Ruben George Oliven, José Alberto Reus Fortunati e Manoelito Carlos Savaris para tratar de assuntos relevantes: Eram os Saraus do MTG. Bom ver que em tempos de pandemia, que não podemos ir até o auditório, as lives levam o assunto até cada interessado.

     O sarau é o compartilhamento ou troca de experiências pessoais, em clima cultural, reflexivo e informal. Reúne pessoas, une conhecimentos e aprimora o gosto pelas letras, artes e pela cultura. Que volte com o sucesso de seu nascimento.

Há 11 anos o MTG recebia o certificado de OSCIP

Lembrança do Eco da Tradição de 24 de junho de 2009 - Alencar Feijó da Silva representava o MTG

Uruguaianense, Maxsoel Bastos, é o novo presidente da EPC

          Sob os auspícios de São Pedro, padroeiro da entidade, no dia 29 de junho de 1957 era oficialmente criada a Estância da Poesia Crioula e empossada sua primeira diretoria tendo a frente, como Presidente, o poeta uruguaianense, advogado e professor Hugo Ramirez. Nestes 63 anos de atividades ininterruptas, resgatando, preservando e disseminando prosa e poesia,  a Academia Xucra do Rio Grande, como era carinhosamente conhecida, abrigou em sua sede própria na capital de todos os gaúchos uma plêiade de vates que deixaram eternizados os mais belos escritos nos arquivos literários, na memória e no coração dos rio-grandenses.

          Em todo este período de sua existência em nenhum momento houve disputa eleitoral. Os 31 pleitos ocorridos foram por consenso. Dando continuidade a esta característica e honrando os legados destes verdadeiros imortais, na tarde de hoje, 29 de junho de 2020, foi empossada a nova diretoria da nossa querida EPC, tendo a frente, como Presidente (vejam as coincidências), o poeta uruguaianense, advogado e professor Maxsoel Bastos de Freitas.

            No mundo de hoje, dinâmico e imediatista das redes sociais, não é fácil administrar, congregar e manter agremiações literárias mas temos a certeza de que, pelo comprometimento de seus confrades, serão dois anos da mais pura devoção a uma história que custará a ter um fim, ou seja, a da Estância da Poesia Crioula.
Maxsoel (sentado à direita) é o novo Presidente da Estância da Poesia Crioula  |  Foto: Marilene Huff  | Fonte: Blog do Leo
Nominata da Diretoria da Estância da Poesia Crioula biênio 2020/2022
Presidente: Maxsoel Bastos de Freitas
Vice-Presidente: Léo Ribeiro de Souza
1º Tesoureiro: Ubirajara Anchieta Rodrigues
2º Tesoureiro: Darci Everton de Souza Dargen
Secretário Geral: Dione de Fátima Spillari Souza
2º Secretário: Darci Ignácio da Silva

CONSELHO DELIBERATIVO 
José Machado Leal
José Altair Corvello
César José Tomazzini Liscano

CONSELHO FISCAL 
Cândido Adalberto de Bastos Brasil
Juarez Fontana de Miranda
Sidnei da Rosa Azambuja    
Fonte: Blog do Léo Ribeiro


Há 6 anos, o Eco da Tradição de julho de 2014 publicava:


segunda-feira, 29 de junho de 2020

A voz da informalidade nas rádios on-line - Por Larissa Hoffmeister e Liliane Pappen

Em um cenário de crescimento acelerado e sem legislação que ampare ou fiscalize, web rádios ainda são vistas com desconfiança por especialistas da área

Transformar a rádio web em um modelo de negócios rentável é apenas um dos desafios enfrentados pelos empreendedores do segmento – Foto: Liliane Pappen   -  Denise e Lairton Santos no Programa Sonidos da Tradição da Radio Regional Net
          O advento da internet e a consequente democratização de acesso a conteúdo trouxeram inúmeras possibilidades para diversas áreas. Caminhando junto às possibilidades, apareceram as necessidades de reinvenção destes setores. Com a comunicação este processo não foi diferente. Os veículos, as notícias e o próprio jornalismo precisaram se adaptar ao novo cenário digital e, o que antes era restrito a uma parte da população, agora está ao alcance de todos através de computadores e smartphones. Foi nesta onda de transformações que as web rádios nasceram e hoje ocupam eminente espaço na comunicação. Amparados pelo conceito de jornalismo cidadão, muitos entusiastas enxergaram a possibilidade de criação de um novo modelo de negócios que une o apreço pelo rádio ao baixo custo de produção. A possibilidade criou, entretanto, um fantasma que assombra o segmento: o da informalidade.

          A cada nova rádio web, um empreendedor quase sempre informal procura uma alternativa de viabilidade financeira, seja por meio de venda de espaços comerciais, apoio cultural ou mesmo patrocínio. Por de trás de grande parte das mais de 14 mil rádios on-line no país, existe pelo menos uma pessoa buscando seu meio de subsistência. O que poderia ser, de fato, um modelo de democratização da comunicação e do rádio, torna-se, em muitos casos, uma plataforma que pouco – ou nada – agrega quando o assunto é conteúdo.

