Cabo Toco era uma apaixonada por queimar cartuchos, não se limitando apenas às atividades de apoio. Empunhando seu fuzil, lutava lado a lado com a mesma valentia dos demais soldados.
Depois de passar por várias batalhas com destaque de bravura, deixou a corporação em 1932. Ficou viúva em 1954, e passou a viver de pequena pensão deixada pelo marido. Mulher forte, guerreira, símbolo vivo da história do Rio Grande do Sul, sem descendentes, vivia em uma casa paupérrima na periferia de Cachoeira do Sul. Andava pelas ruas com sua velha carroça, cansada e sem rumo, carregando consigo a história que o povo não conhecia.
Mesmo sendo considerada uma heroína, Cabo Toco só ficou conhecida depois que, em 1987, Nilo Bairros de Brum e Heleno Gimenez venceram a 5ª Vigília do Canto Gaúcho de Cachoeira do Sul com uma canção contando a sua história, na voz de Fátima Gimenez. Para a composição da letra, os autores tiveram que conquistar a sua confiança, para saber um pouco da sua trajetória de vida junto aos movimentos revolucionários, pois ela não gostava de falar do passado, e também tinha muita desconfiança com estranhos. Cabo Toco esteve presente na entrega da premiação da música, e viveu momentos de pura emoção ao ver sua vida contada em uma linda canção, apresentada para um grande público, que na sua maioria nem sequer sabia da sua existência.
Cabo Toco, quando faleceu, recebia pensão vitalícia especial, correspondente ao cargo de 2º Sargento da Brigada Militar concedida havia poucos anos, por parte do Governo do Estado. Olmira Leal de Oliveira faleceu em 21 de outubro de 1989, em Cachoeira do Sul, e está sepultada no Cemitério Municipal de Caçapava do Sul. No dia de hoje, completa 119 de seu nascimento.
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