As Festas e os Folguedos foram os temas do terceiro encontro do Seminário Interno da Comissão Gaúcha de Folclore, realizado on line na noite de segunda (22/03), com a presença de grande parte dos associados. As palestras ficaram a cargo dos professores Ivo Benfatto e Paula Simon Ribeiro, ambos com extenso currículo pessoal, especialmente na área do Folclore. Estiveram presentes na atividade o Presidente da Comissão Nacional de Folclore, Severino Vicente e membros de outras comissões estaduais.
Paula Simon e Ivo Benfatto |
Benfatto iniciou sua exposição abordando as festas religiosas mais tradicionais do Rio Grande do Sul e o sincretismo religioso, resultado de um conflito no Brasil ocorrido no século 18. Naquela época, houve um choque entre as diferentes religiões trazidas pelos negros da África e o catolicismo local. Por isso, os africanos incorporaram seus orixás associando-os aos santos católicos, uma maneira de driblar a vigilância que impedia seu culto tradicional, como Iemanjá, ou Nossa Senhora dos Navegantes, Ogum, ou São Jorge, além de tantos outros.
Entre as principais festas religiosas, como Natal e Páscoa, o palestrante falou sobre os Santos Reses, a Festa de Navegantes, a procissão de Corpus Christi e a Festa do Divino Espírito Santo, cujo culto completa 200 anos no Rio Grande do Sul em 2021.
Paula Ribeiro, a segunda palestrante, apresentou as festas, as cerimônias e os rituais. De acordo com a professora, as festas podem ser profanas, religiosas, fixas ou móveis. Também falou sobre os Folguedos ou autos folclóricos, citando, como exemplo, os Ternos de Reis, as Cavalhadas, a Folia do Divino, a Congada, ou Maçambique e o Quicumbi – Ensaio de Promessa.
A professora abordou as festas juninas, quando se comemora os dias de Santo Antônio, São João, um dos mais reverenciados, e São Pedro, padroeiro do Rio Grande do Sul. As festas juninas não são prioridade nossa, mas são universais e assumem características próprias de suas comunidades. Em relação às fogueiras, normalmente são acesas logo que o sol se põe, antes ou depois da reza, mas sempre antes da meia-noite. Não se utiliza o cedro, a imbaúba e a videira na fogueira, pois são consideradas madeiras sagradas.
O seminário prossegue no dia 29 de março, às 20h, on line, com a palestra da professora Neusa Marli Bonna Secchi, que vai falar sobre Brinquedos e Brincadeiras Folclóricas e o Folclore na Escola, sob a mediação de Renata Pletz.
No dia 31 de março, na fanpage da Comissão Gaúcha de Folclore no Facebook, acontecerá a estreia do programa em podcast Saberes & Fazeres – O Folclore em Foco, mesma data do lançamento do Curso de Folclore para o público externo, que inicia em abril, mês dos 73 anos da entidade.
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