          De acordo com o site Radios.com, que monitora os acessos às rádios web através de sua plataforma, só no Brasil, entre os meses de março e abril, houve um acréscimo de 3,1% no número de emissoras on-line. No Rio Grande do Sul, o crescimento é ainda maior e chega a 4,32%. São 425 novos canais no país, 37 deles no estado gaúcho, no intervalo de um mês. Mesmo que os dados não revelem a verdadeira face do setor, já que muitas destas rádios deixam de existir em pouco tempo, os números demonstram o poder da informalidade: é muito fácil e barato colocar uma emissora web no ar. Pelo menos 31% das rádios web do estado registram menos de 100 acessos no mês de abril - o que pode significar que as emissoras possuem finalidades exclusivas para um público limitado ou que foram removidas.


           Sites como a BrLogic, KSHost e MaxCast oferecem planos com valores a partir de R$ 69,00 por mês e não é necessário nenhum tipo de registro ou legalização, nem mesmo um Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) específico. Basta seguir o Marco Civil da Internet e atentar-se para as questões de direitos autorais. Os planos mais caros, que podem chegar a R$ 199/mês, incluem App para Android, programetes para download e muitos gigas de armazenamento. O custo dos equipamentos de uma rádio web também é muito inferior ao de uma rádio tradicional. Enquanto um estúdio pode custar, em média, 50 mil reais, com apenas uma mesa de som de poucos canais, um notebook equipado com programas gratuitos, um microfone e uma internet com tráfego de dados mediano já é possível dar o start em uma rádio web, diretamente do conforto da sua casa, com um custo aproximado de 3,5 mil. 

            Com um crescimento desordenado e sem nenhuma legislação que ampare ou fiscalize esses veículos, fica difícil saber que tipo de programação vem sendo produzida e qual a finalidade de cada um destes canais. A única legislação vigente no que tange às rádios web se refere ao Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), e apenas normatiza os meios e os valores a serem pagos ao órgão pelas emissoras on-line. Assim como a legislação, também não há nenhuma instituição que represente ou forneça dados confiáveis sobre as rádios web. Apenas algumas plataformas, diretamente envolvidas com o segmento, são fonte de pesquisa sobre o assunto. É o caso do site Radios.com, que ranqueia as emissoras a partir do acesso dos ouvintes por meio de seu aplicativo ou site.

           Para o professor de Rádio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Luiz Artur Ferraretto, as rádios web se assemelham às redes sociais: produzem muito fluxo de material, mas a qualidade deixa a desejar. Segundo ele, a única diferença importante está no alcance. O especialista defende que as rádios na internet ainda são pouco abrangentes o que, de certa forma, reduzem o alcance destes conteúdos.

           Ferraretto argumenta que hoje existem dois modelos de rádio na internet: as comerciais e as hertzianas, que mantém o modelo tradicional e utilizam as plataformas digitais para reprodução de conteúdos e as nativas da web. Estas, segundo ele, produzem conteúdos de natureza, muitas vezes, questionável. “Temos visto rádios fazendo política, religião, misticismos, sem nenhum controle, sem nenhuma técnica, sem nenhuma ética no processo”, argumenta.

             O professor ressalta ainda que a falta de regulamentação vai além do ambiente da internet. Para ele, fazer cumprir a legislação vigente entre rádios comerciais, educativas e comunitárias, que são concessões, já é um desafio. Citando a constituição de 1988, Ferraretto argumenta que os modelos tradicionais são divididos em privado, estatal e público, mas que essa classificação é errônea, visto que estatal e público se equivalem. A partir deste cenário, o profissional acredita ser inviável a criação de uma nova regulamentação, especialmente no que se refere à internet. “O que pode, de fato, regular esse tipo de emissora é a sociedade”, acredita. 

            Quando o assunto é a qualidade das programações, Ferrareto afirma que mesmo as rádios tradicionais possuem suas deficiências e que nem sempre formação acadêmica é sinônimo de boas programações. “A rigor, nem todas as rádios têm jornalistas responsáveis, mas é comum encontrarmos, no interior do Brasil, emissoras que, mesmo sem o trabalho de profissionais formados na academia, fazem jornalismo muito bem. São profissionais formados pela vida”, revela. Ainda assim, defende a importância da formação acadêmica e a ampliação das disciplinas de rádio entre as faculdades.

            Entre os desafios do rádio, tanto convencional quanto na internet, o professor elenca, além da deficiência na legislação, um modelo de gestão pautado em um cenário que remete aos anos 50 e 60 do século passado e ouvintes que nem sempre estão aptos a interpretar a informação, mas que empoderados por redes sociais e baseados em fake news desacreditam o trabalho das emissoras e de seus radialistas. “Quanto mais sério for o trabalho da emissora e seus profissionais, mais conseguiremos minimizar estes problemas”, conclui.

            Para Ferraretto, outro grande desafio é o de como transformar uma rádio, especialmente a web, em negócio e fazer com que ela sobreviva. Conforme o professor, a pouca abrangência das rádios na internet e as dificuldades de acesso dos ouvintes estão entre os dilemas a serem solucionados. Ele acredita em um modelo diferenciado, no qual são produzidos podcasts sobre assuntos específicos e segmentados e defende, nestes casos, a alternativa de financiamentos coletivos.

            Sob a ótica do especialista, o podcast oferece a vantagem de ser acessado a qualquer momento e ficar à disposição do ouvinte que exerce seu poder de escolha com plenitude, definindo especificamente o tipo de conteúdo que deseja escutar. Ele argumenta que, ao contrário do senso comum, ter um smartphone nas mãos não é garantia de audiência. “Engana-se quem acha que estamos todos conectados. A maioria ainda não sabe usar todas as potencialidades do aparelho”, alega.

