segunda-feira, 13 de setembro de 2021

Bombas de Chimarrão - Origens, Tradição e Cotidiano

 


    Ricardo da Silva Mayer, de Santa Maria (RS), pesquisa sobre bombas de chimarrão desde 2014 e está prestes a publicar o primeiro livro dedicado ao tema. Parece incrível, mas até agora não existia uma obra específica sobre este objeto tão importante e familiar para cultura do Sul do Brasil e, ao mesmo tempo, tão pouco conhecido. 

    “Bombas de Chimarrão - Origens, Tradição e Cotidiano” tem 80 páginas coloridas, cerca de 150 imagens, e é resultado da investigação do autor durante o Mestrado em Patrimônio Cultural na Universidade Federal de Santa Maria, de 2017 a 2018. A pesquisa derivou numa exposição itinerante apresentada em Santa Maria, São Pedro do Sul, Ijuí, Bagé e Porto Alegre em 2019. A pandemia frustrou planos de expor em outras cidades, outros estados e também no exterior. O autor tinha um convite para expor em Paris, por exemplo.

    A publicação possibilita agora levar o resultado das pesquisas a muito mais lugares e compartilhar o conhecimento com pessoas que não puderam visitar as exposições. Além, é claro, de deixar um registro para as gerações futuras.  Origens, tradição e cotidiano são os três eixos do conteúdo. Uma pesquisa documental, em livros e documentos a partir do século 16, em várias línguas, e imagens pouco conhecidas datadas a partir do século 18, revelou dados surpreendentes sobre a origem do artefato, colocando em xeque a ideia da origem indígena da bomba.

    O autor observa que, no Brasil, durante o século 19, o desenvolvimento das bombas coincide com o estabelecimento das tradições gaúchas e a estética da prataria regional, conforme revelam peças localizadas e fotografadas em museus e coleções particulares. Aliás, foi graças a colecionadores que Mayer conseguiu registrar modelos incomuns de bombas, já que os museus brasileiros possuem poucos artefatos representativos da cultura do mate. Segundo Mayer, o melhor acervo sobre mate existente no Brasil está no Museu Paranaense em Curitiba.

    Ele investigou a relação que as pessoas têm hoje com as bombas que guardam e usam em seu dia a dia, igualmente registradas como objetos de grande relevância cultural. Frequentemente são artefatos cheios de significado pois, quando recebidos como presente ou herança de família, adquirem valor afetivo e ativam memórias dos antepassados e de momentos especiais da vida dos usuários.

    Com texto acessível, o livro foi concebido para ser atraente tanto para pessoas ligadas à cultura tradicional e apreciadores do chimarrão quanto para os interessados em história, patrimônio cultural, artes e design. Afinal, a bomba de chimarrão é um objeto que pode ser admirado sob vários pontos de vista e por um público muito diverso, já que faz parte do cotidiano de quase toda a gente no Sul do Brasil, nos países vizinhos e também mundo afora.

SOBRE O AUTOR 

Ricardo da Silva Mayer. Designer gráfico com mais de 30 anos de experiência profissional e mestre em Patrimônio Cultural pela UFSM, atualmente professor voluntário na pós-graduação em Design de Superfície da mesma instituição. Realizou a pesquisa, a elaboração do conteúdo, a coleta de imagens, as fotografias das peças e todo o design gráfico do livro.

Instagram e Facebook:
 @livrobombasdechimarrao

Quarta, dia 15 - no Saberes & Fazeres

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