O dia 25 de janeiro é emblemático na história do Rio Grande do Sul, ainda mais quando se fala em administração pública. Pois era o dia da posse ou saída de um presidente do Estado, nos anos em que terminava o século XIX e iniciava o XX. A professora Sandra Pesavento costumava dizer (e escreveu) que no século XIX, devido a forte economia do charque os estancieiros da região da campanha, estes se tornaram grandes defensores do liberalismo político e econômico. No período que sucede a década de 1870, liderados pelo Gal. Osório e, posteriormente, pelo caudilho bajeense Gaspar Silveira Martins, os liberais tornaram-se hegemônicos na Assembleia Provincial e na maioria das Câmaras Municipais da Província. Reinavam quase que absolutos.
Com a proclamação da República, os partidários menores, como o Partido Republicano Rio-Grandense (PRR), fundado em 1882, foram alçados ao governo do Estado. Fundamentados nas ideias positivistas do filósofo Augusto Comte e na Constituição estadual de 14 de julho de 1891, Júlio de Castilhos e seus correligionários implantaram uma ditadura no Estado, que mais tarde ficou conhecida como Castilhismo. Júlio de Castilhos morreu em 1903 e ai, entra em cena seu afilhado político e sucessor, Antônio Augusto Borges de Medeiros. Caçapavano, nascido em 1863, e em 1885 bacharelou-se em direito na Faculdade de Direito do Recife.
Foi presidente do estado do Rio Grande do Sul, (indicação de Castilhos), e procurou dar continuidade ao projeto político do castilhismo. Manteve-se no poder de 1898 a 1928 e sua única interrupção como governante ocorreu no quinquênio de 1908-1913, quando, impedido de se reeleger, fez seu sucessor, Carlos Barbosa Gonçalves. Seus períodos como presidente foram neste dia (25), nos anos de 1898 e de 1908 e o retorno: 25 de janeiro de 1913 à 25 de janeiro de 1928.
Respaldado pelo discurso da eficácia combinado à prática da coerção política, Borges de Medeiros manteve a ênfase na modernização do estado, martelou o dogma da moralidade administrativa e pregou a tese da incorporação de direitos civis aos trabalhadores.
No Rio Grande, no Brasil e em outros territórios governar é sempre baseado nas disputas de poder, com o suporte da economia. Nesse período isso fica muito claro: Quando os estancieiros estavam no poder, respaldados pelo Império e pela pecuária forte, eram hegemônicos. Ai, vem a proclamação da República, ou golpe republicano, ou seja lá como chamarem, e os republicanos tomam as rédeas. Mais tarde teremos Borges de Medeiros x Getúlio Vargas... E a luta pelo poder segue...
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