           Entretanto, Ferraretto também elenca alguns exemplos de rádios web que vêm se consolidando na internet. Para ele, o segredo está na ultrasegmentação e no mercado de nicho. “Ouve a rádio web aquele que sabe que ela existe e, para saber, o ouvinte precisa ir atrás. Diferente dos grandes grupos de comunicação”, revela. Entre os casos de sucesso, estão as emissoras que se dedicam exclusivamente ao esporte, especialmente as transmissões e debates sobre futebol, eleito preferência nacional, e as que se voltam para os assuntos regionais, como no caso da cultura gaúcha no Rio Grande do Sul.

          Mesmo quando defende a ultrasegmentação, Ferraretto acredita nos podcasts, argumentando que se o ouvinte gosta de um assunto muito específico, a facilidade de ouvir quando e onde quiser e, ainda, relacionar um arquivo a outro aumenta a chance de fidelizar a audiência. Ele também destaca que no caso da web rádio, a falta de recursos financeiros impede a contratação de bons profissionais, o que pode afastar os ouvintes. “As rádios web são criadas em duas circunstâncias: por idealismo ou visando o lucro. No segundo caso, entre as rádios web ainda não há um modelo que permita a contratação de uma equipe de profissionais capacitada para gerar conteúdo de qualidade. No caso do idealismo, por mais que o empreendedor queira se estabelecer, em um determinado momento a falta de estímulos pode levá-lo à desistência”, argumenta. É nestes casos que surgem as rádios web sem programação ao vivo e que tocam músicas 24 horas por dia. “Se for pra tocar música, é mais fácil, mais barato e muito menos trabalhoso contratar um player”, completa.

Informalidade e cultura regional
           Os relatórios de estatística do site Radios.com mostram que as web rádios com mais audiência no Rio Grande do Sul são as que oferecem conteúdo da cultura tradicionalista. Das 20 rádios que apresentam mais acessos no documento, 45% são voltadas ao segmento regional.  Os veículos transmitem substancialmente músicas do gênero e a organização acontece de maneira informal. 

           A rádio com maior alcance de acessos nos levantamentos é a Rádio Web Campeira Fm, da cidade de Caxias do Sul. No mês de abril foram registradas 32.277 visitações. A rádio foi fundada em 2010, pelo empreendedor José Antunes. O conteúdo que a rádio oferece é essencialmente musical, com exceção de pequenas inserções de vinhetas informativas que, segundo Antunes, são produzidas parte pela equipe, parte por outras rádios parceiras do veículo. Antunes explica que a Campeira não tem o objetivo de dar lucro e que os custos são cobertos por sua empresa de venda e montagem de cercas em material PVC.

           A equipe responsável pela produção da rádio é composta por quatro pessoas da família de Antunes e não possuem vínculo empregatício ou recebem salários para contribuírem na rádio. “Estamos os quatro envolvidos em outras profissões – minha filha é advogada e meu genro engenheiro. Nós tocamos a rádio porque gostamos da função”, explica o empresário, que possui formação incompleta em Comunicação.

            A Rádio Pátria Gaúcha, também voltada para o segmento regional, é a terceira colocada no ranking de rádios com mais acessos do site Rádios.com. A rádio foi fundada em 2009, em Pelotas, pelo designer de calçados e locutor Nelson Rijo Braga. Segundo ele, a motivação para a criação do negócio partiu de sua vontade de divulgar a música gauchesca e seus intérpretes. Formada por três pessoas, a única integrante que possui salário, mesmo que sem relação de trabalho, é a apresentadora Lica Pereira, que ocupa também o cargo de gerente da rádio. Lica realiza este trabalho de maneira remota, pois reside em Minas Gerais. Os outros dois integrantes – sendo eles o próprio Braga e o produtor musical Murilo Blotta Filho - não recebem salário.

           Braga explica que existe uma parceria entre a Pátria Gaúcha e os músicos que possuem programas na rádio. “Eles ocupam o espaço de graça e o resultado da publicidade que os músicos veiculam em seus programas é deles. Esta foi a maneira que encontramos para contemplar as duas partes”, conta o locutor.
Denise Santos assumiu o desafio de produzir e apresentar um programa regionalista semanal, direcionado às entidades tradicionalistas, em um rádio web – Foto: Liliane Pappen
            A informalidade também reside na paixão e no idealismo. Denise Santos é um exemplo. Formada em Administração, a bancária, que trabalha na Instituição Financeira Cooperativa do Brasil (Sicredi), aceitou o desafio de desempenhar o papel de apresentadora em uma rádio web de cunho regionalista, na região metropolitana. Depois de ser vista apresentando um cerimonial e mesmo sem nenhuma experiência anterior em rádio, Denise foi convidada pelo dono da emissora a produzir um programa na Rádio Regional, localizada em Guaíba.

           Sua forte ligação com as entidades tradicionalistas e a cultura gaúcha a levou a idealizar o Sonidos de Tradição, programa que traz em sua essência temas em efervescência no meio regionalista. De acordo com a apresentadora, a cada sábado, entre 14 e 17 horas, horário em que vai ao ar, o programa recebe a audiência e interação de ouvintes de várias partes do mundo. Denise afirma que a Rádio Regional, com um único estúdio, de onde é transmitida toda a programação ao vivo, possui um diferencial importante: a missão de gerar valores para ouvintes, clientes e equipe, atuando na comunicação e na cultura de forma responsável e sustentável. Para ela, a proposta cultural e os programas específicos, voltados à cultura regional atraem ouvintes que buscam se reconectar com suas raízes. “Tem gente que nos ouve em Portugal e manda mensagem falando da saudade que sente daqui”, lembra.

