segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Um apaixonado por cavalos. Conheça Paulo Marques

 


    Paulo Marques nasceu em Porto Alegre, mas com poucos dias de vida foi morar em Uruguaiana. Quando tinha cerca de cinco ou seis anos de idade seu tio Bráulio Marques o levou para morar em Alegrete, pois os pais - que tinham quatro filhos - estavam com dificuldades.  Foi em Alegrete que Paulo Marques se apaixonou pelos cavalos, pela boa pescaria e por todas as vivências do campo. Ao voltar para Porto Alegre manteve a relação com o tradicionalismo, pois continuava passando as férias escolares em Alegrete.

     O tempo passou e a paixão por cavalos só aumentou e foi um pulo para que ele começasse a participar das cavalgadas. Levado pelo Vitor Hugo Pochmann e pelo Armando, do Boliche do Armando, Paulo Marques foi convidado a participar de cavalgadas em Porto Alegre: A Cavalgada do Xiru, Cavalgada do Sentinela dos Pampas, Cavalgada da Serra, cavalgadas da Chama Crioula, assim como tantas outras. Certa vez chegou a organizar, com alguns amigos, a Cavalgada da Solidariedade, com objetivo de arrecadar alimentos para o Asilo Padre Cacique.

     Paulo Marques esteve sempre ligado as questões do tradicionalismo, sempre na pata do cavalo e, desde a 15ª Cavalgada do Mar passou a acompanhar o tio Bráulio Marques nunca mais parou. Foi convidado pelo Comandante Vilmar Romera para ser Secretário-Geral da Fundação Cavalgada do Mar.  Após o falecimento do Romera, seu tio Bráulio Marques assumiu o comando e, tornou-se Secretário do, então intitulado Instituto Cultural Cavalgada do Mar.

     Com o falecimento do tio Bráulio Marques, o Dr. Luiz Eduardo Amaro Pellizer assume o comando da Cavalgada do Mar e, Paulo Marques passou a ser vice comandante da Cavalgada e vice-presidente do Instituto Cultural Cavalgada do Mar. “É um cargo que me enobrece muito e a gente sabe da importância que tem a Cavalgada do Mar no contexto dos veraneios, às vezes parece que ela tem vida própria, se talvez um dia, não tivermos a Cavalgada do Mar, tenho certeza que na semana que antecede o carnaval, irá aparecer meia dúzia ou duas de índios bem pilchados e ajeitados em seus pingos para cumprir o trajeto. Os veranistas esperam e aplaudem. Levar ao litoral nossas tradições na pata do cavalo e as nossas manifestações, as vezes de protesto, as vezes de apoio de um ato ou outro, sempre foi uma ação muito importante para nós. Então tenho muito carinho pela Cavalgada do Mar”, afirma Paulo Marques.

     Sobre os CTGs sempre fez parte do piquete da OAB - Ordem dos Advogados do Brasil - , mas sua relação se estende a outros piquetes de Porto Alegre, principalmente, com os que acampam no Parque Farroupilha, entre eles: o Piquete do Xiru, o Piquete do Alexandre – do Rancho do Pinheiro, o Piquete Cavalhada – do Gordo e do André. 

     Formado em Direito, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC), casado e pai de quatro filhos, Paulo Marques é um apaixonado pelo tradicionalismo e pela cultura gaúcha. Na família tem um dos seus maiores orgulhos, o primo, cantor e compositor Mauro Moraes: “Considero o Mauro um dos maiores compositores e poetas da atualidade da cultura gaúcha”, destaca Paulo Marques. 

Blog - O que tirastes de proveito nas atividades que desempenhastes no CTG ou como peão por dia?

     Nunca ocupei cargos em CTGs, mas sempre estive presente na Cavalgada do Mar e, assim, tive a oportunidade de conviver com muitos patrões. O principal aprendizado que tirei do tradicionalismo foi a importância de valorizar a família e a cultura gaúcha, além de cultivar o amor pelo Rio Grande, pelo legado deixado pelos nossos ancestrais e pelos cavalos: Para mim, a paixão vem da pata do cavalo, tenho uma relação de amor com o cavalo, acho um animal espetacular.

Blog - Para desempenhar as atividades públicas, consegues perceber os ensinamentos que tirastes desse meio de convivência sociocultural como o tradicionalismo?

     O tradicionalista é integrado por homens e mulheres de fibra, guerreiros que amam sua terra, sua comunidade, e que muitas vezes dedicam horas do seu tempo para o voluntariado e para a educação dos mais jovens para que nossas tradições se perpetuem. Acredito que estes exemplos possam ser transportados para a vida pública, onde se clama por homens sérios, corretos, retilíneos e firmes nas suas posições. Enfatizo que estes são os principais ensinamentos trazidos do tradicionalismo que pautam minha vida. Decidi servir e tenho prazer de me envolver nas lutas comunitárias, na busca de soluções para a vida das pessoas. Acredito que meu preparo técnico e a minha base de educação talharam o perfil de homem público que sou. 

BLOG - Acha importante que os pais levem seus filhos para um CTG?

     Acho fundamental que os pais levem as crianças para vivenciar a tradição, pois fortalece a educação e perpetuando a cultura, a tradição e a história dos ancestrais. Temos que levar as crianças para o tradicionalismo, porque se nós não alimentarmos isso, se não fortalecermos este vínculo com as crianças, a tendência é que o vínculo se desmanche e desapareça no tempo.

     Acredito que se os pais frequentam o tradicionalismo devem estimular as crianças, pois a família gaúcha tem que ser unida em todos os seus propósitos, inclusive na cultura, pois tudo é fortalecido quando envolve a célula mater da sociedade.


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