O Folclore e a Escola será o tema desta quinta feira, 24 de março, do II Seminário Interno da Comissão Gaúcha de Folclore, que tem por objetivo capacitar seus membros para o estudo das culturas populares.
Com a mediação da jornalista Daiana Dal Ross, as professoras Renata Pletz e Luciane Brum vão abordar a importância do ensino do Folclore na escola e de que maneira deve ser ministrado, pois ele pode ser aproveitado em todas as disciplinas.
As palestras iniciaram em 10 de março com o conselheiro da Diáspora Açoriana para o Rio Grande do Sul e fundador da Casa dos Açores no Estado, Régis Albino Marques Gomes, que falou sobre os 270 anos da imigração açoriana.
Gomes deu uma aula sobre o legado cultural trazido ao sul do Brasil por famílias oriundas dos Arquipélagos de Açores e da Madeira, regiões autônomas de Portugal, que vieram com uma série de promessas, mas tiveram que lutar por seu espaço. A partir daí, a cultura açoriana passou a ser a base da cultura do Rio Grande do Sul, com sua religiosidade, sua arquitetura, festas, brincadeiras infantis, culinária e hábitos.
Quase 60 cidades gaúchas receberam imigrantes, mas esse fato nem sempre foi reconhecido, cenário que mudou a partir de um trabalho realizado pelo próprio governo dos Açores para a valorização da presença de açorianos no Brasil.
Em 17 de março, o centenário da professora e folclorista Lilian Argentina Braga Marques foi o tema abordado pelos palestrantes Paula Simon Ribeiro, Ivo Ladislau Janicsek e Neusa Secchi, com mediação de Monique Martins.
Em uma noite de emoção e muitas recordações, os três, que conviveram diretamente com a professora, relembraram a importância de Lilian para o estudo do Folclore e como ela se dedicava a esse ofício. “Ela sabia falar a linguagem do povo, se mostrava e se portava da mesma forma que os informantes durante suas pesquisas, sem deixar de utilizar a linguagem acadêmica em suas aulas quando fosse necessário”, relembra Paula Ribeiro.
Para Neusa Secchi, a folclorista era uma incentivadora constante e deixou uma herança cultural muito grande para o Rio Grande do Sul. “Ela sabia ensinar, assim como sabia ouvir”.
Ivo Ladislau destacou a humildade da professora Lilian, o que deixava as pessoas à vontade em seus relatos e relembrou vários episódios de sua atuação. Os três palestrantes afirmaram que ela deveria ter sido mais homenageada em vida por toda sua contribuição à cultura rio-grandense, em seus trabalhos diretos, enxutos, objetivos e sem rodeios.
Lilian Argentina Braga Marques faleceu em 6 de abril de 2006, poucos dias antes de receber uma destas homenagens da CGF.
No dia 31 de março, último dia do seminário interno, é a vez de Ivo Benfatto falar sobre a história da Comissão Gaúcha de Folclore. Suas conquistas, dificuldades, objetivos alcançados e o que define seu futuro. A mediação será de Mara Muniz, também de forma on line.
Nesse mesmo dia, a CGF comemora um ano do lançamento do seu programa Saberes & Fazeres, apresentado todas as segundas-feiras, às 19h, na página da Comissão no Facebook.
A data também marca o aniversário de nascimento da professora Rose Mari dos Reis Garcia, outra referência para o Folclore do Rio Grande do Sul. Em abril, a CGF vai realizar um Curso de Folclore aberto ao público em geral.
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