            De acordo com a locutora, a rádio iniciou suas atividades com apenas dois programas ao vivo, em maio de 2017. De lá para cá, a grade foi crescendo e hoje já possui uma programação com sete programas, além de várias playlists culturais, o que significa conteúdo veiculado 24 horas por dia. “Nos aproximamos de 100 minutos por mês de programação, com locução ao vivo”, destaca. “Esse tempo é bem considerável e acima da média da maioria das emissoras no mesmo segmento”.

           A ideia da criação nasceu de uma parceria desfeita. Funcionário público concursado, com formação em Marketing, e iniciando o curso de locução e produção para rádio e TV, Mario Garcia, apresentava um programa em outra rádio web, quando decidiu que era hora de começar carreira solo.  De lá pra cá, Garcia, dedica parte do seu tempo na busca por patrocínios e firma parcerias com o poder público do município para a divulgação de eventos locais. Ele afirma que a viabilidade financeira de qualquer empresa depende de tempo para apresentar resultados positivos, e nas rádios web não é diferente. “Precisamos construir credibilidade e relacionamentos sólidos, e isso só acontece com o tempo”. Por ora, o dono da Rádio Regional segue aplicando recursos próprios na manutenção da emissora, que tem seu único estúdio alocado em prédio próprio, mas que possui matricula junto à prefeitura, com registros e planta adequadas às exigências do corpo de bombeiros, mas sonha com o dia em que a empresa alcançará a independência financeira.

           A estratégia para ampliar a audiência e, portanto, o número de investidores, passa por um sólido plano de mídia, com site e presença nas redes sociais. É através do Facebook, Instagram, YouTube, Twitter e WhatsApp, que a Rádio Regional interage com seus seguidores e anuncia suas principais atrações. Além dos spots na rádio, os apoiadores culturais também têm sua marca anunciada nas plataformas e veem seus nomes projetados para muito além da audiência conectada na emissora.

         Denise conta, atualmente, com a parceria do marido e par nos tablados da vida, Lairton Santos, que, ao ver o entusiasmo e sucesso da esposa por trás dos microfones, decidiu relembrar seus tempos de Peão Farroupilha do Rio Grande do Sul e assumiu uma participação no comando da atração. Juntos, os dois debatem assuntos polêmicos e apresentam suas impressões sobre o cenário tradicionalista. Eles também recebem convidados e, conforme afirmam, adoram uma boa peleja de argumentos.

           Apesar do pouco tempo de existência, a Rádio Regional conquistou um público bastante fiel. São mais de 27 mil acessos por mês, com média semanal de aproximadamente sete mil ouvintes. “É pouco, se comparado à audiência de uma rádio convencional, mas é um público cativo”, revela Lairton. No site Radios.com, a Regional ocupa a faixa de audiência de, aproximadamente, 1200 ouvintes/mês através da plataforma, e vem crescendo, passou do 146º lugar no ranking, em abril, para 106º, em maio.

            Sobre os motivos que a levaram a assumir a responsabilidade de comandar uma das atrações da rádio, a bancária revela que não tem nada a ver com dinheiro. “Nós fazemos o Sonidos de Tradição por idealismo, porque acreditamos no poder transformador da cultura e na democratização da informação. Não temos nenhum retorno financeiro com o programa, mas a experiência que conquistamos ao longo dele, não tem dinheiro que pague”, testemunha.

Rádios Web seguem sem representação

           Cleber Almeida é proprietário da agência Na Mosca Produções, de São Paulo, idealizador do Encontro de Profissionais de Web Rádios Brasileiras (EPWBR) e trabalha no setor desde 2006. Idealista e apaixonado pelo segmento, ele afirma que, de lá para cá, é perceptível o aumento de consumo de conteúdos em rádio web, entretanto, destaca que não há um órgão controlador que consiga mensurar esses dados. “Temos como objetivo fazer com que o EPWBR se torne esse órgão em algum momento. Estamos estudando como fazer isso”, explica.

            O encontro ocorre a cada dois ou três anos e teve sua terceira edição em maio de 2019, em São Paulo. Lá, estiveram reunidos locutores, comunicadores e empreendedores do setor para discutir os rumos do segmento e traçar estratégias de consolidação e fortalecimento para as emissoras on-line. “O encontro nasceu com o propósito de reunir profissionais que visam tornar o rádio na internet um veículo promissor e com maior visibilidade entre o público e o mercado publicitário. Nesses encontros discutimos questões que nos levarão a estes objetivos”. Para Almeida, fatores como o baixo investimento em ações alternativas de marketing, deficiências nas estratégias, equipamentos e captação de recursos e até mesmo a morosidade de desenvolvimento e acesso à internet no Brasil se tornaram grandes empecilhos para que essa plataforma ocupe uma posição de destaque dentro do mercado da comunicação.
Graduado em Comunicação Social na UFRGS, Luiz Artur Ferrareto é Mestre e Doutor em Comunicação e Informação
          Sobre a dificuldade de viabilidade financeira das iniciativas, apresentada por Ferraretto e outros profissionais da área, o locutor defende a autonomia de cada gestor. “Seja por meio da venda de espaços comerciais, tanto no streaming quanto no site, seja por meio de outras formas de financiamento, importante é que cada um encontre o seu modelo ideal”, pontua.

