Aos 32 anos, Eduardo Berbacha Soares, natural de Santo Antônio da Patrulha é formado em Direito pela UNISINOS e cursa, atualmente, Tecnólogo em Gestão Pública pela ULBRA, além de exercer a advocacia no em sua cidade natal, onde é pré-candidato à uma vaga na Câmara Municipal.
“Iniciei a trajetória no tradicionalismo no ano de 2002, como dançarino, quando ingressei na Invernada Juvenil do CTG Cel. Chico Borges, tendo como primeiros professores Marcione da Silveira e Rúbia Valim. Em 2003 passei a fazer parte do grupo Juvenil do CTG Patrulha do Rio Grande, junto do qual conquistei o troféu de Melhor Entrada e Saída da 2ª Edição do Festival, integrei os grupos Juvenil e depois Adulto da entidade até meados de 2011, e de 2009 à 2015 fui instrutor dos grupos Escolinha e Pré-Mirim do CTG Patrulha. Em 2013 ingressei no grupo adulto do PTG Bocal de Prata, de Osório, entidade na qual participo até hoje” – conta Berbacha.
Atuando como professor de danças tradicionais e folclóricas em projetos sociais junto aos Municípios de Santo Antônio da Patrulha e Caraá, já foi Instrutor em algumas entidades da 23ª RT, como CTG Patrulha do Rio Grande (Sto. Ant. da Patrulha), CTG Sentinela do Sinos (Caraá), CTG Porteira do Litoral (Terra de Areia), PTG Bocal de Prata (Osório), CTG Pedro Elisbão (Sto. Ant. da Patrulha - Vila Palmeira), CTG Gaúcho Litorâneo (Tramandaí) e CTG Cel. Chico Borges (Sto. Ant. da Patrulha).
“Além de funções de organização formal e informal nas entidades nas quais participei, auxiliando na organização de eventos, secretariando reuniões, e contribuindo de forma geral, exerci a função de Diretor Artístico Regional junto à 23ª RT no período compreendido entre final de 2016 e início de 2019, tendo ajudado a desenvolver o I Circuito Artístico da 23ª RT no ano de 2017, evento esse que já se encontraria em sua 4ª edição caso não fossemos atropelados pela pandemia e se consolidava como palco para florescimento de novos grupos de dança em nossa região, fortalecendo as entidades e integração entre os tradicionalistas do Litoral Norte” - afirma.
BLOG - O que tirastes de proveito nas atividades que desempenhastes no CTG ou como peão por dia?
Minhas vivências foram, sobretudo no meio artístico tradicionalista, logo, além da disciplina, comprometimento e foco no trabalho em equipe (características comuns em todos os ramos do tradicionalismo), pessoalmente creio que também aprendi muito no que diz respeito a abordagem criativa para resolução de problemas e conflitos.
De maneira mais ampla, sem exageros, creio que quem lida com o dia a dia da gestão de um grupo de danças acaba por desenvolver um arsenal de ferramentas de gestão que talvez administradores de empresas não possuam, pois ambos tem de lidar com orçamentos, gestão de pessoas, compras, vendas, treinamento, motivação, comunicação, organização etc. No entanto, diferentemente de uma empresa, na qual os colaboradores recebem para exercer tarefas e contribuir, em uma invernada costuma-se pagar pela participação, então a gestão de todo esse processo torna-se especialmente desafiadora.
BLOG - Para desempenhar as atividades públicas, consegues perceber os ensinamentos que tirastes desse meio de convivência sóciocultural como o tradicionalismo?
Além das competências mais técnicas, como já citei por alto na resposta acima, creio que a experiência das vivências de quase 20 anos dentro dos CTG’s contribuiu e muito para formação do meu caráter, a busca pelo diálogo e o respeito nas relações, que dentro do exercício de mandatos públicos podemos descrever como a “liturgia do cargo” ou “decoro”. Tenho plena consciência de que quando estiver investido em uma função pública eu deixo de ser apenas o Berbacha, mas me torno o representante da população, assim como quando visto a camisa da entidade também sou um representante dela.
BLOG - Acha importante que os pais levem seus filhos para um CTG?
A minha experiência com o tradicionalismo foi ótima, mas o fundamental é que pais incentivem seus filhos a participar de atividades em grupo (esportes, música, teatro, dança, escotismo...), e além disso, que se tornem parte da experiência, participem também. Pais devem estar presentes em todo o ciclo de educação e amadurecimento dos filhos, da mais tenra infância à adolescência, o “Pai/mãe Uber”, que só leva e busca os filhos dos lugares, costuma ser aquele que só descobre tarde demais os problemas dos filhos.
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