         Ainda conforme Almeida, não existe nenhum tipo de associação ou entidade que filie ou agregue rádios web e busque garantir direitos aos profissionais do setor. Para contribuir com os corajosos que se aventuram no desafio de formalizar uma nova emissora no formato on-line, o comunicador utiliza seu canal no YouTube e perfil no Facebook para dar dicas e ensinar os caminhos conhecidos.

Da rádio web à institucional, um modelo que se consolida

           Mesmo em um cenário ainda confuso e na contramão da informalidade o jornalista e empresário Paulo Gilvane viu na internet uma grande oportunidade de negócios. Em 2001, em parceria com mais três colegas, Gilvane criou a Agência Radioweb, produtora de conteúdo com abordagem jornalística, de prestação de serviço e utilidade pública, além de podcasts para rádios com distribuição pela internet. Atualmente, a plataforma possui 2.448 afiliadas entre emissoras AM e FM , e um alcance que ultrapassa a marca de 150 milhões de ouvintes, o que faz da agência uma das maiores do Brasil no segmento. 

           A grande sacada, conforme Gilvane, foi o serviço de Rádios on-line Corporativas oferecido pela agência. Com conteúdo personalizado, a Radioweb é responsável pelas emissoras de 13 instituições como a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Ministério Público da Bahia (MP-BA), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), entre outras. Defensor das rádios web, o jornalista exemplifica suas afirmações a partir do case de uma das emissoras corporativas, a Rádio Themis, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que, conforme afirma, se consolidou e está há oito anos no ar. “Temos dois jornalistas que fazem as inserções ao vivo. A Themis se tornou um canal de comunicação entre os colaboradores do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), que possui mais de quatro mil funcionários, e tem audiência inclusive nos finais de semana”, conta.

             Para Borges, o alcance de uma rádio web é relativa e não pode ser medido apenas pelos acessos. Ele defende que os números de audiência nem sempre são assim tão relevantes, referindo-se à métrica da vaidade. “Nem todo clique é ouvinte”, diz.  Borges argumenta ainda que quantidade de ouvintes está conectada ao tipo de projeto e que o conteúdo produzido será determinante para o sucesso da emissora. “Aqui na Agência Radioweb contratamos apenas profissionais com formação, dada a importância da vivência acadêmica”, tensiona. Em relação à qualidade dos conteúdos produzidos, ele e Ferraretto apontam para a mesma direção: apenas rádios web com profissionais comprometidos e com pautas de qualidade alcançarão o sucesso. “O que dá relevância a um veículo é o seu conteúdo”, ressalta Borges. 

             Quanto às rádios com programação exclusivamente musicais, o empresário acredita que não se consolidam, já que existem opções mais baratas e menos trabalhosas para esse tipo de playlist. “Toda rádio precisa de música, mas não pode ser só isso. Tem que ser a cereja, não o bolo inteiro”, brinca. 
Outro argumento de defesa para o modelo de rádio web apresentado por Borges é a possibilidade de interação. Enquanto Ferraretto defende o exemplo dos podcasts, o jornalista justifica a necessidade de muitos ouvintes de se sentirem incluídos na programação. “É comum vermos aquelas pessoas que mandam seus recadinhos. Na rádio web essa interação pode ser ainda maior”, alega. E complementa: “Mesmo na Themis, que é corporativa, o pessoal da Comarca de Montenegro oferece música pro pessoal de Porto Alegre, que manda um abraço pro pessoal de Alegrete”, revela.

          Ainda referenciando o especialista, Borges destaca a grande dificuldade que as rádios web enfrentam para viabilizar financeiramente suas iniciativas e revela que no caso das iniciativas corporativas não há essa preocupação, já que o custo de manutenção e produção de conteúdos é pago pela instituição. O maior dos desafios, aponta o jornalista, diz respeito ao desconhecimento dos empreendedores sobre os próprios números. Ele afirma que sem saber o alcance da sua emissora e desconhecendo o público que consome seus produtos, não há como oferecer espaços comerciais ou pleitear financiamentos. “Como vou convencer o dono da farmácia ou do mercado do bairro a investir na minha plataforma se não posso mostrar pra ele quem me escuta, ou o alcance da marca dele?”, questiona.

          Segundo Borges, essa desinformação se dá, em muitos casos, pelo desconhecimento das ferramentas e – até – pelo preconceito que muitos ainda têm pelas rádios on-line. “Como as rádios web são fáceis de montar, muita gente sem experiência se aventura. Alguns, buscando um meio de subsistência, outros, apenas um passa tempo. Enquanto isso, o setor sofre”, reforça. No cenário descrito pelo produtor de conteúdo, se revela mais uma vez a informalidade que permeia o segmento. “Rádio é frequência, é repetição. Já passamos do ponto de levar na brincadeira. Jornalismo na internet é coisa séria”, afirma.

           De acordo com o jornalista, criar uma emissora on-line pode até ser fácil, mas o caminho para a consolidação passa por muito trabalho. “Fazer jornalismo não mudou, ainda requer apuração e sensibilidade”, pontua. Sob a ótica do uso da internet na comunicação, o criador da Agência Radioweb vislumbra um futuro promissor e acredita na democratização dos meios com a mesma responsabilidade que jornalismo sempre demandou.

Isolamento social resulta em mais acessos a web rádios 

            Segundo os relatórios do site Radios.com, os acessos as web rádios entre os meses de março e abril no Rio Grande do Sul aumentaram em 4,33%. Os dados vão ao encontro de uma pesquisa realizada pela Kantar Ibope Media sobre o consumo de rádio no Brasil após o início das medidas de isolamento social. O levantamento apontou que 77% dos entrevistados afirmaram ouvir rádio Destes, 59% disse ter aderido às medidas de isolamento social, sendo que 24% permanece trabalhando ou estudando e 35% pararam de exercer suas atividades.

            Dos entrevistados, 71% afirmou ouvir a mesma quantidade de rádio ou mais após as medidas de isolamento social e 20% disseram ouvir “muito mais” rádio após o isolamento. A pesquisa levantou ainda os motivos que levam os ouvintes a escutar rádio durante o isolamento social. 52% disse que utiliza o meio para ouvir música - principal conteúdo oferecido pelas web rádios com mais acessos no estado - 50% para entretenimento, 43% para se informar sobre acontecimento gerais, 23% para se informar sobre o Covid-19 e 10% respondeu que tem tempo livre e por isso escuta rádio.
   
            Os diretores das rádios Campeira FM e Rádio Pátria Gaúcha concordam que o aumento no número de acesso aos veículos se deu nos meses de março e abril. De acordo com relatórios de estatística de ouvintes mensais gerados pelo site da Rádio Campeira, o mês de fevereiro de 2019 registrou 284.642 mil acessos, enquanto março – mês em que as medidas de isolamento social passaram a ser consideradas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – marcou 354.413 visitas ao site da rádio. Estes acessos continuaram crescendo no mês de abril, que registrou 384.917 acessos – totalizando um aumento de 27,8% nos três meses. Estes números não estão somados aos do site Rádios.com, que possui relatórios próprios do servidor.

Grade de Programação ao Vivo Rádio Regional:
•À Hora do Verso – Terça e Quinta – das 14 às 16h;
•À Hora do Mate – Quartas – das 18 às 20h;
•Bombeando – sexta – 18 às 20 horas e sábados das 08 às 09:30 horas
•Bailando com A Regional – Quarta das 15 às 17h;
•Festivais (estreia – em breve) – Quinta das 17 as 19h;
•Folclore Sem Fronteira – Sábados das 10 às 12h;
•Sonidos de Tradição – Sábado das 14 às 16h; 
•Sul – segunda das 16 às 18h;
•O Assunto é Rodeio – terça das 18 às 20h;

Uma singela homenagem aos 63 anos de EPC






Sexta Cultural do CTG Fogo de Chão/PR faz live sobre a identidade gaúcha


quinta-feira, 25 de junho de 2020

Patrocínio elitista - Está certo ou errado o edital do Banrisul levar em conta número de seguidores?

Tudo, agora, chega mais rápido pelas redes sociais. Seja bom ou seja ruim (o ruim é mais rápido ainda). Chamamento público do Banrisul para shows virtuais é questionado por músicos e parlamentares devido ao item de seleção que requer número de seguidores como influenciador na escolha.

     O Banrisul lançou um edital público de seleção para o patrocínio de lives, de R$ 700 mil, direcionados para 200 apresentações patrocinadas, há uma semana, mas está tendo um de seus critérios questionado pela classe musical. 

     No item '7' do edital 001/20, o processo de seleção e de desempate será para proponentes que tiverem maior número de seguidores nas redes sociais. O critério de seleção parece ser excludente, do ponto de vista dos recursos, pois aqueles que mais precisam, provavelmente, não estarão entre os nomes com os maiores números de seguidores. DO jeito que está parece mais uma licitação para influenciadores digitais, do que um edital para cultura.

      "O Jornal Correio do Povo de hoje destaca a contestação que fiz ao Banrisul sobre o critério para escolha dos artistas que serão contemplados no edital recentemente lançado pelo banco. Segundo o regulamento, serão escolhidos os músicos/bandas que tiverem maior número de seguidores em suas redes sociais, o que, para mim, é um critério altamente injusto" - afirmou o Deputado Luiz Marenco, através de seu Facebook Oficial.

      "Além disso, continuo afirmando que o certo, o necessário, seria o Banrisul oferecer uma linha de crédito - com juros subsidiados e carência maior para pagamento - específica para as mais de 24 mil pessoas que vivem da cadeia produtiva da música e para as mais de 130 mil pessoas que vivem da economia criativa no estado"  -concluiu Marenco.

Opinião do BLOG: Uma coisa é certa, número de seguidores não garante audiência e nem Likes, muito menos qualidade. Os artista sugerem que tenha uma curadoria. Mas me parece que todos querem , precisam, mas cada vez mais o pão se distancia. Quem tem experiencia em editais consegue. Vai atrás, busca, furunga... Mas aquele que só sabe fazer a arte, se distancia cada vez mais.
Mas eu só quero / Educar meus filhos /Tornar um cidadão /Com muita dignidade
Eu quero viver bem / Quero me alimentar / Com a grana que eu ganho / Não dá nem prá melar
E o motivo todo mundo / Já conhece / É que o de cima sobe / E o de baixo desce     (composição: Rógerio Gaspar / Wesley Rangel interprete: As meninas)

Nota do Banrisul 
 “O patrocínio de atividades artísticas musicais virtuais, promovidas por músicos gaúchos, tem o propósito de oferecer entretenimento para o maior número de pessoas possível, neste momento de adversidade em que este segmento cultural tem utilizado cada vez mais as redes sociais, trazendo uma nova forma de conexão entre os indivíduos. Quanto à seleção dos projetos, o número de seguidores de cada músico nas mídias sociais (Instagram, Facebook e YouTube) reflete a intenção de, com critérios objetivos, ser transparente e imparcial, dentro de normas estabelecidas no edital”.

LIVES - 25, Luiza Barbosa e MTG | 26, Escola do Chimarrão | 28, Tome Tento





terça-feira, 23 de junho de 2020

MTG determina prazo para envio de propostas para a 88ª Convenção Tradicionalista

Of. Circ. Nº 27/20                                      Porto Alegre, 23 de junho de 2020.

PRAZO DE RECEBIMENTO DE PROPOSTAS PARA 88ª CONVENÇÃO


Prezados (as) Senhores (as);


          Ao cumprimentá-los (as), estamos através desta, comunicando que o prazo final de recebimento de proposições da 88ª Convenção Tradicionalista, é amanhã dia 24/06/2020. As proposições devem ser encaminhadas para o e-mail da secretaria: secretaria@mtg.org

Sendo o que tínhamos para o momento, reiteramos nossas

Saudações Tradicionalistas.


Gilda Galeazzi  - Presidente


      Evento acontecerá no CTG Tiarayu24, 25 e 26 de julho de 2020, com início às 14hs, no dia 24 de julho, no Centro de Tradições Gaúchas Tiarayú, Rua Abílio Müller, 251, Cidade de Porto Alegre/RS. Em razão da pandemia de COVID-19 que acomete o Estado do Rio Grande do Sul e por conta dos protocolos de segurança instituídos pelo Poder Público e seus organismo de saúde, caso não haja condições sanitárias para a realização presencial do evento, o mesmo será realizado no formato de videoconferência.

1ª Charla Virtual - Com a presença da Patrona dos Festejos Farroupilhas do RS

           É com muita alegria que convidamos a todos os amigos a participarem deste primeiro evento virtual do CCN Piazito Carreteiro, da cidade de Ijuí!!

          Nossa ª Charla Virtual abordará o tema anual do Movimento Tradicionalista Gaúcho: "MTG- sustentabilidade e as novas gerações" e terá a participação dos tradicionalistas Lucas Oliveira, Hellen Teixeira e Alessandra Motta.

          O evento é uma promoção do CCN Piazito Carreteiro e a sua realização está por conta da menina Izabelly Borges Albrecht - 2ª Prenda Mirim do CCN Piazito Carreteiro, gestão 2019/2020.

          O evento terá certificado de participação e as inscrições deverão ser feitas neste endereço : 

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https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScyaV1vMWCpx-lNcFxFBfanoG__vmBePX6MTMy0oMYpCOAZdw/viewform?vc=0&c=0&w=1&usp=mail_form_link

Apparicio Silva Rillo - 25 anos depois de sua partida

          Apparício Silva Rillo nasceu em Porto Alegre, no dia 8 de agosto, de 1931, e veio a falecer na cidade de São Borja, no dia 23 de junho, de 1995. Apesar de nascido em Porto Alegre, o poeta fixou residência na região missioneira. Publicou artigos e ensaios na imprensa, livros de contos e de poesias, bem como peças de teatro. Rillo é autor de "Literatura de Latrina", sobre frases escritas nos sanitários das cidades gaúchas, "Já se vieram" - 1978 e a série "Rapa de Tacho". Ganhador do Prêmio Ilha de Laytano, em 1980 e do Prêmio Nacional de Crônicas, em 1978. Foi um grande poeta, folclorista e escritor, membro da Academia Rio-grandense de Letras e da Estância da Poesia Crioula. 

           Em 1962, fundou o Grupo "Os Angüeras", o mais antigo em atividade no Rio Grande do Sul. Em 1979, junto à sede do Grupo, organizou o Museu Ergológico da Estância, que na linha folclórica um dos únicos do Brasil. Foi um dos fundadores do Festival de Músicas para o Carnaval da cidade de São Borja, em 1967. A partir de 1995, com sua morte, o festival passou a receber o seu nome em sua homenagem, passando a se chamar Festival de Músicas Para o Carnaval Apparício Silva Rillo que acontece anualmente e conta com competições de marchas e sambas para o carnaval da região da Fronteira Oeste do estado.

          Apparício foi um homem a frente do seu tempo. Soube colocar nas suas narrativas, usando o ficcional como cortina, fatores de ordem histórico-sociais e econômicos. Seus temas também eram alicerçados nesses fatores. Era dono de uma inteligência e sensibilidade privilegiadas. Homem de bom coração, Rillo era amigo dos amigos. Tinha a "mania" salutar de dar forças a todos os que o cercavam, incentivou o aparecimento de vários poetas e compositores, como: José Hilário Retamozo, José e Miguel Bicca, Mano Lima e um de seus mais fiéis discípulos Rodrigo Bauer. Em maio de 1991, escreveu "Poço de Balde", o seu último livro de poemas. Obra estranhamente premonitória, de remate, que exigiu do artista maduro um de seus maiores esforços. Afinal, no limiar dos sessenta anos, detentor de um lugar definido e um nome consagrado, multiplicou-se a responsabilidade em razão da expectativa em torno dessa nova obra - um momento de perplexidade em que o autor sentiu, e anunciou, empreender o seu "rito de passagem". 

          Na manhã do dia 23 de junho, de 1995 (na véspera de São João), Apparício Silva Rillo, aos 63 anos deixou um pouco mais órfãos São Borja e o Rio Grande do Sul. "Seu Rillo", como era carinhosamente chamado foi e continua sendo reconhecido e aplaudido por todos, deixou-nos um imensurável trabalho que ficará gravado nas páginas da história rio-grandense.

domingo, 21 de junho de 2020

Nota de Falecimento - Dr. Jorge Moreira

     É com imenso pesar e com tristeza profunda no coração, que comunicamos o passamento do grande amigo, escritor, poeta, compositor, advogado, Conselheiro Benemérito do MTG, Membro da Estância da Poesia Crioula e vice-presidente da Academia Literária do Vale do Taquari (Alivat), Dr. Jorge Moreira, aos 91 anos. 

     Jorge Moreira dedicou a vida as letras. Exerceu a advocacia, esteve na presidência dos Clubes Recreativo e Comercial, Esporte Clube Encantado, Aci-e, Rotary e ajudou a fundar o CTG Giuseppe Garibaldi. Foi, também, presidente da Câmara de Vereadores, entre 1969 e 1973. 

     Escreveu os livros Rodeio dos Afagos (1995), Raízes do Amor (1998), CTG Guiseppe Garibaldi, sua história, seus pioneiros (2001), Rodeios e Raízes (2005), Retalhos de uma vida (2006), CTG Sentinela da Tradição 50 anos (2012), 20 anos do GAN Anita Garibaldi (2014), entre outros.

     Descansa em paz meu amigo e professor Jorge Moreira.

16/06/1929_ Boa Vista do Cadeado - Cruz Alta - RS
21/06/2020 - Encantado - RS

sábado, 20 de junho de 2020

Datas comemorativas - Tome Tento realiza LIVE sobre 21 de junho

          O dia 21 de junho na história marca algumas comemorações. Entre elas, o dia do Mídia e do Imigrante. Em 2004, morreu o grande líder Leonel Brizola, um dos principais políticos brasileiros do século 20. Uma de suas grandes bandeiras foi a educação. Brizola foi prefeito de Porto Alegre. Governou o Rio Grande do Sul entre 1959 e 1963. 

Em 1820 - Chega em Porto Alegre o naturalista francês Auguste de Saint Hilaire. "Fácil perceber-se, desde o primeiro momento, que Porto Alegre é uma cidade nova; todas as casas são novas, e muitas ainda em construção; mas depois do Rio de Janeiro, não tinha visto ainda uma cidade tão imunda..."

Em 1839 — Nasceu o escritor Machado de Assis, autor das obras Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas. Estaremos conversando na LIVE do Tome Tento sobre os 181 anos do nascimento desse revolucionário literato. A convidada será a Professora Renata Pletz. Natural de São Jerônimo, Renata cresceu em meio aos festivais nativistas. Graduada em Letras e Literaturas de Língua Portuguesa, Pós graduada em Literatura, Especialista em Educação e Contemporaneidade, Diretora Cultural da 2ª Região Tradicionalista por três vezes. Membro da Comissão Gaúcha de Folclore – CGF, Conselheira do MTG e Colaboradora da Estancia da Poesia Crioula (EPC)

Em 21 de junho de 1970 — A seleção brasileira de futebol conquistava o tricampeonato mundial, na Copa do México. O time comandado por Pelé, Tostão, Rivelino e Jairzinho goleou a Itália na final pelo placar de 4 a 1. Depois de passar pelos Tchecos, por 4x1; 1x0 nos Ingleses; 3x2 Romenia (achei mais sofrido); 4x2 no Peru e 3x1 nos Uruguaios. Nosso convidado será o Vereador de Porto Alegre e Jornalista João Bosco Vaz.

Vem com a gente...  Lives super legais amanhã, 21, na sua tela...


Estarei apresentando o Bolicho Solidário On Line, do Alma Gauderia, a convite do padrinho, Fernando Augusto Espíndola

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Sandra Abech é Patrona dos Festejos Farroupilhas de Porto Alegre

           A tradicionalista Sandra Abech é a patrona dos Festejos Farroupilhas de Porto Alegre 2020. Moradora da Lomba do Pinheiro, é professora aposentada e também patroa do CTG Galpão da Amizade, de Eldorado do Sul, além de Cavaleira Monarca e vice-presidente da Orcav – Ordem dos Cavaleiros do Rio Grande do Sul.

         Em 2015, Sandra liderou a cavalgada que trouxe a Chama Crioula vinda de Colônia do Sacramento, no Uruguai, até Porto Alegre, percorrendo um total de 1,2 mil quilômetros.

         Sandra começou a cavalgar em 1982. Participou do piquete Pealo do Rincão e foi capataz do Piquete Bonanza.


Fonte: Facebook Oficial
Movimento Tradicionalista Gaúcho

          Parabéns nossa Cavaleira e Vice- Presidente da ORCAV , Sandra Abech
pela justa e merecedora homenagem de Patrona dos Festejos Farroupilha de Porto Alegre. Sandra é uma Cavaleira Monarca da Ordem dos Cavaleiros do Rio Grande do Sul e é referência da nossa Tradição Gaúcha.

        Professora aposentada atualmente coordenadora pedagógica, a patrona começou a cavalgar no ano 1982, atividade que incentiva cada vez mais a participação das mulheres.

        Participou do Piquete Pealo do Rincão e foi capataz do Piquete Bonanza, foi a primeira mulher a participar da cavalgada da Chama Crioula Internacional, vindo do Uruguai até Porto Alegre em 2015.

        Estamos muitos orgulhosos de você Sandra!!!

*Um forte abraço da minha Família e com certeza de todos os Cavaleiros e Cavaleiras da ORCAV.*

Verceli de Oliveira

Presidente da ORCAV